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Ivonete Fonseca Lima de Moraes, que é portadora de esquizofrenia, tentou matar a criança na casa em que vivem, no Jardim Novo Mundo. Em situação semelhante, no ano passado, ela também tentou matar a própria filha. Marcia Leal Jek comenta.

  • Data :14 Dec, 2010
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Menino esfaqueado pela própria mãe passa bem

O menino de seis anos atingido por dois golpes de faca no pescoço desferidos pela própria mãe, na manhã desta quinta-feira (18), passa bem, mas segue sem permissão de alta. Segundo o último boletim médico divulgado pelo Hospital de Urgências de Goiânia, ele foi submetido a uma cirurgia e se recupera na enfermaria da unidade.

Ivonete Fonseca Lima de Moraes, que é portadora de esquizofrenia, tentou matar a criança na casa em que vivem, no Jardim Novo Mundo. Em situação semelhante, no ano passado, ela também tentou matar a própria filha, um bebê de 9 meses à época, com golpes de tesoura. A criança conseguiu ser salva.

Desde setembro do ano passado, Ivonete estava sendo acompanhada pelo Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (Paili), ligado à Superintendência de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Spais), da Secretaria de Saúde.

Segundo a coordenadora do Paili, Maria Aparecida Diniz, a paciente sofre de esquizofrenia paranóide de caráter persecutório e cumpria medida de segurança expedida pelo Tribunal de Justiça no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) do Jardim Novo Mundo.

Na unidade, a paciente frequentava consultas e reuniões, recebia medicação e nada indicava, até o momento, segundo Maria Aparecida, qualquer alteração que indicasse agravamento do quadro patológico de Ivonete. Depoimentos feitos pela família aos supervisores também atestavam o bem-estar da paciente.

A equipe do Paili reviu hoje todos os laudos e relatórios sobre o caso logo após a tentativa de assassinato do menino. O Paili foi criado em 2006 e em 167 casos atendidos desde então, este é o primeiro em que houve uma reincidência grave, na qual o paciente sofreu uma crise com consequências tão drásticas.

Prisão

Ivonete está presa na Delegacia de Proteção a Criança e Adolescentes (DPCA) e deverá ser encaminhada para uma unidade especial da Casa de Prisão Provisória (CPP).

Em entrevista à rádio CBN Goiânia nesta manhã, o cabo da Polícia Militar Almiran Rocha disse que a motivação da mulher, assim como no primeiro ataque, seria religiosa. “Ela acreditava estar tirando o demônio da criança”, disse.

Fonte : Goiasnet.com

Notícia publicada no Portal da UGOPOCI , em 19 de novembro de 2010.

Marcia Leal Jek comenta*

A sociedade se apavora, e com razão, diante da escalada de violência ocorrida em diferentes localidades. A agressividade sempre esteve presente na história da humanidade. Por que tanta violência entre pais e filhos?

Dentre os temas atuais, o que mais tem gerado polêmica e, às vezes, certa comoção social é a agressividade e a violência dirigida contra as gerações mais jovens da sociedade brasileira. Nem sempre essa agressividade se manifesta em atos, mas também em palavras ou gestos.

Gandhi já nos dizia: “A violência jamais resolverá uma questão que não pode ser resolvida pacificamente”.

A origem do mal, na verdade, está nos vícios que o homem ainda sustenta, como o orgulho, o egoísmo e a ambição. Deus permite que aconteçam, em respeito ao livre-arbítrio de que somos dotados desde a nossa criação, como espíritos imortais. Sendo a destinação do planeta Terra para submeter-nos a provas e a expiações, essas ocorrências não são inúteis, pois contribuem para o aprimoramento dos espíritos envolvidos na condição de vítimas.

