Carregando...

  • Início
  • Cientistas descobrem fóssil que confirma teoria de Darwin

Cientistas descobriram um esqueleto fossilizado de macaco com 47 milhões de anos, visto como o elo que faltava na evolução humana. O pequeno fóssil, de uma jovem macaca, foi batizado de Ida. Breno Henrique de Sousa comenta.

  • Data :31/05/2009
  • Categoria :

Cientistas descobrem fóssil que confirma teoria de Darwin

Um grupo de cientistas descobriu um esqueleto fossilizado de um macaco com 47 milhões de anos, visto como o elo que faltava na evolução humana. O pequeno fóssil, de uma jovem macaca, foi batizado de Ida.

A busca de uma ligação direta entre os seres humanos e o resto do reino animal dura há 200 anos e foi apresentada hoje ao mundo numa conferência de imprensa especial em Nova Iorque.

A descoberta de 95% do «macaco lemur» é descrita pelos especialistas como a «oitava maravilha do mundo» e acrescentam que o seu impacto no mundo da paleontologia será «algo como um asteróide a atingir a Terra».

Os investigadores afirmam que a prova desta espécie de transição confirma finalmente a Teoria da Evolução de Charles Darwin e as suas então ideias radicais.

Sir David Attenborough afirmou que Darwin «teria ficado emocionado» ao ver este fóssil, salientando que a descoberta diz «quem nós somos e de onde nós viemos».

«Esta pequena criatura vai mostrar-nos a nossa ligação ao resto dos mamíferos. Este é o que nos relaciona diretamente com eles», disse, acrescentando que agora as pessoas podem dizer: «Está bem, somos primatas, mostrem-nos a ligação».

«O elo que até agora diziam que faltava, já aí está», sublinhou.

Uma equipe dos maiores especialistas do mundo em fósseis, liderada pelo Professor Jorn Hurum, do Museu de Nacional de História da Noruega, tem estado a analisar em segredo, durante os últimos dois anos, o fóssil de 53 centímetros de uma jovem macaca, que agora foi transportado para Nova Iorque sob fortes medidas de segurança e revelado ao mundo durante as comemorações do bi-centenário do nascimento de Darwin.

No final do mês, será exibido durante apenas um dia no Museu de História Natural de Londres, antes de regressar a Oslo.

Os cientistas afirmam que Ida é o fossil mais completo de um primata jamais encontrado.

Ida, que tem unhas semelhantes aos seres humanos, em vez de garras, os dedos grandes do pés opostos, é situada na raíz da evolução humana, quando os primeiros primatas começaram a desenvolver características que posteriormente se tornaram humanas.

Ida foi descoberta por um «caçador» de fósseis há 25 anos, em Messel, na cratera de um antigo lago perto de Frankfurt, na Alemanha, famoso pelos seus fósseis.

Notícia publicada no Diário Digital , em 19 de maio de 2009.

Breno Henrique de Sousa comenta*

“Tudo em a Natureza se encadeia por elos que ainda não podeis apreender. Assim, as coisas aparentemente mais díspares têm pontos de contacto que o homem, no seu estado atual, nunca chegará a compreender. Por um esforço da inteligência poderá entrevê-los; mas, somente quando essa inteligência estiver no máximo grau de desenvolvimento e liberta dos preconceitos do orgulho e da ignorância, logrará ver claro na obra de Deus. Até lá, suas muito restritas idéias lhe farão observar as coisas por um mesquinho e acanhado prisma. Sabei não ser possível que Deus se contradiga e que, na Natureza, tudo se harmoniza mediante leis gerais, que por nenhum de seus pontos deixam de corresponder à sublime sabedoria do Criador.” (O Livro dos Espíritos, questão 604)

A teoria de Darwin despertou a fúria da religião por ser fundamentada no materialismo e no determinismo. Ela se propunha explicar definitivamente a evolução e a origem das espécies através dos mecanismos da natureza não deixando espaço para um Deus criador do mundo conforme a tradição bíblica. Mais tarde, com o advento das leis de Mendel, os defensores das teorias darwinistas uniram os princípios de Darwin às leis da genética fazendo surgir o neodarwinismo. Como neodarwinista famoso, podemos destacar o Richard Dawkins que escreveu a obra Deus um Delírio , pregando o ateísmo e a inexistência de Deus, buscando para isso, atacar as religiões tradicionais, respaldando-se nas evidências evolutivas.

Esta obra reacendeu o debate entre crentes e ateus e expôs o abismo que ainda existe entre ciência e religião. Mas é também da própria ciência que temos notícias de uma síntese mais apurada entre estes dois campos de conhecimento.

Mesmo com o neodarwinismo, a teoria evolutiva de Darwin deixa pontos em aberto, como uma grande ausência de registros fósseis que comprovem com mais vigor sua teoria, assim como os saltos evolutivos que ocorriam inexplicavelmente depois de longos períodos de mudanças lentas. A genética também não alcança explicar todos os mecanismos da hereditariedade e do processo de diferenciação celular (que permite que o zigoto multiplique-se e diferencie suas células para a formação de órgãos, tecidos, etc).

Muitos cientistas respeitados e não religiosos têm demonstrado evidências que apontam para a existência de um “campo de informação”, que não seria matéria, e que atua sobre o processo genético e evolutivo. De ramos da ciência, como a teoria do caos, a teoria da informação, teoria dos campos morfogenéticos de Rupert Cheldrake, a física quântica e da própria biologia, surge uma síntese que vai além do olhar reducionista de Dawkins e permite vislumbrar um horizonte novo já preconizado pela Doutrina Espírita. Quem quiser saber mais sobre esse assunto pode procurar ler obras como Quando a Ciência Encontra a Religião , de Ian G. Barbour – Editora Cultrix e Biologia Revisada , de Willis W. Harman e Elisabet Sahtouris, também da Cultrix.

O Espiritismo afirma a evolução espiritual e biológica, antes mesmo do lançamento da obra A Origem das Espécies , de Charles Darwin, porém, ao invés de embasar-se em critérios materialistas, o Espiritismo vai além, revelando uma síntese entre ciência e religião que só agora é vislumbrada com estes estudos mais modernos. Para nós, a descoberta deste elo perdido é mais uma conquista para a afirmação dos princípios espíritas, rompendo com a fé cega e supersticiosa e transitando para uma fé raciocinada de mãos dadas com a ciência.

  • Breno Henrique de Sousa é paraibano de João Pessoa, graduado em Ciências Agrárias e mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba. Ambientalista e militante do movimento espírita paraibano há mais de 10 anos, sendo articulista e expositor.