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Marcar presença nas redes sociais não é preocupação apenas de empresas e pessoas físicas. O setor de ensino superior disputa a atenção do público por meio de perfis no Twitter, Facebook, YouTube e Orkut. Cristiano Carvalho Assis comenta.

  • Data :04/03/2011
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Universidades aproveitam redes sociais para aproximar estudantes

Marcar presença nas redes sociais já não é preocupação apenas de empresas e pessoas físicas. O setor de ensino superior disputa a atenção do público por meio de perfis no Twitter, Facebook, canais no YouTube e comunidades no Orkut. Como mídias, estas plataformas servem para propósitos distintos que variam da divulgação de informações oficiais até o relacionamento com a comunidade acadêmica.

Foco nos calouros

Em tempos de vestibular e matrícula, os novos estudantes se tornam os followers mais desejados por microblogs como o da Faculdade Senac de Goiás, que usa seu Twitter principalmente para divulgar inscrições para o processo seletivo, aulas demonstrativas, gabaritos e listas de resultados.

Já tem até universidade reservando nome de perfil no Twitter para o concurso de 2012 - é o caso da Universidade Federal Fluminense que batizou um perfil por @Vest2012 e, mesmo sem nenhum tweet, já atraiu 465 seguidores.

A tuitagem com cara de propaganda, porém, também pode reverter em benefício ao futuro aluno. É no que apostam as faculdades Cambury, de Goiás, e UniCeuma, do Maranhão. Em suas timelines, aproveitam para divulgar descontos na matrícula. Já a gaúcha Feevale sorteou um notebook entre os seguidores de seu perfil principal.

Outros modos de exploração das redes sociais

Ao longo dos semestres letivos, o tom dos discursos das universidades nas redes sociais se desdobra em relacionamento, divulgação de atividades institucionais e serviço ao aluno. A Anhembi Morumbi criou uma série de perfis divididos de acordo com os cursos oferecidos. Cada timeline traz indicações de conteúdos de vários sites com assuntos correlatos ao universo de aprendizado daqueles estudantes. É uma grande seleção de links úteis e interessantes a cada grupo. Aos seguidores da veterinária, um documentário da BBC com espécies estranhas de animais pode interessar. Aos alunos de Moda, links para blogs europeus com as tendências da próxima estação cairão bem ao repertório.

Outro segmento de instituições de ensino mergulhou no Twitter para conversar. Exemplo disto é a Faculdade Univix, que responde a dúvidas de seguidores em geral, sendo eles integrantes da comunidade acadêmica ou pretendentes a vagas no ensino superior. O texto dos tweets é tão informal que, em alguns casos, chega a ser escrito em primeira pessoa e até assinados.

Redes próprias

A Unicamp preferiu criar um espaço social online exclusivo para a sua comunidade, o Alumni. A plataforma integra alunos, colaboradores e estudantes egressos que hoje ocupam cargos de gestão no mercado. Através desta rede de contatos permanente, a rede busca auxiliar universitários e formandos na busca por vagas de estágio e emprego.

Outra instituição de ensino que aposta em solução própria é a São Judas, de São Paulo. Construída em WordPress, a rede “Interconectados” convida um grupo amplo - de vestibulandos a ex-alunos - para contarem histórias ligadas à universidade ou à formação profissional. A estratégia se estende para ambientes já consolidados como Facebook, Orkut, Flickr e YouTube, focando na integração da comunidade e dando visibilidade a conteúdos destas pessoas.

Instituições com redes próprias não são novidade. Em 2007, a Universidade Federal Fluminense embarcou no sucesso que o Orkut já experimentava no Brasil e criou o seu Orkuff. A ideia era de uma ferramenta que agrupasse informações e serviços acadêmicos, como acesso a documentos, inscrições em disciplinas, divulgação de notas, continuação das discussões de sala de aula e contato com o professor.

Orkut como espaço para alunos

Enquanto a maioria dos perfis de Twitter de universidades ainda é administrada pelas instituições, as comunidades de cursos superiores no Orkut são mesmo território dos alunos. Entre os grupos mais numerosos, a comunidade Universidade Anhembi Morumbi reúne mais de 21 mil membros. Nos tópicos deste fim de ano, a ânsia por conhecer os novos colegas fica explícita em tópicos como este, aberto pelo estudante Marcelo: “Campus Morumbi 2011: quem vai estudar ano que vem lá?”. As mais de 4,5 mil respostas contam o curso e o turno em que cada estudante assistirá às aulas.

Mas não apenas os calouros tiram proveito destas discussões. Acadêmicos de todos os níveis convidam para festas nas repúblicas, marcam “orkontros”, combinam como será o trote aos novatos, elegem os recantos mais bonitos dos campi, tiram dúvidas sobre documentação e datas de matrícula e não poupam caracteres para protestar. Os fóruns manifestam desde insatisfações com os bebedouros até o valor da mensalidade de instituições privadas.

As estrangeiras focam no Facebook

A Universidade de Stanford tem uma das fanpages mais interessantes no Facebook, com uma aba “What’s your Story?”, com relatos de estudantes sobre escolha da profissão e peculiaridades de sua rotina acadêmica. Além disso, posta vídeos com depoimentos de professores a partir de questões levantadas pelo público na própria rede social.

