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  • Exorcistas poloneses veem cada vez maior ‘ameaça satânica’

Cerca de 90 exorcistas da Polônia realizaram seu congresso anual, no qual garantiram que o ritmo de vida moderno faz com que a ameaça de Satã seja cada vez maior, o que fez dobrar o número de padres exorcistas no país em três anos. Pedro Vieira comenta.

  • Data :07 Mar, 2010
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Exorcistas poloneses veem ‘ameaça satânica’ cada vez maior

Número de padres que realizam exorcismos no país do leste europeu dobrou nos últimos três anos

EFE

VARSÓVIA - Cerca de 90 exorcistas de várias partes da Polônia realizaram nesta sexta-feira, 12, seu congresso anual, um evento no qual garantiram que o ritmo de vida moderno faz com que a ameaça de Satã seja cada vez maior, o que explica o fato de o número de padres exorcistas no país ter dobrado em três anos.

“A razão de sermos tantos é que somos necessários, pois o problema cresce”, explicou o sacerdote Andrzej Grefkowicz, que lamentou que, nos últimos anos, tenha crescido o interesse pelo ocultismo e outras práticas quem, supostamente, aproximam do mal.

Os exorcistas reconhecem que às vezes a possessão se manifesta da forma como é retratada no cinema, com muita intensidade, mas garantem que seu trabalho é muito menos espetacular, já que se limita a ficar ao lado do possesso, rezar e recitar salmos.

“Há muitos mitos sobre o exorcismo, mas que realmente é um processo que se baseia nas leis fundamentais da Igreja”, acrescentou o padre Aleksander Posacki.

Os participantes do congresso insistem que a demonologia deveria ser levada mais a sério, e que conhecer melhor o exorcismo poderia ajudar os fiéis a evitar muitos problemas.

Esta foi a 22ª edição do congresso de exorcistas poloneses, uma reunião centrada na busca das causas do aumento de possessões.

Para além das causas, no entanto, o fato é que no início dos anos 90 havia três padres exorcistas oficialmente nomeados como tal por bispos na Polônia, e atualmente há mais de cem.

Notícia publicada no estadao.com.br , em 12 de fevereiro de 2010.

Pedro Vieira comenta*

Numa pequena casa perto de Castelnaudary, havia ruídos estranhos e diversas manifestações que faziam olhá-la como assombrada por algum mau gênio. Por esse fato, ela foi exorcizada em 1848, e ali se colocou um grande número de imagens de santos. Desde então, o senhor D., querendo nela habitar, fez-lhe reparos, e, por outro lado, fez tirar todas as gravuras. Ele morreu subitamente, há alguns anos. Seu filho, que a ocupava nesse momento ou antes, que a ocupava ainda há pouco tempo, recebeu um dia, entrando num apartamento, uma vigorosa bofetada dada por mão invisível; como estava perfeitamente só, não pôde duvidar de que não lhe veio de uma fonte oculta. Agora não quer mais ali morar, e vai deixá-la definitivamente. Há, na região, uma tradição segundo a qual um grande crime teria sido cometido nessa casa."

Assim começa a narrativa da interessantíssima “História de um Condenado”, que pode ser encontrada na Revista Espírita de fevereiro de 1860. Evocado o Espírito de São Luís, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, e confirmada a ação obsessiva espiritual, foi questionado se “haveria um meio de fazê-lo mudar desta casa, e qual seria?”. O benfeitor respondeu: “Se se quiser desembaraçar-se de obsessões de semelhantes Espíritos, isto é fácil orando por eles: É que se negligencia sempre fazê-lo. Preferem-se amedrontá-los com fórmulas de exorcismo, que os divertem muito.”

A notícia mostra uma (em princípio) genuína preocupação dos sacerdotes romanos com a carência de ações espirituais num mundo tão atribulado. Ninguém ignora que fenômenos pessoais ou coletivos ocorrem a todos os instantes, trazendo graves prejuízos, de físicos e psicológicos a espirituais, nas criaturas humanas.

Se não são as doenças devastadoras no organismo, são os graves processos psicopatológicos, tais quais a depressão, a desvalorização das relações familiares e do respeito ao próximo em detrimento do dinheiro que o túmulo facilmente inutiliza, chegando aos deprimentes quadros obsessivos-espirituais.

Do que estaríamos precisando nós? Os materialistas desenvolvem - e vendem - a todo instante sistemas político-econômicos que prometem extinguir os males da sociedade. Será essa a resposta? Os espiritualistas já entendem que a ação deve vir do Espírito. Mas, de que forma?

O Espiritismo vem trazendo a proposta da caridade e da fraternidade como remédio para os males humanos e, sem preconceitos, a estendendo a toda a humanidade - encarnada e desencarnada. Os Espíritos são os homens, eis a chave da ação! Tratá-los como demônios ou entidades satânicas só os irrita ou diverte, sem qualquer resultado prático. Os Imortais nos ensinam, com Jesus, a orar por eles e, em mantendo contato direto mediúnico, tratá-los com respeito e carinho, como irmãos em erro, já que não sabemos se, na situação deles, agiríamos diferente ou até pior.

Daí porque, embora o espírita deva se unir em preocupação e em disposição de serviço a todos os que desejam o bem, também mantém perante as manifestações espirituais uma postura sóbria, racional e cristã, entendendo que Deus, o Criador, nada poderia ter feito de mau, e que o mal, como conhecemos, é não senão ignorância passageira daqueles que ainda não entenderam seu objetivo de Vida. Por isso, ao invés de apoiar atos de humilhação e expulsão de homens em equívoco, repete Jesus, quando disse: “vim para os doentes e não para os sãos” (Mt, 9:12-13), realizando ao invés de “exorcismos”, o Atendimento Fraterno aos Espíritos e, assim, no mundo espiritual, também contribuir para um mundo melhor.

  • Pedro Vieira é expositor e médium espírita. Colabora com o centenário Centro Espírita Cristófilos e com o Centro Espírita Léon Denis, no Rio de Janeiro, além de algumas outras casas.