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Segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença geralmente começa na adolescência, na idade escolar. Situação é mais grave nos países em desenvolvimento, que investem menos na saúde mental e será pior ainda em 20 anos. Carlos Miguel Pereira comenta.

  • Data :21 Mar, 2010
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OMS alerta para aumento da depressão pelo mundo

Segundo médicos, doença vai gerar epidemia silenciosa. É o grande mal do momento e vai piorar em 20 anos.

MARCOS LOSEKANN Londres

Comunicação instantânea, negócios fechados na velocidade da luz, a vida digitalizada. O cérebro é cada vez mais exigido, e está mais cansado. Mundo moderno, doenças modernizadas também. A mais comum é a depressão, que segundo a Organização Mundial da Saúde é o grande mal do momento, já atinge meio bilhão de pessoas.

Será pior ainda em 20 anos. Os médicos da área de saúde mental - que se reuniram recentemente em um congresso mundial na Grécia - afirmam que a depressão vai gerar uma epidemia silenciosa porque enquanto outras doenças estão sendo combatidas, a depressão só tem aumentado.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença geralmente começa na adolescência, na idade escolar. A situação é mais grave nos países em desenvolvimento, que investem menos na saúde mental.

A conclusão final é que a depressão prejudica a economia dos países, pois faz baixar o rendimento dos trabalhadores e provoca aumento dos gastos com tratamento e reposição de empregados. A Organização Mundial da Saúde recomenda que os governos priorizem com urgência o combate a doenças mentais.

Notícia publicada na página do Bom Dia Brasil , em 11 de setembro de 2009.

Carlos Miguel Pereira comenta*

O alerta da Organização Mundial de Saúde sobre a possível epidemia depressiva que ameaça a população mundial é um tema para uma reflexão que não pode deixar de ser feita. A depressão é uma alteração de humor persistente, acompanhada de tristeza profunda, duradoura e ausência de motivação na realização de atividades que antes eram agradáveis. O que estará na origem deste surto de tristeza profunda e falta de interesse na própria vida que está a varrer a humanidade? Existe consenso no reconhecimento que nos encontramos numa época de domínio intenso do materialismo, das ideias capitalistas do lucro a todo custo, busca incessante do prazer imediato e indiferença em relação às questões existenciais e de sublimação espiritual através da renovação diária. Paralelamente, o Homem, liberto das amarras opressivas do autoritarismo político, dos aguilhões culturais obsoletos e do jugo dogmático da Igreja, dispõe atualmente de condições fantásticas para desfrutar da liberdade tão desejada e atingir níveis cada vez mais elevados de felicidade. Mas esse Homem, apartado de um sentido para a sua existência e sem referências culturais e espirituais que lhe possam indicar um caminho para as suas inquietações, descobre-se perdido nas encruzilhadas da sua vida sem saber o que fazer da sua liberdade. Caído, fracassado, sem outros horizontes que não uma vida sem sentido que a sociedade quer reduzir a um monismo materialista, sucumbe facilmente às adversidades do caminho, às desilusões, aos falhanços que o atormentam, aos desejos insatisfeitos, às dores da perda, à revolta da incompreensão, tornando-se uma marionete da nostalgia e da frustração, entregando voluntariamente a capacidade para se expressar e a liberdade para agir, ficando refém de uma depressão que o empurra cada vez mais para a angústia, para a melancolia e tristeza profunda.

O Ser Humano é um ser extremamente complexo, influenciado por componentes biológicos, ambientais, emocionais e espirituais, que se encontram em enorme relação e que constituem o chamado Homem Integral. Como existe uma estreita relação entre todas estas componentes do Ser Humano, um qualquer desequilíbrio numa destas componentes poderá atingir qualquer das outras e despoletar novos sintomas. Compreendendo essa complexidade, podemos entender que as anomalias físicas e psicológicas a que vamos sendo acometidos ao longo da vida podem ter diversas causas. A medicina convencional restringe o seu âmbito de atuação essencialmente na resolução das questões biológicas e emocionais, o que muitas vezes significa que apenas visa eliminar os efeitos de algumas patologias.

Em alguns casos de depressão, as causas encontram-se a nível espiritual, quer seja através da influência negativa de Espíritos perturbadores quer seja através de situações relacionadas com vivências passadas. A Doutrina Espírita permite-nos perceber e tratar essas influências espirituais que em alguns casos são causadores da depressão, bem como todo o ambiente energético que rodeia um doente depressivo. A influência espiritual negativa podendo ser causadora de uma depressão, é sempre efeito. É que com a morte do corpo, os Espíritos desencarnados continuam a ser atraídos para locais, ambientes e emoções que mais combinam com a sua forma de ser, pensar e agir, ou seja, os locais onde se sentem mais confortáveis. Assim, os estados depressivos atraem Espíritos sofredores, conformados a uma tristeza profunda e melancolia permanente e que unindo-se ao próprio sentir do doente irão criar condições para que a depressão se agudize cada vez mais, para que se torne cada vez mais profunda.

A Doutrina Espírita, ciência filosófica de consequências morais, paralelamente ao acompanhamento médico que se faz sempre necessário, dispõe de terapêuticas que podem ajudar a erguer todos os que se encontram mergulhados numa depressão. Logo à partida, a compreensão do Espiritismo é um bálsamo para todos os que procuram um sentido para a sua existência. Nela encontramos um conjunto de princípios universais, lógicos e racionais, que orientam a nossa vida, nos confortam, nos tranquilizam, mostram a nossa importância como indivíduos únicos e especiais, mas também criam em nós um acréscimo de responsabilidade sobre as atitudes próprias e sobre o modo como orientamos nossas vidas. Verdadeira filosofia de vida, ajuda-nos a reformular os nossos objetivos pessoais numa abrangência mais larga e menos imediata, dando prioridade ao que é mais importante e relativizando o que é acessório e efêmero. A ideia de reencarnação, mostrando que a vida não acaba com a morte e que dispomos de muitas oportunidades de vivências em diferentes corpos para corrigirmos os erros cometidos em vidas anteriores, adquirindo experiência e conhecimento, bem como a ideia da sublime justiça de Deus através da Lei de Causa e Efeito, oferece um tônico de rejuvenescimento à nossa consciência e uma resposta para uma pergunta que os doentes depressivos costumam fazer: Viver para quê?

  • Carlos Miguel Pereira trabalha na área de informática e é morador da cidade do Porto, em Portugal. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net.