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Uma equipe de 4 funcionários de uma funerária de Medellín realiza o primeiro censo de fantasmas na segunda principal cidade da Colômbia. Já há 215 ‘seres sobrenaturais identificados e classificados’. Carlos Miguel Pereira comenta.

  • Data :25/01/2011
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Funerária faz primeiro censo de fantasmas em cidade da Colômbia

DA FRANCE PRESSE, EM MEDELLÍN

Uma funerária de Medellín realiza o primeiro censo de fantasmas na segunda principal cidade da Colômbia. Já há 215 “seres sobrenaturais identificados e classificados”.

“É inegável que muitos prédios e casas da cidade têm fantasmas. Há anos escutamos as histórias de sua presença e acreditamos que já é hora de contabilizá-los e classificá-los por meio de um censo, além de estabelecer laços com eles”, disse William Betancur, gerente da funerária.

Betancur teve a inspiração para realizar o “censo de fantasmas” após sentir a presença do espírito de seu cachorro, que morreu há quatro meses mas “ainda corre pela funerária”.

“Uma equipe de quatro funcionários da funerária, devidamente uniformizados, visita locais indicados para constatar a presença dos fantasmas, e já registrou imagens de 23 fenômenos em fotos e vídeos”, conta Betancur.

Notícia publicada na Folha.com , em 30 de dezembro de 2010.

Carlos Miguel Pereira comenta*

Por desafiar os postulados que a sociedade atual impôs como “normais”, para muitos leitores, esta notícia aproxima-se do bizarro. Mostrar interesse público no estudo de fantasmas, Espíritos e outras situações que vão para além da realidade palpável que nos rodeia ainda é motivo para piadas e chacota.

Quando em 1854, um amigo de Allan Kardec lhe falou entusiasmado sobre o jogo da moda entre a alta sociedade parisiense da época, em que mesas bailavam sem interferência humana, respondendo de forma inteligente às perguntas formuladas, este respondeu-lhe num tom de alguma ironia: “Só acreditarei quando o vir e quando me provarem que uma mesa tem cérebro para pensar, nervos para sentir e que possa tornar-se sonâmbula. Até lá, permita que eu não veja no caso mais do que um conto para nos fazer dormir em pé.” Mas quando se decidiu a analisar de uma forma séria o fenômeno, Allan Kardec ficou refém da dureza dos fatos. Não havia lei da física que conseguisse explicar como um objeto em movimento poderia responder de forma concreta às questões que lhe eram colocadas revelando conhecimentos que iam para além daqueles que as pessoas presentes na sala dispunham. A partir de então, o seu espírito científico levou-o a querer conhecer mais sobre o fenômeno e percebeu que as causas ocultas no movimento das mesas eram as almas de Homens que, já tendo vivido na Terra, ansiavam por se revelar à Humanidade. A partir das comunicações dadas por diferentes Espíritos, através de diferentes médiuns, Allan Kardec ousou compreender os princípios que regem as relações entre os mortos e os vivos, procurando demonstrar, através de evidências mediúnicas e de uma forma racional, a inexistência da morte, a realidade do mundo espiritual e a sua natureza, bem como as suas relações com o mundo material, descrevendo-os, não como sobrenaturais ou místicos, mas como leis naturais. Esse trabalho enorme de Allan Kardec, com orientação da Espiritualidade superior, teve como consequência o surgimento da Doutrina Espírita.

O Espiritismo é uma ciência filosófica de consequências morais. Como todas as ciências, tem sede de verdade, procurando demonstrar e compreender as leis que regem a dimensão espiritual. De que forma ela faz isso? Procurando evidências da existência do Espírito e das suas relações com o mundo físico, através da mediunidade. Evidências fortíssimas já foram investigadas e documentadas por eminentes cientistas e os resultados estão disponíveis para quem os queira analisar. William Crooks, Charles Richet, César Lombroso, Ernesto Bozzano, Olivier Lodge, Alfred Russel Wallace, Arthur Conan Doyle, Ian Stevenson e muitos outros compilaram centenas de casos que não podem ser explicados sem o auxílio de uma inteligência fora deste mundo físico. Tanto assim que Sir William Crooks, no livro “Fatos Espíritas”, escreveu sobre estes fenômenos: “Rejeitar a evidência dessas manifestações, equivale a rejeitar todo o testemunho, qualquer que ele seja, porque não há fato na história sagrada ou profana que se apoie em prova mais imponente.”

O caráter científico e de investigação do Espiritismo é uma parte fundamental da Doutrina e atualmente existe um número cada vez maior de trabalhos acadêmicos de grande qualidade a serem publicados, mas não tenhamos ilusões. Tal como dizia Einstein,* “é mais desintegrar um átomo do que um preconceito”* . Como tal, por mais evidências das manifestações de Espíritos que se documentem, a sua singularidade de manifestação, imprevisibilidade e, por vezes, subjetividade não permitem que elas tenham para já um consenso generalizado na comunidade científica. Mas que isso não sirva para desmotivar ninguém. Continuemos no caminho, multiplicando o número de teses e trabalhos acadêmicos de qualidade cujo tema esteja no âmbito da Doutrina Espírita, levando esses temas para dentro das Universidades. Se não podemos fazê-lo dentro das Universidade, podemos fazê-lo nas nossas famílias, junto dos nossos amigos e colegas, na nossa comunidade, na Internet. Como sementes ao vento, espalhemos o que sabemos sobre a vida e sobre a morte, trabalhando, estudando, investigando se possível, dando o exemplo, usando todo o conhecimento adquirido e experiência acumulada como preciosos instrumentos de transformação pessoal, servindo quem necessita, levando esperança e conforto àqueles que a perderam numa dura esquina da vida, ajudando dessa forma a mudar o mundo à nossa volta.

No livro Nouvelles Expériences sur la Force Psychique , Sir William Crooks realça o verdadeiro papel da ciência, que deveria servir de guia a todos, sem exceção, que procuram a verdade, qualquer que ela seja: “O verdadeiro papel da ciência é descobrir a verdade, pesquisar em todo o lado, procurar e perseguí-la pelos caminhos travessos e pelas grandes estradas; Quando a encontrar, proclamá-la completamente e sem medo, sem se preocupar em fazer-se autoridade da moda ou com os prejuízos.”

  • Carlos Miguel Pereira trabalha na área de informática e é morador da cidade do Porto, em Portugal. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net.