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Com 9 anos de idade, Cameron Mott, que apresentava um gravíssimo quadro degenerativo, teve alta 4 semanas após cirurgia feita por neurologistas da Universidade Johns Hopkins. Jorge Hessen comenta.

  • Data :25/05/2010
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Menina com 50% do cérebro surpreende médicos e já fala em virar bailarina

Com 9 anos de idade, Cameron Mott teve alta 4 semanas após cirurgia. Hemisferectomia foi feita por neurologistas da Universidade Johns Hopkins.

Do G1, em São Paulo

Ela teve quase 50% do cérebro removido por ordem médica, e não só sobreviveu como já faz planos para o futuro.

A recuperação de Cameron Mott, de 9 anos de idade, surpreendeu médicos e familiares.

A doença, um gravíssimo quadro degenerativo chamado síndrome de Rasmussen, vinha corroendo o lado direito de seu cérebro havia seis anos.

A lenta destruição causava convulsões violentas que, na opinião médica, só poderiam ser evitadas por meio da pura e simples remoção de metade do cérebro de Cameron.

O caso foi publicado no site do jornal britânico “Daily Mail”, entre outros veículos.

Segundo a reportagem, contrariando a literatura médica, a menina já consegue correr e brincar.

As únicas sequelas foram uma “pequena debilidade” nos movimentos e a perda da visão periférica.

Ela teve alta do hospital da Universidade Johns Hopkins quatro semanas depois da hemisferectomia (a extirpação cirúrgica de um hemisfério cerebral) e encerrou há pouco a fisioterapia.

E já avisou aos pais que deseja ser bailarina.

Segundo os neurologistas da Johns Hopkins, a recuperação de Cameron ilustra uma situação raríssima em que o cérebro promove uma “reconfiguração”.

Um caso semelhante, noticiado com alarde em outubro do ano passado, é o da americana Michelle Mack, de 37 anos. Nascida com metade do cérebro, Michelle fala normalmente.

O lado direito de seu cérebro também se “reconfigurou” para assumir também as funções típicas do lado esquerdo.

À época, Jordan Grafman, chefe da Seção de Neurociência Cognitiva dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos EUA, explicou o que alguns já qualificavam de milagre: o cérebro de Michelle se reconfigurou, assumindo tarefas do hemisfério inoperante.

Em seu caso, porém, as sequelas foram mais significativas: ela tem dificuldades na compreensão de conceitos abstratos e se perde facilmente em lugares com os quais não tem familiaridade.

Notícia publicada no Portal G1 , em 26 de março de 2010.

Jorge Hessen comenta*

Nos últimos anos, a neurociência sofreu uma explosão no campo da pesquisa. A cada dia, surgem novas técnicas, como mapeamentos cerebrais, que podem fotografar instantaneamente o fluxo sanguíneo do órgão. “Todas as inovações ajudaram a revelar a organização do cérebro em detalhes."(1) Nosso cérebro representa, apenas, 2% do peso total do corpo, mas possui, segundo pesquisas atuais, aproximadamente, 100 bilhões de neurônios [células nervosas cerebrais], sendo que, em algumas de suas partes, para realizar suas funções, aglomera até 5 milhões de neurônios de uma só vez e é capaz de produzir cerca de 1.000 trilhões de conexões.

Como os neurônios estão em atividade permanente, o consumo de energia é grande, motivo pelo qual o cérebro consome 20% do oxigênio diário, necessário para o corpo físico. Sabe-se, hoje, que o cérebro contém 78% de água, 10% de gordura, 8% de proteína, 1% de carboidrato, 1% de sal e 2% de outros componentes. No cérebro temos, no córtex, “os centros da visão, da audição, do tato, do olfato, do gosto, da palavra falada e escrita, da memória e de múltiplos automatismos em conexão com os mecanismos da mente, configurando os poderes da memória profunda, do discernimento, da análise, da reflexão, do entendimento e dos multiformes valores morais de que o ser se enriquece no trabalho da própria sublimação."(2)