A fanpage da Universidade Cristã do Texas usa seu mural para integrar novos estudantes, que procuram espontaneamente a página para dizer que foram aceitos. Imediatamente, recebem os parabéns em público da universidade e de outros colegas.

Aqui no Brasil, a USP alimenta sua fanpage com notícias veiculadas pela agência da universidade. A Universidade do Vale do Itajaí, de Santa Catarina, agregou vídeos às notícias. Como o desafio é participar das redes sociais, os vídeos sobre a instituição também estão no YouTube.

Notícia publicada no Portal Terra , em 2 de janeiro de 2011.

Cristiano Carvalho Assis comenta*

Sempre nos perguntamos: Porque as redes sociais na internet fazem tanto sucesso? Para responder esta pergunta, buscamos as respostas dos Espíritos a Allan Kardec, nas questões 767 e 768, de O Livro dos Espíritos :

“É contrário à lei da Natureza o insulamento absoluto?

Sem dúvida, pois que por instinto os homens buscam a sociedade e todos devem concorrer para o progresso, auxiliando-se mutuamente.”

“Procurando a sociedade, não fará o homem mais do que obedecer a um sentimento pessoal, ou há nesse sentimento algum providencial objetivo de ordem mais geral?

O homem tem que progredir. Insulado, não lhe é isso possível, por não dispor de todas as faculdades. Falta-lhe o contacto com os outros homens. No insulamento, ele se embrutece e estiola.”

Homem nenhum possui faculdades completas. Mediante a união social é que elas umas às outras se completam, para lhe assegurarem o bem-estar e o progresso. Por isso é que, precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não insulados.

Dessa forma, observamos que é da condição humana se relacionar. Ninguém evolui sozinho, pois precisamos desenvolver nosso relacionamento em dois níveis: o intrapessoal e o interpessoal. O primeiro se baseia no relacionamento que temos conosco. Como respondemos intimamente com as situações do dia a dia, como lidamos com nossas limitações íntimas, como reagimos quando fazemos nossas “burradas”. Geramos culpas, perfeccionismo, baixa auto-estima ou já sabemos lidar com elas, continuando com nosso amor íntimo?

O interpessoal é o relacionamento que temos com os outros. São os nossos relacionamentos com nossos pais, filhos, chefes, amigos, etc. Como são eles? Difíceis com uns, fáceis com quem amamos, aprendizados com todos.

No primeiro momento, podemos pensar que o intrapessoal é desenvolvido sozinho e o outro é desenvolvido com as pessoas. Mas isso não é verdade. Qualquer um dos dois se desenvolve com nossos relacionamentos, ocorrendo de forma conjunta. Por exemplo, quando alguém nos faz raiva precisamos nos desenvolver como lidar com isso intimamente e com a outra pessoa. Sozinho não conseguimos trabalhar a raiva ou qualquer mazela íntima que temos dentro de nós por completo. Somente a convivência com os outros faz jogarmos para fora o que está na nossa intimidade, por vezes escondidas de nós mesmos. Com isso, começamos a nos conhecer e ter condições de trabalhar nossas imperfeições.

Temos gravado dentro de nós a necessidade de relação. Segundo a pirâmide de Maslow, uma das necessidades básicas do ser humano é fazer parte de algum grupo. Isso não seria diferente em relação à nossa vida virtual. Todos vão atrás de formar agrupamentos, com pessoas que pensam ou gostam de algo em comum, conversando com quem te compreende e que se auxiliem mutuamente.

Pelo outro lado, as instituições necessitam estreitar seus contatos com as pessoas. Quando são empresas ou, no caso da reportagem, Universidades, busca-se um método de se chegar mais próximo do público, pois pessoalmente é inviável ou praticamente impossível. Antes com cartas, propagandas ou sites não conseguiam a abrangência que se consegue com uma rede social. Com ela conseguimos um vínculo com as pessoas que os outros sites não conseguem.

Não somos iludidos em pensar que só temos maravilhas neste tipo de relação. Como todos os excessos geram desequilíbrio, nas redes sociais não seria diferente. Vemos relacionamentos sendo terminados, ladrões pegando informações nessas redes e muitas outras coisas que devemos ter cuidado.

Mas devemos nos conscientizar que nada é bom ou ruim por si só. Ela será ruim ou boa pelo que fizermos com ela. As redes sociais podem ser de grande valia se bem utilizadas para todas as instituições, sejam educacionais, científicas ou religiosas. Conseguimos informações, conhecimentos e amparo para nossas dificuldades. Através delas conseguimos estar junto com pessoas que passam pelos mesmos problemas que nós, desde um problema com algum trabalho da faculdade até com de ordem íntima que necessita de uma palavra amiga.

Não podemos deixar de lado nenhuma ferramenta que Deus nos concedeu para melhorarmos nosso convívio com o próximo, nos amparando para crescermos intelectualmente e moralmente. Sejamos homens no mundo, utilizemos os bens que a vida nos proporciona com equilíbrio e disposição de sermos instrumentos da paz Divina onde quer que estejamos, seja pessoalmente ou virtualmente.

  • Cristiano Carvalho Assis é formado em Odontologia. Nasceu em Brasília/DF e reside atualmente em São Luís/MA. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Maranhense e colaborador do Serviço de Atendimento Fraterno do Espiritismo.net.