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Cerca de 70 mil mulheres são vítimas de tráfico sexual para a Europa Ocidental anualmente, segundo relatório da UNODC (agência da ONU para Drogas e Crime), divulgado na Espanha. Sonia Maria Ferreira da Rocha comenta.

  • Data :19 Sep, 2010
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Europa Ocidental tem 140 mil ‘escravas sexuais’, diz relatório da ONU

Cerca de 70 mil mulheres são vítimas de tráfico sexual para a Europa Ocidental anualmente, segundo estima um relatório da UNODC (agência da ONU para Drogas e Crime).

Segundo o documento O Tráfico de Pessoas para a Europa para Exploração Sexual , haveria atualmente cerca de 140 mil mulheres obrigadas a trabalhar no mercado do sexo na região.

A ONU avalia que essas 140 mil mulheres traficadas façam ao todo cerca de 50 milhões de programas anuais, a um custo médio de 50 euros por cliente (cerca de R$ 109), movimentando um total de 2,5 bilhões de euros (R$ 5,47 bilhões).

O relatório da ONU foi divulgado na Espanha pelo diretor-executivo da UNODC, Antonio Maria Costa, para coincidir com o lançamento da campanha internacional Coração Azul de combate o problema.

“Os europeus acreditam que a escravidão foi abolida há centenas de anos. Mas olhem em volta – os escravos estão em nosso entorno. Precisamos fazer mais para reduzir a demanda por produtos feitos por escravos e por meio da exploração”, afirmou Costa.

Origens

O relatório da ONU cita a região dos Bálcãs como a principal origem das mulheres traficadas para a Europa Ocidental (32% do total), seguida dos países do ex-bloco soviético (19%), mas observa também um aumento no número de mulheres brasileiras traficadas (as sul-americanas são 13% do total).

Segundo a organização, a maioria das vítimas brasileiras de tráfico sexual para a Europa são originárias de regiões pobres no norte do país, principalmente nos Estados do Amazonas, do Pará, de Roraima e do Amapá.

O relatório observa ainda que as vítimas sul-americanas (principalmente do Brasil e do Paraguai) são traficadas principalmente para Espanha, Itália, Portugal, França, Holanda, Alemanha, Áustria e Suíça.

Em Portugal, dados do governo local divulgados na semana passada indicam que as brasileiras são 40% das mulheres traficadas no país.

Na Espanha, segundo os dados da ONU, o número de vítimas brasileiras e paraguaias ultrapassou desde 2003 o de vítimas colombianas, antes majoritárias no país.

Números

O total de 140 mil mulheres traficadas na Europa foi estimado pela ONU com base no número de 7.300 vítimas detectadas na Europa Ocidental em 2006. A organização estima que 1 em cada 20 vítimas seriam detectadas, indicando um total de 140 mil.

A agência estima ainda que o mercado tem uma renovação em média a cada dois anos, levando ao número de 70 mil novas vítimas a cada ano para substituir as que conseguem deixar a condição.

O relatório da ONU, porém, questiona alguns números de pesquisas sobre o tema. O documento cita uma estimativa de 700 mil mulheres trabalhando como prostitutas na Europa Ocidental (incluindo as que trabalham sem coerção).

Mas ao confrontar esse número com as pesquisas que indicam uma média de 6% dos homens pagando por sexo a cada ano nesses países, a organização estima que isso levaria a uma média de dez clientes anuais por prostituta, um número extremamente baixo mesmo que se tratassem de clientes regulares.

Para a organização, ou menos mulheres trabalham como prostitutas ou mais homens estão pagando por sexo com elas – ou ambas as coisas.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 30 de junho de 2010.

Sonia Maria Ferreira da Rocha comenta*

A notícia trata de dois temas que já deveriam ter sido, há muito tempo, eliminados da humanidade. O primeiro é a escravidão, que sob qualquer pretexto, não mais deveria estar convivendo na nossa sociedade. O segundo é a prostituição, que faz do sexo, que deveria ser tratado com muito respeito e disciplina, um produto vulgar de prazer.

Joanna de Ângelis, Espírito, em uma reflexão sobre o assunto, nos diz que:

“Como o fogo que necessita ser disciplinado para ser útil, o sexo deve ser dirigido pelo amor a fim de preencher a sua finalidade santificante.”

O ensinamento acima resume o que a nossa doutrina entende a respeito do sexo, que ainda é tão mal compreendido.

Essa notícia nos mostra que, apesar do desenvolvimento tecnológico em que vivemos, ainda estamos nos primórdios da evolução moral. Tanto a escravidão como a prostituição são antigas no meio da nossa sociedade, mas que já deveriam ter sido banidas da humanidade.

A energia sexual, ainda tão mal valorizada pela sociedade, está sendo utilizada como válvula de escape para confundir a si próprio diante dos seus desenganos e desencontros, levando o ser humano à prática do sexo de forma irresponsável, induzindo a sérios compromissos espirituais, no futuro.

O Espírito Emmanuel, no livro O Consolador , questão 184, psicografado por Francisco Cândido Xavier, orienta-nos que “ao invés da educação sexual pela satisfação dos instintos, é imprescindível que os homens eduquem sua alma para a compreensão sagrada do sexo”.

Viver o sexo de maneira saudável requer uma disciplina para que essas energias sejam canalizadas corretamente em benefício de uma sociedade bem equilibrada.

Pior do que sexo por prazer é o que vemos nessa matéria, como recurso econômico. É o estágio mais lamentável do ser humano. Está deixando de ser usado como partícipe divino na bendita oportunidade na reencarnação para ser levianamente produto da irresponsabilidade e da ambição humana.

Para o Espiritismo, o sexo é a energia criadora que necessita estar baseada no sentimento, no respeito, pela fidelidade e acima de tudo pelo amor, a fim de alcançar seu objetivo maior que é ser co-criador da humanidade.

Não podemos esquecer que o desregramento do sexo, além dos males espirituais, afetam o nosso físico, que é o instrumento do nosso aperfeiçoamento evolutivo, com transtornos psicológico e afetivo.

Diante do nosso grau evolutivo, a sexualidade ainda é uma prova difícil, na qual devemos trabalhar sua superação cotidianamente. Hoje temos a responsabilidade de saber viver a sexualidade com equilíbrio e autocontrole.

O Evangelho de Jesus deve ser o guia inseparável dos nossos dias para que possamos trabalhar nossos valores e não desperdiçar a bendita oportunidade da reencarnação.

  • Sonia Maria Ferreira da Rocha reside em Angra dos Reis, RJ, estuda o Espiritismo há mais de 30 anos e é colaboradora regular do Espiritismo.net.