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  • Após perder todos os membros, menino volta à escola e se torna o mais popular

Harley Lane teve uma meningite e foi desenganado pelos médicos. Sofreu ainda septicemia, infecção generalizada grave, e precisou amputar os membros. Mais de um ano depois, voltou à escola. Jorge Hessen comenta.

  • Data :22/10/2010
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Mesmo tendo perdido todos os membros, menino volta à escola e se torna o mais popular da classe

Britânico de 4 anos teve pernas e braços amputados por causa de meningite

Crescer

Em maio do ano passado, Harley Lane teve uma meningite e foi desenganado pelos médicos. Sofreu ainda septicemia, infecção generalizada grave, e precisou amputar os braços e as pernas. Hoje, mais de um ano depois da doença, voltou à escola.

Com próteses e uma cadeira de rodas, que foram pagos por doações, o menino se tornou o garoto mais popular da classe, contou seu pai, Adam Lane, ao jornal britânico Daily Mail . “A personalidade vencedora do meu filho atraiu as crianças, todas querem ser seu melhor amigo. Além disso, ele vai todos os dias às aulas e gosta de tudo, porque é um mundo novo para ele”, afirmou o homem.

Durante o período que permanece na escola, Harley é ajudado por um assistente de ensino. Além disso, o lugar recebeu uma sala equipada para ajudar na higienização do menino, prevenindo assim infecções. Segundo Jean Burston, diretor da escola primária, o garoto está se adaptando muito bem.

A história do menino que perdeu os membros comoveu as pessoas e fez com que ele recebesse uma doação de aproximadamente 500 mil libras, o que equivale a mais de um milhão de reais. Com esse dinheiro, os pais de Harley se mudaram para uma casa adaptada as novas necessidades do filho.

No último verão europeu foi ele quem levou as alianças da cerimônia de casamento dos pais, que havia sido adiada em decorrência de sua doença. Agora, além de frequentar a escola, ele também está aprendendo a lidar com as suas próteses.

Notícia publicada na Revista Crescer , em setembro de 2010.

Jorge Hessen comenta*

Harley Lane, um menino inglês de 4 anos, teve uma meningite e foi desenganado pelos médicos. Sofreu uma septicemia, uma infecção que ocorre no sangue causada pela proliferação de bactérias e toxinas, conhecida também como sangue envenenado. Essa infecção danifica os tecidos do organismo e diminui a pressão arterial, provocando o fechamento de veias, interferindo na circulação sanguínea. Harley precisou amputar os braços e as pernas e pouco tempo depois, utilizando  próteses e uma cadeira de rodas, voltou à escola e se tornou o garoto mais popular da classe, devido ao seu esforço de superação em um corpo físico completamente mutilado. Atualmente, é amparado por um assistente de ensino para ajudá-lo na higienização, prevenindo assim novas infecções.

Jessica Cox, uma americana nascida sem os braços, por conta de uma enfermidade congênita, vem ganhando popularidade nos Estados Unidos como exemplo de superação. Ela se tornou a primeira pessoa a conduzir uma aeronave somente com os pés e conseguiu um brevê de piloto. Cox não se entrega aos limites físicos e não se prende ao “não posso”, costuma dizer ante os desafios “ainda não consegui”. Sob esse raciocínio, acredita que quando na limitação física não se pode fazer algo, mas pode-se buscar meios de superação a fim de vencer, quebrar limites, expandir, ampliar horizontes, levando a barreira limite para mais distante do ponto anterior.

A maior conquista de Jessica é a auto-estima e elevado grau de auto-aceitação, o que dá a ela esses talentos. Em suas palestras, Jessica procura mostrar às outras pessoas que a auto-confiança é a principal arma para superar as adversidades. Há muitas pessoas ditas “normais” que sofrem de uma deficiência real – a falta de confiança em si mesmas, eis aí os verdadeiros aleijões humanos. Outro caso de superação é de Flávia Cristiane Fuga e Silva, uma brasileira de 26 anos, portadora de paralisia cerebral, que recebeu sua carteira de advogada, após cinco anos de faculdade e três exames da OAB-SP. Flávia praticamente não fala e se locomove com o auxílio de uma cadeira de rodas. Foi aprovada no exame 133, realizado em agosto de 2007, em que 84,1% dos 17.871 candidatos foram reprovados.

Muitos paralíticos, surdos, mudos e cegos, sob essa égide valorativa de “eficiência”, são considerados “deficientes”, isto é, aqueles cuja “eficiência” é falha, é  insuficiente, e não tem como ser vencida, superada. Entendendo que o limitado físico não sofre de falta de “eficiência”, por essa razão postulamos que os “deficientes” não são deficientes, apenas estão temporariamente restritos para fazerem uma ou outra coisa.

Os preceitos espíritas nos remetem a entender que somos sempre herdeiros de nós mesmos, motivo pelo qual é importante que nos esforcemos, a fim de crescermos emocionalmente, amadurecendo conceitos e reflexões, aspirações e programas reencarnatórios, cuja materialização nos submetemos. É importante reconhecermos as próprias dificuldades e esforçar-nos para vencê-las, evitando a queixa a fim de não deprimir o entusiasmo de viver, levando-nos a estados depressivos. Não devemos nos deter na autocompaixão piegas e inútil, precisamos nos motivar para crescer e alcançar os patamares psicológicos mais elevados de autosuperação.

É bem verdade que há dolorosas reencarnações que significam tremenda luta expiatória para as almas necrosadas no vício. As vicissitudes da vida corpórea constituem expiação das faltas do passado e, simultaneamente, provas com relação ao futuro, a fim de  depurar-nos e elevar-nos, se as suportamos resignados e sem autopiedades. A paralisia, o câncer, a epilepsia, a cegueira, a mudez, a idiotia, a surdez, a hanseníase, o diabete, o pênfigo foliáceo, a loucura e todo o conjunto das patologias de etiologias obscuras e quase incuráveis significam sanções instituídas pelo Criador da vida, portas a dentro da Justiça Universal, atendendo-nos aos próprios pedidos, para que não venhamos a perder as glórias eternas do espírito a troco de lamentáveis ilusões humanas.

Diante dos desafios do viver na Terra, devemos trilhar pelo caminho da autosuperação sob os influxos tenazes da autoconfiança. Esse estado de espírito resulta das conquistas contínuas que demonstram o valor de que se é portador, produzindo imensa alegria íntima, e esta se transforma em saúde emocional, com a subsequente superação dos conflitos remanescentes das experiências de vidas pregressas.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal lotado no INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.