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Um dos principais conselheiros do governo britânico para questões ambientais provocou polêmica ao defender que os cidadãos tenham no máximo dois filhos para evitar danos ambientais. Breno Henrique de Sousa comenta.

  • Data :24 Nov, 2009
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Ter mais de dois filhos prejudica o meio ambiente, diz assessor do governo britânico

Um dos principais conselheiros do governo britânico para questões ambientais provocou polêmica no país ao defender que os britânicos tenham no máximo dois filhos para evitar danos ambientais.

Em entrevista publicada pelo jornal Sunday Times no domingo, Jonathon Porritt, chefe da Comissão para o desenvolvimento Sustentável do governo, afirmou que os casais que têm mais de dois filhos estão sendo “irresponsáveis” por criar uma carga que não poderá ser suportada pelo meio ambiente.

“Não me desculpo por pedir às pessoas que façam a conexão entre sua responsabilidade por seu impacto ambiental e como decidem procriar e quantas crianças elas acham apropriado ter”, disse Porritt.

Segundo ele, o controle do crescimento da população deve estar no centro das políticas para combater o aquecimento global, e líderes políticos e ambientais devem parar de evitar o assunto.

“Nós temos todas essas grandes questões (ambientais) para as quais todo mundo está olhando, mas você não ouve ninguém falando a palavra que começa com ‘p’”, disse Porritt, se referindo a “população”.

“Maluquice”

O assessor do governo britânico, que tem dois filhos, disse que pretende convencer grupos de pressão ambientais para colocar a questão populacional no foco de sua campanha.

“Muitas organizações acreditam que não é parte de seu negócio. Minha missão com os Amigos da Terra e os Greenpeaces deste mundo é dizer: ‘Vocês estão traindo os interesses de seus membros ao se recusar a lidar com questões de população e estão fazendo isso pelas razões erradas, porque acreditam que o assunto é muito controverso’.”

As declarações de Porritt provocaram reações críticas publicadas pela imprensa britânica nesta segunda-feira.

Segundo o Daily Telegraph , a parlamentar conservadora Ann Widdecombe teria descrito o comentário como “maluquice absoluta”, afirmando que o problema da Grã-Bretanha não é ter muitas crianças, mas sim, muito poucas.

Um grupo de campanha antiaborto, a Pro Life Alliance, criticou a ideia por dar ao governo o direito de decidir o número de filhos que cada um pode ter, afirmou o Daily Mail .

“Em todos os lugares em que vimos essas políticas sendo impostas, como na China, vimos uma preferência por meninos e um aumento na taxa de infanticídios.”

Notícia publicada pela BBC Brasil , em 2 de fevereiro de 2009.

Breno Henrique de Sousa comenta*

Controle de Natalidade e Planejamento Reencarnatório

O controle de natalidade está como questão central nas discussões sobre meio ambiente. De fato, é a megapopulação quem consome os recursos naturais, e se é verdade que alguns poucos países no mundo sofrem com a baixa natalidade, a população mundial cresce exponencialmente. Nos países menos desenvolvidos, onde há menos escolaridade, pior distribuição de renda, pobreza e outros problemas sócio-econômicos, o número médio de filhos por família é bem maior. Surtirá mais efeito se os países ditos desenvolvidos contribuam para o desenvolvimento social e econômicos dos países pobres e a população tendo mais acesso à educação e aos serviços de saúde, usarão métodos contraceptivos, desacelerando o ritmo de crescimento populacional.

O nosso  modelo de vida capitalista tem vários becos sem saída que, fatalmente, nos levarão a crises. Primeiro, porque este é um modelo insustentável, que exaure os recursos naturais. Sempre que faltarem tais recursos, haverá uma crise. Neste caso específico, a pobreza mantém o crescimento populacional e isso significa expansão do mercado consumidor. Um decréscimo na curva de crescimento populacional, ou mesmo uma estabilização do tamanho da população, representaria uma crise econômica mundial, pelo restrição do mercado consumidor, por isso, não creio que nossos governantes estejam interessados em políticas desta natureza, a não ser em casos extremos como a China.

No que se refere à visão espírita do controle de natalidade e sua relação com as questões ambientais, bem como com o planejamento reencarnatório, é tema de um artigo que publicamos neste site, que aprofunda esta temática (http://www.espiritismo.net/content,0,0,1367,0,0.html ). O uso de métodos contraceptivos atrapalha os planos da espiritualidade? Diz-se por aí que há uma fila de espíritos esperando para reencarnar e que devemos proporcionar uma oportunidade para que eles venham a Terra. Estas e outras questões polêmicas procuramos abordar neste artigo que procura traduzir a visão espírita sobre o assunto.

  • Breno Henrique de Sousa é paraibano de João Pessoa, graduado em Ciências Agrárias e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba. Ambientalista e militante do movimento espírita paraibano há mais de 10 anos, sendo articulista e expositor.