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  • Homem cai de 39 andares e sobrevive!

Thomas Magill é mais um caso de alguém que ’nasceu de novo’. Ele caiu do 39º andar de um prédio em Nova York, e conseguiu escapar. Tudo porque atingiu um automóvel estacionado na rua. O corpo atravessou o vidro traseiro e se acomodou no banco do carro. Jorge Hessen comenta.

  • Data :31/10/2010
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Homem cai de 39 andares e sobrevive!

Thomas Magill é mais um caso de alguém que “nasceu de novo”. O americano de 22 anos sofreu queda do 39º andar de um prédio em Manhattan, Nova York, e conseguiu escapar. Tudo porque caiu em cima de um carro estacionado na rua. O corpo atravessou o vidro traseiro e se acomodou no banco de couro do Dodge Charger.

“Minha perna! Minha perna!”, gritou aos paramédicos, após a queda livre de 121 metros.

De acordo com médicos, Thomas sofreu um problema nos pulmões, teve uma perna fraturada e um calcanhar esmagado.

“Ele caiu mais ou menos a uns 160 quilômetros por hora”, disse Andrew Petrocelli, de 47 anos, que estava fazendo serviço de manutenção na rua no momento da queda.

Milagre? O dono do carro, Guy McCormack, acredita que o rosário de cristal que ele mantém no interior do veículo salvou a vida de Thomas, segundo reportagem do “Daily News”.

“Isto foi o que o salvou!”, exclamou Guy.

A polícia investiga se Thomas, que é estudante de música, caiu acidentalmente ou se ele se jogou. Em sua página no Facebook, o americano chegou a afirmar: “Odeio a minha vida. Estou cansado dela”. A família de Thomas é de Staten Island, mas a polícia encontrou um registro de que ele já foi morador do prédio.

Notícia publicada no Jornal O Globo , em 2 de setembro de 2009.

Jorge Hessen comenta*

Thomas Magill, um americano de 22 anos, sofreu uma queda do 39º andar de um prédio em Manhattan, Nova York. Ele caiu sobre um carro estacionado na rua, seu corpo atravessou o vidro traseiro e se espatifou no banco de couro do Dodge Charger. Magill caiu, mais ou menos, a uma velocidade de 160 quilômetros por hora e sobreviveu.

Milagre?… Fatalidade?… Acaso?… Acidente?…

Há muitos fenômenos naturais que desafiam a razão humana e permanecerão na dimensão do incognoscível no círculo da ciência tradicional por um bom tempo. No episódio Magill, será que houve uma interseção do Plano Espiritual, ou seja, teriam os Espíritos neutralizado os efeitos da Lei da Gravidade e por consequência diminuído a extensão do impacto sobre o carro? Por que em vários outros fatos semelhantes não há esse tipo de suposta intervenção espiritual?

Acaso é uma palavra vazia de significado e sequer existe no dicionário espírita. Milagre? Para os espíritas, o milagre seria uma postergação inconcebível das leis eternas fixadas por Deus, obras que são da sua vontade, e seria pouco digno da Suprema Potência exorbitar da sua própria natureza e variar em seus decretos. Então, haverá fatalidade nos acidentes e/ou acontecimentos outros da vida, conforme o sentido que se dá a este vocábulo? Quer dizer: os acidentes e/ou acontecimentos diversos são predeterminados? E o livre-arbítrio como ficaria?”. A fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito fez ao encarnar, desta ou daquela prova para sofrer. E, mais ainda, “fatal”, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é, segundo o Espiritismo.

Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, se o instante da morte ainda não chegou, não morreremos? Segundo os Espíritos: Não desencarnaremos e sobre isso temos muitos de exemplos. De fato, em todas as épocas, muitas criaturas têm saído ilesas das mais extremas situações de perigo. Por outro lado, porém, haverá quem questione:  - Mas, com que fim passam certas pessoas por tais perigos que nenhuma consequência grave lhes causam? Na questão 855, de O Livro dos Espíritos, o assunto é melhor explicado pelos Espíritos: “Se escapas desse perigo, quando ainda sob a impressão do risco que correste, cogitas, mais ou menos seriamente, de te melhorares, conforme seja mais ou menos forte sobre ti a influência dos Espíritos bons”.

O tema e o estudo sobre fatalidade têm múltiplas facetas. Devem ser considerados sob diversos ângulos. A fatalidade existe unicamente pela escolha que fazemos, ao encarnar, desta ou daquela forma para sofrer. Escolhendo-a, instituimos para nós uma espécie de destino, que é a consequência mesma da posição em que venhamos a nos achar colocado. Se estamos cumprindo, no uso de nosso livre-arbítrio, a programação reencarnatória, não há como, pois, sermos visitados pela fatalidade. Por isso, cremos que não há livre-arbítrio, nem determinismo absolutos, na encarnação, mas liberdade condicionada.

Destarte, a Doutrina dos Espíritos, embasada em O Livro dos Espíritos, não respalda a ideia de fatalidade, merecendo, por isso, leitura e reflexão. Então, qual a finalidade desses acidentes que causam tanto espanto? Como a Justiça Divina pode ser percebida nessas situações extremas? Por que algumas pessoas escapam, e outras não, de quedas, por exemplo, como vimos acima? Lembrando que fatalidade, destino, azar, sorte são palavras sempre citadas em situações como essa.

A fatalidade física, o momento da morte, virá naturalmente, no tempo e maneira pré-estabelecida, a não ser que o precipitemos, pelo uso de nosso livre-arbítrio, através do suicídio, por exemplo. Instante é um momento, uma fração de tempo indefinido, mais ou menos dúctil, diferente de hora, minuto e segundo da morte. É evidente que Deus a tudo prevê, mas os acontecimentos não estão a isso condicionados; Deus previu as nossas ações, mas nós não agimos porque Deus previu, mas porque utilizamos o nosso livre-arbítrio desta ou daquela maneira e Ele tinha ciência dessa nossa maneira de agir.

Ora! se usamos bebidas alcoólicas e dirigimos um veículo a 150 km/h, ou atravessamos uma avenida de intenso fluxo de automóveis, de olhos fechados, por exemplo, estamos nos expondo e nos sujeitando à “fatalidade”, mas, antes do nosso procedimento errôneo, utilizamos o nosso livre-arbítrio.

O que essas reflexões tem a ver com o caso do americano que caiu do 39º andar de um prédio em Manhattan, Nova York? Bem! pelo sim, pelo não, cremos que a  espiritualidade superior não tem qualquer compromisso com a fatalidade, podendo alterar programações reencarnatórias de acordo com o merecimento do reencarnado; para tal, sobre o prisma espiritual, a fatalidade não é fatal, podendo ser modificada, já que é possível renovar nosso destino todos os dias e nem duvidemos disso.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal lotado no INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.