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Cientistas acreditam ter encontrado a explicação para os relatos feitos por quem esteve perto da morte, de visões como uma ’luz no fim do túnel’ ou de imagens vividas desfilando como um filme diante dos olhos. Claudia Cardamone comenta.

  • Data :13/04/2010
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Estudo liga ‘visões antes da morte’ a altos níveis de CO2 no sangue

Cientistas acreditam ter encontrado a explicação para os relatos feitos por pessoas que estiveram perto da morte, de visões como uma “luz no fim do túnel” ou de imagens dos momentos vividos desfilando como um filme diante dos olhos.

A equipe da Universidade de Maribor, na Eslovênia, examinou as informações de 52 pacientes durante o momento de uma parada cardíaca, e concluiu que esses fenômenos se devem aos altos níveis de dióxodo de carbono (CO2) presentes no sangue naquele exato momento, por conta da suspensão da respiração.

Os níveis elevados deste composto químico foram registrados em 11 pacientes que relataram ter vivido experiências do tipo, segundo um artigo na revista científica Critical Care .

Os pesquisadores não encontraram nenhum padrão associado a sexo, idade, nível de educação, credo, medo da morte, medo da recuperação ou drogas subministradas durante o ressuscitamento.

Entre as experiências relatadas por pacientes que estiveram próximos da morte estão a visão de um túnel ou uma luz forte, uma entidade mística e até a sensação de “sair do próprio corpo”. Outros relatam apenas uma sensação de paz e tranquilidade.

Na cultura popular, esses fenômenos são atribuídos à religião ou às drogas. Mas, para a equipe eslovena, o estudo oferece uma explicação mais consolidada de por que tantos pacientes que sobrevivem a uma parada cardíaca relatam estas sensações.

Estima-se que entre 10% e 25% dos pacientes que sofrem de paradas cardíacas vivenciam algo semelhante.

A anoxia – a morte de células do cérebro em consequência da falta de oxigênio – é uma das principais teorias para explicar as experiências vividas em momentos de morte iminente. Mas este efeito foi estatisticamente insignificante no pequeno grupo de onze pacientes que as vivenciaram no estudo esloveno.

Em compensação, os níveis de CO2 no sangue destes pacientes foi muito mais alto que no resto dos pacientes da pesquisa.

Outros experimentos já mostraram que inalar dióxodo de carbono pode levar alucinações similares às relatadas em momentos de morte iminente.

O que a equipe ainda não sabe, porém, é se estes altos níveis de CO2 se devem à parada cardíaca ou se já eram registrados antes do fenômeno.

“Esta é potencialmente outra peça do quebra-cabeças. Precisamos de mais pesquisas”, disse a pesquisadora que coordenou o estudo, Zalika Klemenc-Ketis.

“Experiências de quase morte nos fazem questionar nossa compreensão da consciência humana, portanto, quanto mais, melhor.”

O cardiologista Pim van Lommel, que há anos estuda fenômenos semelhantes, descreveu as conclusões como “interessantes”.

“Mas eles não encontraram a causa, apenas uma associação. Acho que isto permanecerá um dos grandes mistérios da humanidade”, disse.

“As ferramentas que os cientistas possuem simplesmente não são suficientes para explicá-los.”

Notícia publicada na BBC Brasil , em 9 de abril de 2010.

Claudia Cardamone comenta*

Esta notícia e, principalmente, a sua última frase embasam o que disse Kardec, na Introdução de O Livro dos Espíritos :

“As ciências comuns se apoiam nas propriedades da matéria, que pode ser experimentada e manipulada à vontade; os fenômenos espíritas se apoiam na ação de inteligências que têm vontade própria e nos provam a todo instante não estarem submetidas ao nosso capricho. As observações, portanto, não podem ser feitas da mesma maneira, num e noutro caso. No Espiritismo elas requerem condições especiais e outra maneira de encará-las: querer sujeitá-las aos processos ordinários de investigação, seria estabelecer analogias que não existem. A ciência propriamente dita, como Ciência, é incopetente para se pronunciar sobre a questão do espiritismo: não lhe cabe ocupar-se do assunto, e seu pronunciamento a respeito, qualquer que seja, favorável ou não, nenhum peso teria.”

A inteligência, e nem mesmo a imaginação, que são duas faculdades da mente, ou seja, da alma, não podem ser efeito do excesso de CO2. Estes altos níveis de CO2 são efeitos da falência da respiração e podem provocar danos ao corpo, junto com a falta de oxigênio, e provocar a morte do corpo físico. Esta morte liberta a alma dos seus liames, porém, a separação dos liames é lenta, como demonstra a questão 155a, de O Livro dos Espíritos :

“A separação se verifica instantaneamente, numa transição brusca? Há uma linha divisória bem marcada entre a vida e a morte?

  • Não; a alma se desprende gradualmente e não escapa como uma pássaro cativo que fosse libertado. os dois estados se tocam e se confundem, de maneira que o Espírito se desprende pouco a pouco dos seus liames; estes se soltam e não se rompem.”

Quando um indivíduo tem uma parada cardíaca, ele morre, mas seu Espírito permanece ainda ligado ao corpo, vai se desprendendo. Porém, se ele tiver um socorro rápido e os médicos conseguirem reanimá-lo antes da completa separação da alma, o indivíduo volta à vida física. Como os espíritos afirmaram que os dois estados se tocam e se confundem, as visões podem ser reais ou imaginativas, que em nada alteram o fenômeno de desprendimento parcial e temporário da alma num ataque cardíaco.

  • Claudia Cardamone nasceu em 31 de outubro de 1969, na cidade de São Paulo/SP. Formada em Psicologia, no ano de 1996, pelas FMU em São Paulo. Reside atualmente em Santa Catarina, onde trabalha como artesã. É espírita e trabalhadora da Associação Espírita Seareiros do Bem, em Palhoça/SC.