Allan Kardec explica: os males a que se acha o homem exposto na Terra servem como “um estimulante para o exercício da sua inteligência, de todas as suas faculdades físicas e morais, incitando-o a procurar os meios de evitá-los. Se ele nada houvesse de temer, nenhuma necessidade o induziria a procurar o melhor; o espírito se lhe entorpeceria na inatividade; nada inventaria, nem descobriria. A dor é o aguilhão que o impele para a frente, na senda do progresso.” (A Gênese , Cap. III.)

A psiquiatria é um departamento da ciência médica encarregado de estudar e oferecer tratamento às doenças mentais. Durante a Idade Média, era visto como o resultado de um castigo divino, encarado como possessão de demônios. A ciência medieval encarava a loucura de um ponto de vista supersticioso.

Allan Kardec foi de uma sabedoria invulgar: “Há muita loucura que se trata de obsessão, mas há loucura que não passa de loucura.” Devemos ter muito cuidado, porque o cérebro também tem problemas.

Se o cérebro adoece, necessita de tratamento químico, pois o passe não pode proporcionar serotonina, por exemplo, mas o prozac pode.

“O Espiritismo marcha ao lado da ciência, aceita tudo o que a ciência comprova, e esclarece aquilo que a ciência ignora.” (Allan Kardec.)

Quando fazemos mal a alguém no passado, geramos uma dívida moral diante de nossa consciência. Esta dívida ficará conosco até o momento da reparação. Se a pessoa que desencarnou não nos perdoa, pode querer vingar-se. Como nós temos a culpa em nosso inconsciente, atraímos aquele Espírito que sintoniza com a nossa faixa mental. Onde está o devedor, aí está o cobrador. É assim que ocorre a obsessão.

A obsessão é também um tipo de psicopatologia, das mais graves. Começa com um pensamento, uma ideia perturbadora que vai lentamente invadindo a casa mental da pessoa. Essa ideia fica girando no indivíduo, em forma de culpa e ansiedade, angústia e exaltação. Se a pessoa não for tratada logo, ela pode desequilibrar o cérebro, porque é uma energia negativa sendo descarregada. Isso acontece de modo parecido com a esquizofrenia.

A esquizofrenia é um transtorno mental em que a pessoa passa a ter alucinações visuais e auditivas, escuta vozes de comando, vê vultos ameaçadores e tem delírios persecutórios. A doença se manifesta depois que a personalidade está formada. A doença geralmente se desenvolve de modo silencioso, sem chamar a atenção das pessoas próximas. Somente quando o esquizofrênico entra em crise, a mudança de comportamento fica mais notória.

Deus permite a existência de seres cruéis no seio de civilizações adiantadas para possibilitar que se adiantem, aproveitando a influência de espíritos mais adiantados. Contudo, não suportam o peso da prova e sucumbem, deixando predominar a natureza primitiva.

O lar representa a oportunidade de aprendizado e prática das leis divinas, propiciando o encontro de espíritos amigos de outras existências e promove também os devidos reajustes de desafios de existências passadas.

A educação familiar é essencial para a formação do caráter de um indivíduo. Essa questão é indiscutível, seja em qual meio for tratado. A criança e o jovem dependem desse referencial, tanto quanto do alimento que os sustentam.

Joanna de Ângelis, Espírito, lembra-nos: “A agressividade reponta desde os primeiros dias de vida infantil e deve ser disciplinada pela educação, na sua nobre finalidade de corrigir e criar hábitos salutares”.

O mal que Ivonete ainda tem que conviver guarda relação direta com o seu grau de adiantamento. À medida que ela se adianta, seu senso moral aumenta, até que, aproximando-se da perfeição a que está destinada, seus atos e pensamentos tornar-se-ão exclusivamente morais.

Todos somos parte integrante do Universo Espiritual, nada está livre das responsabilidades e todos em conjunto temos que aprender a cultivar o amor de forma a podermos criar felicidade em nosso redor.

  • Marcia Leal Jek estuda o Espiritismo há mais de 25 anos e é trabalhadora do Centro Espírita Francisco de Assis, em Jacaraipe, Serra, ES.