Os neurocientistas não têm mais medo de falar, publicamente, sobre consciência e como o cérebro produz a mente. Segundo pesquisadores, a experiência espiritual das pessoas pode ser explicada pela “ausência” de atividade em uma das regiões do cérebro, mas, especialmente no lóbulo parietal direito, onde se processa as preferências e gostos pessoais, e onde se “reconhecem as habilidades e os interesses amorosos da pessoa, portanto, responsáveis pela afirmação da identidade individual, segundo Brick Johnstone, da Universidade de Missouri-EUA."(3)

Cameron Mott, 9 anos de idade , após ser submetida a complexa cirurgia do cérebro, teve alta um mês após a internação no hospital da Universidade Johns Hopkins. A menina teve quase 50% do cérebro removido por ordem médica(4). As únicas sequelas foram uma “pequena debilidade” nos movimentos e a perda da visão periférica. A sua recuperação surpreendeu médicos e familiares e contrariou a literatura médica. Atualmente a menina já consegue correr e brincar e faz planos para o futuro - quer ser bailarina!

Mott era portadora de síndrome de Rasmussen, doença que vinha corroendo o lado direito de seu cérebro há seis anos, causando convulsões violentas. Na opinião médica, só poderiam ser evitadas sequelas mais agudas pela remoção da metade do cérebro da paciente. Segundo os cirurgiões, a recuperação de Cameron ilustra uma situação raríssima em que o cérebro promove uma “reconfiguração”. Tal como ocorreu com Michele Mack, de 37 anos. Nascida com metade do cérebro, Michelle fala normalmente. O lado direito de seu cérebro se “reconfigurou” para assumir as funções típicas do lado esquerdo. Porém, em seu caso, as sequelas foram mais acentuadas: Mack tem dificuldades na compreensão de conceitos abstratos e se perde facilmente em lugares com os quais não tem familiaridade.

Embora nossa experiência no mundo nos condicione de muitas maneiras, o cérebro, sem dúvida, possui uma capacidade espantosa de se reconfigurar de acordo com a informação que recebe de fora.

Atualmente, é consenso que a função cerebral mais básica é manter o restante do corpo físico vivo. Os processos envolvidos nessa tarefa, entretanto, são extremamente complexos. O cérebro apresenta 38 tipos de enzimas (neurotransmissores), tais como: dopamina, serotonina, endorfina, noradrenalina etc, além de tantas outras funções vitais. O cérebro humano constitui-se num verdadeiro arcabouço complexo de inúmeras reações de várias naturezas bioquímicas, eletroquímicas e magnéticas. E por ser tão complexo e tão importante, muitos materialistas do passado defendiam a tese de que os pensamentos vinham do cérebro. Se indagarmos a um materialista o que é mente, ele irá responder certamente que a mente é responsável pelos pensamentos. Mas será só isso? Vamos raciocinar como nos sugere o bom senso espírita. Se os pensamentos vêm da mente, logo a mente pensa! Se a mente pensa, logo a mente é pensante. Se é pensante, logo ela raciocina, ou seja, é inteligente. Ora, “a inteligência é um atributo do Espírito.”(5)

Embora tentem explicar (só pelos fenômenos físicos), pela prática dos neurologistas, toda a classe de fenômenos intelectuais e até “espirituais”, através das ações combinadas do sistema nervoso; e, em que pese a Ciência ter atingido certezas irrefutáveis, como, por exemplo, a de que uma lesão orgânica faz cessar a manifestação que lhe corresponde, e que a destruição de uma rede nervosa faz desaparecer uma faculdade, ela, porém, está infinitamente limitada para explicar os fenômenos do espírito. Em razão de semelhante situação, não podemos afastar a verdade da influência de ordem espiritual e invisível no cérebro.

