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Violet e Allen Large, que vivem em uma pequena casa em Lower Truro, no Canadá, resolveram levar ao limite a ideia de desapego e doaram quase por completo o prêmio de 11 milhões de dólares que ganharam na loteria. Marcia Leal Jek comenta.

  • Data :29/11/2010
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Casal doa quase todo o prêmio de US$ 11 milhões que ganhou na loteria

Rio - Um casal de aposentados canadenses resolveu levar ao limite a ideia de desapego e doou quase por completo o prêmio de 11 milhões de dólares que ganhou na loteria. Violet e Allen Large, que vivem em uma pequena casa em Lower Truro, na Nova Escócia (leste), ganharam a fortuna em julho do ano passado.

Segundo as almas caridosas, eles não precisam de mais nada e acreditam que o dinheiro não traz felicidade. Para fazer as doações, Violet e Allen fizeram uma lista na qual anotaram, além de membros de sua família, hospitais, serviços de bombeiros, igrejas, cemitérios e organizações beneficentes. E começaram a assinar cheques.

Quando sua generosidade foi percebida pela mídia, primeiro em Halifax (capital de sua província) e depois nos meios de comunicação de todo o Canadá, seus rostos sorridentes começaram a aparecer na televisão e, nesta sexta-feira, na capa do jornal de referência deste país, The Globe and Mail.

A mulher disse que se considera uma pessoa de muita sorte, sobretudo porque não sofreu enjoos após um tratamento de quimioterapia que recebeu para combater um câncer. Mas reconheceu o prazer de observar as reações dos destinatários: “Quando viam o cheque, abriam os olhos como pratos”, disse à Rádio-Canadá.

Os Large guardaram para si 2% do prêmio, ou seja, cerca de 200 mil dólares.

Notícia publicada em O Dia Online , em 6 de novembro de 2010.

Marcia Leal Jek comenta*

Tem pessoas que passam a vida toda sonhando com o grande prêmio da loteria e planejando como gastar esse prêmio, mas esse dia nunca chega. E, para outros, demora tanto a chegar, que quando o dinheiro lhes cai nas mãos já não sabem o que fazer com ele.

Foi o que aconteceu com os canadenses Violet e Allen Large: ganharam mais de US$ 11 milhões na loteria e resolveram doar quase por completo o prêmio.

Só há uma explicação para tal atitude desse casal, e definiremos com duas palavras: amor e desapego.

Vivemos em um mundo movido pelo dinheiro, e a maior aspiração da humanidade é ficar extremamente rica com o menor esforço possível.

A sociedade está vivendo tantas dificuldades materiais, como perda de empregos, dificuldades financeiras, renda familiar baixa e dificuldades na área da saúde, que se torna difícil fazermos a caridade, tanto material quanto moral.

Mas devemos entender que essa prova que estamos passando é para desenvolver o desapego material e o sentimento para com o próximo.

O dinheiro e os recursos materiais de que dispomos, e também a falta deles, é simplesmente mais um meio de progredirmos.

O Espiritismo nos explica que a nossa verdadeira riqueza está nos nossos conhecimentos, nos sentimentos vivenciados e situações experienciadas.

Se formos analisar, não temos nada nesse mundo. Nossos sentimentos, esses sim, nós os carregamos e eles são nossos, como o prazer de conversar com um amigo, o amor pelos entes queridos, a alegria de poder ajudar ao próximo e de se manter no caminho da evolução.

A vida deve ser um exercício contínuo de amor e desprendimento: desapegar-se do dinheiro, da posse, de cargos, do próprio sofrimento, e assumir aquilo que temos de melhor.

Vamos trabalhar por amor, que se transforma em paciência, desprendimento, caridade. Allan Kardec escreve no item 7, do Cap. 16, do livro O Evangelho Segundo O Espiritismo , chamado “Utilidade providencial da riqueza”, definindo que o homem de bem tem como missão trabalhar também pelo progresso material do planeta, não apenas pelo progresso espiritual, mas também pelo bem estar e as conquistas. E é isso que Jesus propõe: a evolução do sentido pleno para que a sociedade possa usufruir do bem estar.

Se conseguíssemos olhar a vida com os olhos do Espírito, muitas inquietações sobre o apego à matéria seriam evitadas.

Allen, ex-soldador de 75 anos, responde: “O dinheiro não compra a felicidade”. É uma resposta verdadeira. Por que firmar-se na alegria do dinheiro, sendo que o dinheiro é passageiro? Hoje está com você e amanhã já não está mais.

Vamos sim acumular dinheiro, mas dinheiro celestial que é o amor. Sem amor, nada seremos.

  • Marcia Leal Jek estuda o Espiritismo há mais de 25 anos e é trabalhadora do Centro Espírita Francisco de Assis, em Jacaraipe, Serra, ES.