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Casamento normalmente custa os olhos da cara. Mas, para o egípcio desta história, custou um rim. O homem, identificado apenas como Gamal, precisou vender um de seus órgãos para pagar a cerimônia, segundo um jornal europeu. Leila Henriques comenta.

  • Data :21/03/2010
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Homem vende rim para pagar despesas do casamento

Casamento normalmente custa os olhos da cara. Mas, para o egípcio desta história, custou um rim. O homem, identificado apenas como Gamal, precisou vender um de seus órgãos para pagar a cerimônia.

De acordo com “20minutos ”, o sujeito se junta a outros milhares de egípcios sem recursos. No país, na última década, muitas pessoas venderam órgãos para faturar uns trocados.

Mas Gamal mostrou ser mesmo um sujeito de pouca sorte. Após perder o rim, perdeu a capacidade de transportar objetos pesados, e por isso perdeu o emprego. Como se tivesse perdido pouco, perdeu a família também - foi abandonado após seu pai descobrir sobre a cirurgia para remover o órgão.

Só o que Gamal não perdeu foram o filho e a esposa. Mas também, seria o cúmulo da sacanagem a mulher abandoná-lo após ele dar um rim pelo casamento.

Notícia publicada no Portal clic RBS , em 10 de março de 2010.

Leila Henriques comenta*

Talvez muitos leitores tenham achado nesta notícia motivo de graça, algo para ser repassado numa roda de amigos, em tom de piada, para divertir os que não precisam fazer um tal sacrifício a fim de realizar a sonhada cerimônia do casamento.

O espírita sabe que o corpo físico é um templo sagrado que deve ser preservado como tal, pois é nele, com ele e por ele que entramos na roda das reencarnações para cumprir a saga do guerreiro, que é a busca pelo seu “Santo Graal”, ou seja, a busca pelo seu destino de perfeição, onde a felicidade será uma constante e o sofrimento nem mesmo uma lembrança.

Em um dos artigos da Revista Espírita , de 1862, Kardec nos diz o seguinte:

“Um dos resultados do Espiritismo bem compreendido - apoiamo-nos sobre estas palavras: bem compreendido - é de desenvolver o sentimento da caridade; mas a própria caridade, como se sabe, tem uma acepção muito extensa, desde a simples esmola até o amor aos seus inimigos, que é o sublime da caridade; pode-se dizer que ela resume todos os nobres impulsos da alma para com o próximo”.

Assim, ao deparar-se com tal fato, o espírita haverá de lamentar a ausência da caridade no seio da própria família do moço Gamal, que por amor, por ingenuidade ou por ignorância, mutilou o instrumento que lhe foi dado para prosseguir a luta do guerreiro.

Como diz Kardec, no artigo citado, a Caridade tem uma acepção muito extensa e é tão extensa que deve encontrar motivos para ser exercida em todos os momentos de nossa vida, nos mais simples atos que envolvam o nosso semelhante e suas necessidades.

Se a caridade pode nos levar a perdoar um inimigo, por que não poderá mostrar-se a um filho ou a um familiar sob a forma da compreensão?

Seria um ato caridoso procurar compreender um equívoco que não teve como móvel o mal do semelhante, mas sim trazer a alegria ao dia que, para ele e para a sua esposa, seria o mais importante de suas vidas.

Compreender não é concordar, endossar, mas olhar com compaixão.

Com certeza, afastá-lo do convívio familiar, quando ele mais precisava do apoio dos seus, visto estar sem o emprego que sustentaria a si, ao filho e à esposa, é fruto de uma Justiça realmente cega, onde não houve a presença do Amor para tirar-lhe a fria venda.

Como espíritas, muito bem compreendemos que um erro não justifica outro e se o moço errou contra ele mesmo, os que lhes viraram as costas, ou da sua situação fizeram piada, erraram contra seu próximo, ignorando o belíssimo emblema do Espiritismo: FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.

  • Leila Henriques é espírita e colabora na divulgação da Doutrina Espírita na Internet.