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Os pés e as mãos da dependente foram atados à cama. Segundo a família, a mulher tem 31 anos e há oito começou a fumar crack. Ela fica agressiva por causa da falta da droga. Secretaria de Saúde ofereceu tratamento pelo SUS. Marcia Leal Jek comenta.

  • Data :16/11/2010
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Mãe amarra filha para evitar que ela use crack, no sul de Minas

Segundo a família, a mulher tem 31 anos e há oito começou a fumar crack. Secretaria de Saúde da cidade ofereceu tratamento pelo SUS.

Do G1 MG

A mãe de uma usuária de crack amarrou a filha para evitar que ela usasse droga, em Careaçu, no sul de Minas Gerais. Segundo a família, a mulher tem 31 anos e há oito começou a fumar crack. A mãe conta que a filha fica agressiva por causa da falta da droga.

Ainda de acordo com a família, a mulher já foi internada várias vezes, mas sempre tem recaídas. O secretário de saúde da cidade, Francisco Carlos Cintra, conseguiu uma vaga de internação em uma clínica integrada ao Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo o secretário, o tratamento começa nesta quarta-feira (6).

Notícia publicada no Portal G1 , em 6 de outubro de 2010.

Marcia Leal Jek comenta*

Falar em drogas causa um desconforto em qualquer pessoa, pois dá de imediato a ideia de vício, destruição, perda.

A dependência química é uma doença psiquiátrica que se caracteriza pela perda de controle do uso de determinadas substâncias psicoativas, talvez um dos maiores problemas enfrentados pelas pessoas na atualidade, dadas a insegurança, a imaturidade e a ansiedade em que se vive.

Sempre achamos que os problemas só ocorrem na casa do vizinho e na casa dos outros, e quando nos atinge entramos em desespero.

O elo que existe entre pais e filhos é uma das ligações mais fortes da natureza. Pode ter a idade que for, o amor sempre continua o mesmo. Só um grande amor move a Vida.

O instinto de ser mãe surge naturalmente, e o amor de Maria Regina Dutra fez com que ela fosse capaz de qualquer coisa para defender sua filha Kelly, até mesmo amarrá-la por ser viciada em crack e álcool há 8 anos.

Esta doença não é fácil de ser curada, pois depende de muita força de vontade do doente e dedicação de todos os envolvidos (profissionais, amigos e, principalmente, familiares).

O que o Espiritismo nos esclarece em relação à dependência química é que tal vício vem, geralmente, como um problema oriundo do próprio Espírito, inclusive trazendo predisposições psíquicas de vidas passadas, que, se não forem contidas com fortes bases educacionais, muito mais difícil será o seu controle.

Esclarece-nos o Espírito Joanna de Ângelis(1), no livro Conflitos Existenciais , que “na origem da drogadição está o espírito aturdido, inseguro, às vezes revoltado, que traz do passado uma alta carga de frustrações e de rebeldia. (…) Os conflitos no lar, a ausência de diálogo, os conflitos internos respondem também pela procura das drogas. Num outro grupo encontramos aqueles que acham que a vida deve ser sempre agradável e compensadora, buscando nas drogas de qualquer natureza uma fuga da realidade. (…) Muitas das pessoas viciadas são vítimas do mesmo hábito que mantiveram em existência anterior, na qual mergulharam em abismo profundo e retornaram com as marcas da dependência que os consome.”

Kelly não foi colocada nesta família por casualidade, mas porque existe o propósito de experiência reencarnatória a ser vivida entre ela e sua mãe e que tenham oportunidade de resgatar débitos passados ou, simplesmente, de aprendizagem para evolução.

Por mais que tenhamos o desejo de ajudar uma pessoa nestas condições, cada um de nós tem o livre-arbítrio para escolher o que fazer em cada situação da vida. Maria Regina poderia usar várias estratégias de comunicação com a Kelly: tentar o diálogo em casa, mostrar através de documentários e reportagens científicas os malefícios do crack, visitar com ela algum local em que dependentes são tratados para que veja e sinta as dificuldades que uma pessoa atrai quando é usuário de drogas.

Como mãe, certamente, seu coração está apertado por saber que o uso de crack não é boa coisa. O que está ao seu alcance é o amor, instrumento transformador que toca a todos, embora nem sempre seja compreendido por aqueles que se desviam do equilíbrio.

Entretanto, ensinam-nos os Espíritos que aprendemos pelo amor (que é a disposição real de crescer) ou pela dor, vivendo nossas próprias experiências e sofrendo-lhes as consequências, porque todo sofrimento traz grandes aprendizados para a vida toda. Dessa forma, a dor ainda é a melhor mestra. Por isso, precisamos dela para despertar e nem sempre podemos evitá-la.

O melhor antídoto de ajuda para a Kelly é o amor e o carinho em todos os momentos. Nosso companheiro Chico Xavier esclarece: “Reconhecemos que devemos combater a influência dos tóxicos através de uma intensificação do amor, na assistência afetiva mais intensiva junto de nossos filhos”.(2)

Fiquemos com a certeza que quando nos colocamos na posição de semeadores do bem, do amor, da verdade e da justiça, recebemos as armas necessárias a combater as sombras de nós mesmos e poder auxiliar aos entes queridos a combaterem as próprias sombras.

Vamos nos livrar dos tóxicos corrosivos de nossa alma (ódio, orgulho, vaidade e preguiça) e utilizar mais a terapia do Evangelho, onde o amor é a energia profundamente curativa, com o auxilio do tratamento da fé e da vontade.

Fontes:

(1) Joanna de Ângelis é a guia espiritual do médium espírita brasileiro Divaldo Franco. Entidade à qual é atribuída a autoria da maior parte das suas obras psicografadas;

(2) Francisco Cândido Xavier, Fonte de Luz e Bençãos , Lição 41, Tóxicos, Edição independente.

  • Marcia Leal Jek estuda o Espiritismo há mais de 25 anos e é trabalhadora do Centro Espírita Francisco de Assis, em Jacaraipe, Serra, ES.