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Em uma pesquisa que está provocando um debate realmente irado entre os cientistas, um grupo de pesquisadores chegou à conclusão de que eventos ainda não acontecidos podem influenciar nosso comportamento. Breno Henrique de Sousa comenta.

  • Data :07/01/2011
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Humanos são capazes de prever o futuro, diz pesquisa

Redação do Diário da Saúde

Prever o futuro

Em uma pesquisa que está provocando um debate realmente irado entre os cientistas, um grupo de pesquisadores chegou à conclusão de que eventos que ainda não aconteceram podem influenciar nosso comportamento.

Em outras palavras, é como se prevêssemos o futuro.

A precognição - o conhecimento do futuro ou a capacidade de prever eventos futuros - tem sido apregoada por parapsicólogos há décadas.

Mas agora a demonstração vem de um experimento feito por cientistas acadêmicos, não vinculados a qualquer seita, e está descrito em um artigo que foi aceito para publicação em um periódico científico reconhecido.

Sem erros

Mais do que ser aceito para publicação, os psicólogos mais céticos sobre o assunto, afirmaram ter lido o artigo e não encontrado qualquer falha.

“Minha opinião pessoal é que isto é ridículo e não pode ser verdade. Verificar a metodologia e o planejamento do experimento é a primeira linha de ataque. Mas, francamente, eu não consegui achar nenhum problema. Tudo parece estar na mais perfeita ordem,” disse Joachim Krueger, da Universidade Brown, em entrevista à revista britânica New Scientist.

O artigo, que foi aceito pelo Journal of Personality and Social Psychology , é o resultado de um trabalho de oito anos feito por Daryl Bem, da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, que afirma que só submeteu o trabalho para publicação depois de ter verificado cuidadosamente que não se tratava de uma casualidade estatística.

Ele descreve uma série de experimentos envolvendo mais de 1000 estudantes voluntários.

Experimentos de previsão do futuro

Na maioria dos testes, Bem usou fenômenos psicológicos bem estudados e simplesmente inverteu a sequência, para que o evento geralmente interpretado como causa ocorresse depois do comportamento testado, em vez de antes, como seria natural.

Em um experimento, os alunos viam uma lista de palavras, devendo lembrar-se de algumas delas. A seguir, era feito o teste de memória. Mais tarde, os mesmos estudantes digitaram palavras que foram selecionadas aleatoriamente a partir da mesma lista.

Estranhamente, os estudantes se lembraram melhor das palavras que eles ainda iriam digitar mais tarde.

Em outro estudo, Bem adaptou estudos sobre o priming , o efeito que uma palavra subliminarmente apresentada tem sobre a reação de uma pessoa a uma imagem. Por exemplo, se alguém vê rapidamente a palavra “feio”, ela vai demorar mais tempo para decidir se a foto de um gatinho, ou algo semelhante, mostrada na sequência, é agradável ou não.

Ao fazer o experimento de trás para a frente, Bem descobriu que o efeito do priming parece funcionar tanto para a frente no tempo como para trás.

Futuro e passado

Segundo o cético Krueger - cético, em um sentido mais moderno, parece ser um termo aplicado a cientistas que não aceitam comprovações obtidas pela própria ciência - afirma que o uso de fenômenos psicológicos muito estudados foi “uma jogada de gênio”, ao contrário dos parapsicólogos, que usam metodologias difíceis de serem aferidas.

O artigo de Bem tem sido mais destrinchado do que o próprio fenômeno que ele estudou. “Este artigo passou por uma série de revisões de alguns dos nossos comentadores mais confiáveis,” disse Charles Judd, da Universidade do Colorado, do conselho editorial da revista Journal of Personality and Social Psychology .

Vários pesquisadores e comentadores não demoraram para lançar críticas ao pesquisador e à própria revista, por ter aceito o artigo. Mas todas as críticas se baseiam no “ceticismo” e, até agora, ninguém conseguiu demonstrar qualquer falha na pesquisa.

Notícia publicada no Diário da Saúde , em 30 de novembro de 2010.

Breno Henrique de Sousa comenta*

Prever o Futuro

A previsão do futuro é um sonho antigo do homem e da ciência. Da ciência, pois o que são os modelos matemáticos senão tentativas da ciência de antecipar o futuro? Estes modelos são usados, por exemplo, para prever o clima ou as variações na bolsa de valores.

Este tema é bem desenvolvido no Espiritismo, mas, nem a fenomenologia espírita, nem mesmo os trabalhos da parapsicologia são aceitos pela dita “ciência oficial” ou por um conjunto de cientistas e acadêmicos de distintos lugares e instituições gabaritadas. Existem, sim, cientistas que se dedicam a estas e outras pesquisas que tangem os princípios espíritas, mas não uma aceitação oficial da ciência ortodoxa.

