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A agência que ajudou a criar a internet e financia as pesquisas do brasileiro Miguel Nicolelis terá um projeto para criar um leitor de pensamentos para ajudar soldados dos EUA. A pesquisa mapeará as ondas cerebrais, análisará padrões e construirá um protótipo. José Antonio M. Pereira comenta.

  • Data :04/03/2010
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Pentágono financia pesquisa de telepatia

A Darpa, agência que ajudou a criar a internet e que financia as pesquisas do brasileiro Miguel Nicolelis, terá um projeto próprio para criar um leitor de pensamentos para ajudar soldados dos EUA

REDAÇÃO ÉPOCA

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos tem uma divisão de pesquisa avançada que é pouco conhecida do grande público mas que é responsável por algumas das mais importantes inovações da nossa sociedade. É a Darpa, sigla de Defense Advanced Research Project Agency (em português: Agência de Projeto e Pesquisa Avançada de Defesa) que, quando ainda não tinha a letra “d” em seu nome, inventou a Arpanet, precursora da internet – que permite a você, para dizer o mínimo, ler este texto. Agora, a Darpa está investindo em uma tecnologia que pode manter os EUA como líder militar do mundo por muito tempo – a telepatia.

De acordo com o blog Danger Room , da revista americana Wired , a abertura de um programa chamado Silent Talk (ou conversa silenciosa) está incluída no orçamento da agência para este ano, com uma verba de US$ 4 milhões. A intenção da Darpa é tentar identificar os sinais neurais existentes na mente humana antes de eles serem vocalizados e inventar uma tecnologia que permita transferir esta “pré-fala” para o interlocutor desejado. Esse processo seria feito por meio de uma eletroencefalografia – o registro gráfico das ondas cerebrais. O resultado seria um equipamento que tornaria mais ágeis e seguras as comunicações entre os soldados no front.

Segundo a Darpa, o primeiro estágio da pesquisa prevê o mapeamento das ondas cerebrais. O segundo é a análise dos padrões para saber se eles se aplicam a todas as pessoas e, por fim, a construção de um protótipo. De acordo com o Danger Room , o projeto é semelhante a uma pesquisa da Universidade da Califórnia financiada pelo Exército e deve dividir as atenções com um outro estudo da Darpa que pretende criar binóculos capazes de ler a mente – e que funcionariam a partir da detecção dos pensamentos dos inimigos quando eles ainda estivessem no subconsciente.

Resultados muito mais palpáveis para os projetos financiados pela Darpa nesta área foram observados na Universidade Duke, na Carolina do Norte. Lá, a equipe liderada pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis conseguiu, em 1999, fazer com que uma macaca movimentasse um braço robô usando apenas o pensamento. Em janeiro do ano passado, um macaco conseguiu controlar o andar de um robô, em uma pesquisa que pode dar o Nobel ao brasileiro.

Tudo isso pode parecer muito bizarro, mas o fato é que a Darpa tem um histórico de sucesso. Criada em 1957, após os Estados Unidos terem sido derrotados pela União Soviética na corrida para colocar o primeiro satélite artificial em órbita (os soviéticos conseguiram lançar o Sputnik em 1957 e ainda mandaram Yuri Gagarin para o espaço em 1961), a Darpa deu origem à Nasa, a agência espacial dos EUA, e, mais tarde, iniciou a pesquisa que culminou na internet atual. Se há alguma agência capaz de criar uma inovação de impacto tão grande como a da telepatia, certamente é a Darpa.

Matéria publicada na Revista Época , em 14 de maio de 2009.

José Antonio M. Pereira comenta*

Além da pesquisa da Darpa e da do Prof. Nicolelis, existem também outras semelhantes. Lembro de ter visto uma na TV, talvez há uns 4 anos atrás, na qual conseguiu-se com que um voluntário movesse o cursor na tela de um computador apenas com o pensamento. O resultado era bem rudimentar, e necessitava de eletrodos presos a cabeça da pessoa. Há também sistemas, já em uso prático, que permite pessoas com deficiência utilizarem um computador através de um chip implantado no cérebro(1). Então, ao que tudo indica, o uso cotidiano do pensamento para utilização de aparelhos e para comunicação, é uma questão de tempo.

Os avanços da ciência podem representar um bem – e na maioria das vezes são - para muitas pessoas como nos exemplos que vimos acima. Além disso, podem também nos aproximar cada vez mais do ensino dos Espíritos. Pesquisando o modo de transmissão do pensamento, é possível que se chegue ao fluido cósmico universal, o meio pelo qual os pensamentos são transmitidos, da mesma forma que o ar transmite o som, de acordo com a explicação da Doutrina Espírita. Assim como a órbita e o formato da Terra, o que são os raios, as causas das doenças, e uma série infinita de coisas que pareciam sobrenaturais foram explicadas pela Ciência, os fenômenos que ainda hoje figuram como sobrenaturais, como a telepatia, serão também explicados. É também uma questão de tempo. No entanto, isso só ocorrerá quando a Ciência admitir um novo paradigma: nem tudo é matéria.

Referência:

  1. Site do CEPDE – Conselho Estadual Para a Política de Integração das Pessoas Portadoras de Deficiência: http://www.cepde.rj.gov.br/homem_tetraplegico_pm.htm .
  • José Antonio M. Pereira coordena o ESDE e é médium da Casa de Emmanuel, além de integrante da Caravana Fraterna Irmã Scheilla, no Rio de Janeiro. Também é colaborador da equipe do Serviço de Perguntas e Respostas do Espiritismo.net.