Carregando...

  • Início
  • Cientista usa Twitter para questionar paranormalidade

Durante 4 dias, o professor Richard Wiseman, um psicólogo britânico, conduziu uma experiência usando o site de relacionamentos Twitter com objetivo de questionar a existência da paranormalidade. Carlos Miguel Pereira comenta.

  • Data :12/10/2009
  • Categoria :

Cientista usa Twitter para questionar paranormalidade

Um psicólogo britânico conduziu uma experiência usando o site de relacionamentos Twitter com objetivo de questionar a existência da paranormalidade.

Durante quatro dias, o professor Richard Wiseman, da Universidade de Hertfordshire, pediu que um vasto número de voluntários e pessoas que acreditavam ter poderes paranormais o “seguissem” no Twitter para participar do teste.

Wiseman se dirigia a um local secreto e enviava uma mensagem de Twitter pedindo aos participantes que escrevessem de volta, descrevendo suas sensações e impressões do local em que ele se encontrava.

Em seguida, Wiseman enviava outra mensagem com fotos de cinco locações diferentes - a que ele se encontrava, além de quatro locações “falsas” - e pedia aos participantes que votassem na que eles consideravam ser a “verdadeira”. A que recebesse maior número de votos era considerada a escolha do grupo.

O professor acreditava que, se o grupo tivesse habilidades psíquicas, a maioria votaria na locação correta. Em todas as quatro tentativas, no entanto, o grupo escolheu uma das locações falsas.

“Na primeira tentativa eu estava olhando para um edifício extremamente moderno, mas a maior parte do grupo (35%) acreditou que eu estava em uma floresta. Em outra tentativa, eu estava sentado embaixo de uma cobertura bastante incomum, mas apenas 15% dos participantes escolheram a locação correta, enquanto 24% (a maior parte) acreditava que eu estava em um cemitério. Isso ocorreu em todas as tentativas”, afirmou Wiseman.

Convencimento

O objetivo do teste, segundo Wiseman, era testar se o grupo realmente tinha habilidades paranormais, e se os que acreditavam ter essas habilidades se sairiam melhor dos que os outros.

A experiência atraiu mais de mil participantes, com 38% deles indicando acreditar em fenômenos paranormais e 16% afirmando ter alguma habilidade psíquica.

Não houve diferença de resultado entre os participantes que se diziam “paranormais” e os céticos.

Quando os participantes ficavam sabendo qual era a locação verdadeira, no entanto, aqueles que acreditavam ser paranormais tinham maior tendência a tentar se convencer de que havia alto nível de correspondência entre o que eles tinham “visto” e a locação real.

A diferença entre os grupos foi bastante notável, afirma a New Scientist, com 31% dos que acreditavam ter “habilidades” indicando uma correspondência “considerável” entre o que eles “viram” e a locação verdadeira, em comparação com apenas 12% dos céticos.

“Este tipo de pensamento criativo pode fazer com que as pessoas vejam relações ilusórias com o mundo real e poderia, por exemplo, ajudá-las a se convencer de que há semelhanças escondidas entre seus sonhos e eventos reais”, afirmou o professor.

“Mas talvez, o mais interessante seja mostrar que milhares de pessoas toparam participar de um estudo instantaneamente no Twitter”, disse Wiseman.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 11 de junho de 2009.

Carlos Miguel Pereira comenta*

Este estudo realizado através do Twitter, pelo Professor Richard Wiseman, é bastante interessante, sobretudo pela forma como demonstra o entusiasmo da população em geral na participação em estudos sobre os fenômenos psíquicos. Como pode ser constatado pelas suas declarações, o seu objetivo com esta experiência não era questionar a existência dos fenômenos paranormais, mas apenas analisar “se o grupo realmente tinha habilidades paranormais, e se os que acreditavam ter essas habilidades se sairiam melhor do que os outros.” Desta forma, os resultados obtidos não devem de forma alguma ser extrapolados para fora dos limites do âmbito, grupo e do ambiente em que foram realizados.

Vejamos como funcionam os fenômenos de transmissão de pensamento: Nós estamos constantemente a criar ondas mentais através da vivência diária. O nosso comportamento, as nossas atitudes, as nossas palavras, o que imaginamos, aquilo que maldizemos, as nossas emoções, tudo isto são fenômenos energéticos que o nosso pensamento exterioriza, criando vibrações mentais e formas pensamento correspondentes à natureza dos pensamentos que cultivamos. Se por um lado emitimos ondas mentais, também dispomos da capacidade de perceber as ondas mentais alheias. Somos como antenas de rádio ou de televisão. Para ouvirmos rádio ou assistirmos televisão, necessitamos de antenas específicas para sintonizar determinada programação. Para captarmos as ondas pensamento alheias, o aparelho utilizado é a mente. Existem pessoas dotadas de uma percepção extra-sensória mais apurada que dispõem de uma maior facilidade para captarem estas ondas mentais, mas em maior ou menor grau todos dispomos desta capacidade.

Neste tipo de estudos, realizados através da Internet, é muito complicado controlar as condições em que cada pessoa realiza o trabalho de mentalização e, como tal, os resultados são apenas meramente indicativos. É que não podemos esquecer a necessidade de um trabalho de concentração e de conexão psíquica forte para que as pessoas possam se ligar ao emissor das ondas mentais. Neste caso específico, as condições disponíveis criaram uma base muito débil para realizar essa ligação.

Existem inúmeros estudos sérios sobre paranormalidade realizados sob as mais apertadas regras e controle científico e que mostram evidências fortes de que os fenômenos paranormais são reais. Como exemplo contemporâneo deste tipo de experiências, podemos referenciar um trabalho do Professor Rupert Sheldrake, em que ele investigou a telepatia ao telefone: [http://www.sheldrake.org/Articles&Papers/papers/telepathy/telepatia_ abs.html](http://www.sheldrake.org/Articles&Papers/papers/telepathy/telepatia_abs.html ) (Em espanhol). Em 2003, o canal 5 da Televisão Inglesa acompanhou e filmou uma experiência de Sheldrake com o grupo musical “The Nolans”, bastante conhecido na década de 80 e constituído por cinco irmãs. Collen, a mais jovem, foi escolhida para ser a receptora das chamadas e teria de “adivinhar” quem estaria a ligar. Ela foi levada para um quarto num hotel a cerca de 1 km de distância do local onde estavam as outras irmãs. A equipe do Professor Sheldrake ficou dividida entre Collen e as restantes irmãs para que pudesse haver um controle sobre possíveis fraudes. Através de um dado, foi sorteada aleatoriamente a irmã emissora, que iria fazer a chamada telefônica. Antes de fazer a ligação, ela deveria mentalizar de forma intensa Collen, enquanto Sheldrake distraía as não eleitas para que não pensassem em Collen. Quando a chamada fosse realizada, Collen teria que atender e “adivinhar” o nome da irmã que estaria a ligar-lhe. Foram efetuados 12 ensaios e Collen acertou em 6. Ou seja, houve 50% de acertos quando em termos meramente probabilísticos o número deveria situar-se nos 25%. Todos da equipe deram testemunho do que se passou, inclusive os jornalistas e técnicos do Canal 5 que estavam a fazer a reportagem. Vejam o vídeo, disponível no Youtube (Em inglês): 

  • Carlos Miguel Pereira trabalha na área de informática e é morador da cidade do Porto, em Portugal. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net.