Neste contexto, a notícia é realmente surpreendente, pois o pesquisador Daryl Bem se dedicou oito anos para desenvolver seu trabalho, dentro da mais rigorosa metodologia científica da chamada ciência ortodoxa, conseguindo publicá-lo em um gabaritado periódico científico da comunidade acadêmica internacional, sem que ninguém, nem mesmo os opositores mais céticos, conseguissem encontrar qualquer falha metodológica na pesquisa.

A revolta e indignação por parte de alguns cientistas baseou-se unicamente em suas convicções céticas e materialistas, simplesmente porque consideram, dentro de suas crenças, absurda a possibilidade de previsão do futuro, e não porque o trabalho não tenha consistência metodológica ou quaisquer falhas.

Este fato nos leva a muitas reflexões. A recusa sistemática de muitos cientistas demonstra a parcialidade e preconceitos existentes nas fieiras da chamada ciência oficial, preconceitos escondidos sob o discurso da neutralidade científica. Um cientista deve ser um buscador da verdade, e por isso deve sempre apresentar alegria e surpresa diante de um fato novo. O seu compromisso maior deve ser com esta busca e não com suas crenças e preconceitos. Este espírito de descoberta o conduz a pesquisar a fundo e de maneira rigorosa o fenômeno, mas, o que vemos aqui, ao contrário, é o sentimento de contrariedade por parte de alguns por se depararem com um fato que contraria seu sistema de crenças materialistas e reducionistas.

Se, por um lado, podemos confiar na ciência, por outro, devemos sempre desconfiar dos cientistas, porque eles são humanos, preconceituosos e sujeitos a falhas ou interpretações tendenciosas. A notícia é verdadeira, eu mesmo verifiquei, consegui baixar o artigo científico em inglês. Foi um verdadeiro achado! Devemos nos interessar e registrar estes fatos antes que a indiferença e a conspiração do silêncio se estabeleça de maneira que maioria ignore fatos desta natureza. “Conspiração do silêncio”… Expressão cunhada por uma amiga, conhecida escritora e conferencista do movimento espírita. É assim que age esta banda podre da comunidade científica, que não tem compromisso com a verdade, mas sim na manutenção do seu poder e na perseguição do que eles consideram uma ameaça; que tendo conhecimento de outros trabalhos sérios e consistentes que desconstroem a ideia do materialismo, recusam-se a comentar, dar qualquer espaço ou forma de publicidade a estes trabalhos e, além disso, perseguem os autores de trabalhos desta natureza. Admiro a coragem do professor Daryl Bem, que põe a sua carreira em risco ao publicar um trabalho desta natureza. Muito provavelmente ele será vítima de retaliações e perseguições, ou mesmo seus trabalhos serão recusados em outras revistas com o intuito de lançá-lo na obscuridade.

No entanto, caros leitores, eu lhes digo que os tempos são chegados. Parafraseando o apóstolo Paulo: como crianças, víamos e compreendíamos em parte, mas chega o tempo de enxergar face a face. Muitos outros trabalhos sérios e consistentes, que apontam para a transcendentalidade da vida, para a comunicabilidade dos espíritos, para a desconstrução das ideias materialistas, estão por aí. Pesquisem, busquem! Nós espíritas devemos ajudar a sistematizar e oferecer estas informações, contra aqueles que tentam manter na penumbra o conhecimento das coisas espirituais, ou estigmatizá-las como superstições pueris.

A respeito do tema específico da previsibilidade do futuro, como dissemos no início, este tema é amplamente tratado no Espiritismo e está relacionado com seus princípios fundamentais, está relacionado com o princípio da “fatalidade e livre-arbítrio”. Existem fatos que estão propensos a acontecerem, mas não existem predeterminações pontuais e absolutas. Assim, um fato pode estar previsto ou planejado, mas o momento específico e a forma como se desenrola estão sujeitos às circunstâncias e ao livre-arbítrio do ser humano. Quando é da vontade de Deus, de uma forma ou de outra acontece. Podemos por obstáculos à marcha do progresso, mas ele segue celeremente.

A capacidade de antecipar fatos que estão por acontecer é muito comum na humanidade. Em todas as épocas, povos e religiões, existem pessoas que por sonhos, premonições ou alguma forma de intuição são capazes de antever fatos futuros, às vezes, com precisão surpreendente. Mas esta é uma capacidade espontânea, por isso deve-se sempre suspeitar daqueles que dizem que são capazes de prever qualquer coisa, ainda mais quando o fazem por algum tipo de pagamento. Para quem se interessa em mergulhar mais profundamente sobre o tema, recomendamos a leitura de O Livro dos Espíritos (Pressentimentos, questões 522 a 524; Livre-arbítrio, questões 843 a 850; Fatalidade, questões 851 a 867) e A Gênese (Cap. XVI, Teoria da Presciência).

  • Breno Henrique de Sousa é paraibano de João Pessoa, graduado em Ciências Agrárias e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba. Ambientalista e militante do movimento espírita paraibano há mais de 10 anos, sendo articulista e expositor.