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Bill Gates disse ontem que todos os bilionários deveriam doar a maior parte de suas riquezas a causas beneficentes. ‘Eu acho que todos os bilionários deveriam doar a maior parte de suas fortunas’, afirmou ele. Claudia Cardamone comenta.

  • Data :29/07/2009
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“Bilionários deviam doar suas fortunas”

Bill Gates faz defesa da filantropia

Reuters

O homem mais rico do mundo, Bill Gates - fundador da Microsoft -, disse ontem que todos os bilionários deveriam doar a maior parte de suas riquezas a causas beneficentes. “Eu acho que todos os bilionários deveriam doar a maior parte de suas fortunas - embora não digo que não devam deixar nada a seus filhos”, afirmou Gates numa reunião na casa de ópera de Oslo. “Acho que eles gostariam disso, os filhos deles ficariam melhores e o mundo ficaria melhor.”

Gates, que voltou a ocupar este ano o posto de mais rico do mundo na lista da revista Forbes, doou boa parte da sua fortuna à entidade filantrópica que criou em parceria com sua mulher - a Bill & Melinda Gates Foundation. O hoje segundo homem mais rico do mundo, o investidor Warren Buffett, já seguiu o exemplo de Gates. Ele doou para a fundação do criador da Microsoft e para fundações de sua família cerca de 85% de sua fortuna, estimada este ano em US$ 37 bilhões.

Gates garantiu que os bilionários iriam gostar de doar sua fortuna. “Sou um grande adepto da ideia de que as grandes fortunas devem ir dos mais ricos aos mais pobres”, disse.

O fundador da Microsoft, que deixou no ano passado o dia a dia da empresa, vem se dedicando cada vez mais a atividades filantrópicas. Ontem, ele reiterou seu apelo para a erradicação da pólio, afirmando que o objetivo era bem possível de ser alcançado. Isso tornaria a pólio a segunda doença transmissível de grande importância a ser inteiramente erradicada depois da varíola no fim da década de 1970. “Temos de erradicar a pólio porque, se não o fizermos, ela vai voltar e teremos milhões de afetados”, afirmou. Gates disse que o maior sucesso da sua fundação ocorreu no campo da vacinação. “A vacinação é a área onde salvamos milhões de vidas e há mais a ser feito.”

Notícia publicada no estadao.com.br , em 4 de junho de 2009.

Claudia Cardamone comenta*

Todos nós imaginamos um mundo sem desigualdades sociais, e Kardec, talvez compartilhando o mesmo pensamento, perguntou em O Livro dos Espíritos :

“806. A desigualdade das condições sociais é uma lei natural?

  • Não; é obra do homem e não de Deus.”

Ou seja, a desigualdade existe em proporção às nossas imperfeições. Queremos um mundo melhor? Então devemos corrigir as nossas imperfeições e estaremos contribuindo para isto, de uma forma irreversível.

“806-a. Essa desigualdade desaparecerá um dia?

  • Só as leis de Deus são eternas. Não a vês desaparecer pouco a pouco, todos os dias? Essa desigualdade desaparecerá juntamente com a predominância do orgulho e do egoísmo, restando tão somente a desigualdade do mérito. Chegará um dia em que os membros da grande família dos filhos de Deus não mais se olharão como de sangue mais ou menos puro, pois somente o Espírito é mais puro ou menos puro, e isso não depende da posição social.”

“809. Se uma fortuna foi mal adquirida, os herdeiros serão responsáveis por isso?

  • Sem dúvida eles não são responsáveis pelo mal que outros tenham feito, tanto mais que o podem ignorar, mas fica sabendo que muitas vezes uma fortuna se destina a um homem para lhe dar ocasião de reparar uma injustiça. Feliz dele se o compreender! E se o fizer em nome daquele que cometeu a injustiça, a reparação será levada em conta para ambos, pois esse mesmo quase sempre é quem a provoca.”

Não podemos saber muito mais sobre esta atitude de Gates, porém demonstra talvez uma compreensão de que o dinheiro e a fortuna não são instrumentos para o nosso prazer. Não estou dizendo, como muitas vezes escuto, que a fortuna é mal, ou que ter muito dinheiro disvirtua a pessoa. Se alguém já desenvolveu uma virtude, nada poderá fazê-la perder esta virtude. Mas se pensarmos como espírito, na responsabilidade de uma reencarnação e na amplitude de nossa evolução espiritual, não encontramos lógica em afirmar que a fortuna é um prêmio ao mérito de seu proprietário, nem tampouco é para ser distribuída como se fosse algo ruim e sem valor.

“814. Por que Deus concedeu a uns a riqueza e o poder e a outros, a miséria?

  • Para provar a cada um de uma maneira diferente. Aliás, vós o sabeis, essas provas são escolhidas pelos próprios Espíritos, que muitas vezes sucumbem ao realizá-las.”

Muitas vezes, senão a maioria, julgamos sem conhecer os fatos, acreditamos que a fortuna é um prêmio a ser recebido e a Condessa Paula, numa comunicação escrita no livro O Céu e o Inferno , de Allan Kardec, nos mostra a realidade por trás da fortuna e do poder.

“Não foi sem lutas que cheguei à posição que ocupo na vida espiritual. Sabes que a minha última existência, por mais meritória que te pareça, não seria suficiente para isso. Durante muitas existências passei pelas provas do trabalho e da miséria, que voluntariamente escolhera para fortificar e depurar a minha alma. Tive a felicidade de sair vitoriosa dessas provas, mas restava ainda uma a enfrentar, a mais perigosa de todas: a da fortuna e do bem-estar material, de um bem-estar sem mistura de amarguras. Nela estava o perigo. Antes de tentá-la, desejei sentir-me suficientemente forte para não sucumbir. Deus levou em conta a minha boa intenção e me concedeu a graça de me amparar. Muitos Espíritos, seduzidos pelas aparências, se precipitam na escolha e, que desgraça. Demasiado fracos para enfrentar o perigo, as seduções triunfam sobre a sua inexperiência.

Trabalhadores, estou nas vossas fileiras! Eu, a dama nobre, ganhei, como vós, o meu pão com o suor da minha fronte. Sofri nas privações, passei pelos maus tempos e foi isso que desenvolveu as forças viris de minha alma. Sem isso eu teria provavelmente fracassado na minha última prova, o que me afastaria bem longe da atual situação. Como eu, tereis também a vez de passar pela prova da fortuna, mas não vos precipiteis pedindo-a muito cedo. E vós, os que sois ricos, tende sempre em mente que a verdadeira fortuna, a fortuna imperecível não está na Terra, e compreendei porque preço podereis merecer as graças do Todo-Poderoso”.

  • Claudia Cardamone nasceu em 31 de outubro de 1969, na cidade de São Paulo/SP. Formada em Psicologia, no ano de 1996, pelas FMU em São Paulo. Reside atualmente em Santa Catarina, onde trabalha como artesã. É espírita e trabalhadora da Associação Espírita Seareiros do Bem, em Palhoça/SC.