O cérebro é o meio que expressa a inteligência no mundo material. Por isso, a maioria dos estudiosos da mente humana faz da inteligência um atributo do cérebro. Há uma diferenciação significativa entre a pesquisa acadêmica com viés, nitidamente mecanicista, e a ciência espírita, pois, enquanto a ciência humana faz do cérebro o excretor da inteligência, a ciência espírita faz do cérebro um instrumento do espírito, que é o ser inteligente individualizado. O cérebro assemelha-se a complicado laboratório “onde o espírito, prodigioso alquimista, efetua inimagináveis associações atômicas e moleculares, necessárias às exteriorizações inteligentes."(6)

Nervos, zona motora e lobos frontais, no corpo carnal, traduzindo impulsividade, experiência e noções superiores da alma, constituem campos de fixação da mente encarnada ou desencarnada. “Para que nossa mente prossiga na direção do alto, é indispensável se equilibre, valendo-se das conquistas passadas, para orientar os serviços presentes, e amparando-se, ao mesmo tempo, na esperança que flui, cristalina e bela, da fonte superior de idealismo elevado; através dessa fonte, ela pode captar, do plano divino, as energias restauradoras, assim construindo o futuro santificante."(7)

“Os órgãos são os instrumentos da manifestação das faculdades da alma, manifestação que se acha subordinada ao desenvolvimento e ao grau de perfeição dos órgãos, como a excelência de um trabalho o está à da ferramenta própria à sua execução.”(8) “Encarnado, traz o Espírito certas predisposições e, se se admitir que a cada uma corresponda no cérebro um órgão, o desenvolvimento desses órgãos será efeito e não causa. Se nos órgãos estivesse o princípio das faculdades, o homem seria máquina sem livre-arbítrio e sem a responsabilidade de seus atos”.(9) Percebe-se, pelas instruções dos espíritos, que a causa dos impulsos cerebrais que levam o indivíduo a realizar um ato ou pensamento reside no espírito. O perispírito, em interação com o cérebro e o sistema nervoso, é responsável pela “ponte” entre o princípio inteligente do universo, essência da vida, e a sua manifestação no mundo material, o corpo físico.

O Codificador busca dos Espíritos a justificação da relação entre os órgãos cerebrais e as faculdades morais e intelectuais (do Espírito), e deles recebe esta magnífica explicação: “Não confundais o efeito com a causa. O Espírito dispõe sempre das faculdades que lhe são próprias. Ora, não são os órgãos que dão as faculdades, e sim estas que impulsionam o desenvolvimento dos órgãos”.(10)

Quando forem descobertas tecnologias muito mais sofisticadas, que nos possibilitem um exame aprofundado da estrutura funcional do perispírito, a medicina transformar-se-á radicalmente. Os hospitais, possuindo instrumentos de altíssima resolução, muito além daqueles que existem hoje, os diagnósticos serão, inequivocamente, precisos, o que possibilitará a cura real das doenças. Os profissionais da saúde trabalharão muito mais de forma preventiva, evitando, assim, por exemplo, as intervenções cirúrgicas alargadas, invasivas, realizadas abusivamente nos dias de hoje. Os médicos terão oportunidade de conhecer, com detalhes, a estrutura transdimensional do corpo perispiritual, compreendendo melhor o modo como se imbricam as complexas estruturas do psicossoma, nas chamadas sinergias, para melhor auxiliar na terapia e manutenção da saúde mento-física-espiritual de seus pacientes.

Fontes:

(1) Disponível no site http://www1.folha.uol.com.br/folha/publifolha/ult10037u318086.shtml , acessado em 18/05/2010;

(2) Xavier, Francisco Cândido/Vieira, Waldo, Mecanismos da Mediunidade, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 2000, cap. IX;

(3) Publicado no jornal científico “Zygon”.SXC, novembro de 2008;

(4) Hemisferectomia (a extirpação cirúrgica de um hemisfério cerebral) realizada por neurologistas da Universidade Johns Hopkins;

(5) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001,  1ª Parte, cap. IV, item 71 – “Inteligência e Instinto”;

(6) Xavier, Francisco Cândido. Emmanuel, Ditado pelo Espírito Emmanuel, RJ: Ed. FEB, 2001;

(7) Xavier, Francisco Cândido. No Mundo Maior, Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 1997, cap. 4;

(8) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed.FEB, 2001, perg. 369;

(9) Idem;

(10) Idem.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal lotado no INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.