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Em Israel, os integrantes do ‘Fórum de Famílias Enlutadas’, uma organização formada por palestinos e israelenses, acreditam que só a união pode fazer um futuro melhor para as novas gerações. José Antonio M. Pereira comenta.

  • Data :27/04/2009
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ONG tenta a paz entre israelenses e palestinos

Os integrantes do “Fórum de Famílias Enlutadas” acreditam que só a união pode fazer um futuro melhor para as novas gerações.

Em Israel, uma organização formada por palestinos e israelenses tenta mostrar a operários e estudantes que a paz entre os dois povos é possível.

O novo correspondente da Rede Globo no Oriente Médio, Ari Peixoto, acompanhou o trabalho do fórum das famílias enlutadas.

Diante de uma turma de jovens estudantes atentos, Aaron e Aisha tentam explicar a opção que fizeram e porque são iguais nas diferenças.

Ele, israelense, perdeu um filho no Líbano em 1999. Ela, palestina, viu o irmão ser morto por militares de Israel na Cisjordânia, também em 1999.

Hoje, lado a lado, e ao lado de outras pessoas como Jona, Jamil, Nir e Muhamad, percorrem o país de norte a sul. Fazem palestras em escolas, fábricas e centros comunitários israelenses e palestinos, para mostrar, principalmente aos jovens, que é possível mudar essa situação.

Integrantes do “Fórum de Famílias Enlutadas”, uma ONG premiada internacionalmente, acreditam que só a união pode fazer um futuro melhor para as novas gerações.

Ao todo, 500 famílias fazem parte da organização, metade palestinas, metade israelenses. Todas perderam um parente direto em algum dos muitos conflitos da região. A diferença é que, depois de chorar suas perdas, elas decidiram não alimentar sentimentos como ódio e vingança. Ao contrário, se uniram para lutar pela paz e pela reconciliação entre os dois povos.

Aisha diz que entrou para o fórum porque foi a única maneira de botar para fora a raiva que sentia pela morte do irmão. Para ela, o diálogo é mais efetivo do que os conflitos.

Alguns ativistas do Fórum de Famílias Enlutadas foram mostrados no documentário “Ponto de Encontro”, co-dirigido pela brasileira Julia Bacha. O filme mostra como milhares de civis israelenses e palestinos são afetados pelo fogo cruzado entre homens-bomba e sequestradores de um lado, e um dos mais poderosos exércitos do mundo do outro.

Nir afirma que as palestras conjuntas são um fenômeno novo, que a princípio assusta e confunde os mais jovens. Ele diz também que prefere trabalhar com pequenos grupos porque este é um processo lento e que muitos estudantes passam a conversar mais sobre o assunto com seus pais.

Com um livro sobre o filho nas mãos, Aaron diz que, com o apoio e a força de palestinos e israelenses, a paz é possível. Algo que, só de ser mencionado, faz surgir um imenso sorriso no rosto de Jamil, que completa: quando isso acontecer, não vou parar de rir nunca mais.

Matéria publicada no site do Jornal Nacional , em 16 de março de 2009.

José Antonio M. Pereira comenta*

Nos evangelhos, Jesus sempre nos mostra a importância da paz, como nesta passagem: ”Bem-aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. (MATEUS, cap. V, v. 4.)”. As palavras do Mestre tem força de lei porque se tratam de ensinamentos sobre Leis da Natureza, que regem o mundo moral. É o que os Espíritos nos ensinam: estas Leis são tão naturais quanto as que regem o mundo material. Por isso é importante estudá-las, assim como estudamos as Leis da Física, da Biologia, da Química e assim por diante. E estas Leis são para todos, independente de credo ou raça, por isso achamos pertinente relacionar a passagem evangélica a esta notícia.

Esta fala de Jesus encerra uma promessa, que, abstraindo-se o sentido objetivo que poderia ter na época, é uma promessa de paz, de estabilidade no mundo, do equilíbrio das relações sociais. Enquanto infringirmos esta Lei, sofreremos as consequências inevitáveis, como a ausência da paz, a destruição e os problemas econômicos e sociais que resultam de qualquer guerra, tanto para vítimas quanto para os temporariamente vitoriosos.

No oriente médio, como em todos palcos de guerras intermináveis, não basta que governantes se esforcem para chegar à paz. Todos os envolvidos precisam fazer sua parte. Se a paz for um desejo do povo, seus líderes não terão como prosseguir com seus exércitos, ou não continuarão no poder. Se as vítimas de ambos os lados pararem de agir guiados pelo “olho por olho, dente por dente”, então desaparecerá a lenha do ódio que alimenta a chama da guerra.

Responsáveis e integrantes desta ONG que une inimigos com um mesmo propósito, se apresentam como missionários de uma paz impossível, chamados a desempenhar uma tarefa que começa na Espiritualidade Superior, mas que precisa de braços de carne para se transformar em realidade no mundo. E vale lembrar aqui uma propaganda veiculada atualmente, que diz que muita coisa que temos hoje, taxada ontem de impossível, não teria acontecido se fosse pela opinião dos pessimistas.

Bem-aventurados sejam Aaron, Aisha, Jona, Jamil, Nir, Muhamad e todos aqueles que tiverem ouvidos de ouvir.

  • José Antonio M. Pereira coordena o ESDE e é médium da Casa de Emmanuel, além de integrante da Caravana Fraterna Irmã Scheilla, no Rio de Janeiro. Também é colaborador da equipe do Serviço de Perguntas e Respostas do Espiritismo.net.