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Mulheres de uma área rural de Papua Nova Guiné estariam matando seus filhos numa tentativa de encerrar uma guerra tribal que já dura mais de duas décadas, segundo relatos da imprensa local. Sergio Rodrigues comenta.

  • Data :03 Apr, 2009
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Mulheres de Papua Nova Guiné matam bebês para tentar encerrar guerra tribal

Mulheres de uma área rural de Papua Nova Guiné estariam matando seus filhos recém-nascidos do sexo masculino numa tentativa desesperada de encerrar uma guerra tribal que já dura mais de duas décadas, segundo relatos publicados pela imprensa local.

Segundo o jornal papuásio The National , duas mulheres da região fizeram a revelação durante um encontro promovido na semana passada na cidade de Goroka, capital da província que abriga as tribos em conflito, para discutir a paz e a reconciliação na região.

Segundo as mulheres, Rona Luke e Kipiyona Belas, de duas tribos em disputa, a decisão de sacrificar os bebês do sexo masculino foi tomada para forçar o fim do conflito ao reduzir a população masculina disponível para a guerra.

“Todas as mulheres concordaram em matar todos os bebês do sexo masculino porque elas já estavam fartas de ver os homens se envolvendo em conflitos tribais e deixando-as na miséria”, relatou Luke, de acordo com o National .

Ela admitiu que a morte dos bebês era um crime bárbaro, mas alegou que essa era a única maneira que as mulheres tinham para tentar acabar com o conflito.

Dificuldades

Belas, por sua vez, afirmou que as mulheres tinham dificuldades em conseguir alimentos enquanto seus maridos permaneciam envolvidos na guerra.

As mulheres não souberam dizer quantos bebês foram sacrificados até agora durante o período de conflito, iniciado em 1986 após a ocorrência de alguns assassinatos na região atribuídos a bruxaria.

O Exército da Salvação, que promoveu o encontro da semana passada em Goroka, vem reunindo líderes de 15 diferentes tribos da região para tentar negociar um fim aos conflitos.

Segundo um porta-voz da organização, o assassinato dos bebês recém-nascidos é uma demonstração da extrema frustração das mulheres com os homens envolvidos na guerra.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 2 de dezembro de 2008.

Sergio Rodrigues comenta*

Nas questões 750 e 751 de O Livro dos Espíritos , os Espíritos consideram um crime o costume de alguns povos que praticam o infanticídio, por vezes com amparo em sua própria legislação. O assassínio é sempre um crime aos olhos de Deus, explicam os Espíritos, “pois corta o fio de uma existência de expiação ou missão”, completam.

Assim, por mais que possa parecer razoável a motivação que levam essas mulheres a semelhante prática, não podemos, evidentemente, aceitá-la como justificável. A título de se evitar um mal, estão, na realidade, praticando um outro, certamente até mais grave e bárbaro. Sabemos que se trata de região pouco privilegiada pela riqueza, onde impera toda a sorte de necessidades. Aliás, a justificativa apresentada para essa prática é que a guerra tribal em curso naquela localidade estaria agravando a dificuldade na obtenção de meios para subsistência. Outro equívoco de avaliação. Deus permite a pobreza como prova para o espírito por ela atingido. A miséria provoca queixas contra a Providência e, por vezes, leva a desatinos, como o que estamos analisando. O espírito que assim reage a essa prova estará tendo um existência inútil, desperdiçando uma importante oportunidade de crescimento.

No caso, essas mulheres estão se comprometendo perante a lei ao evitarem a prova da pobreza, agravando suas situações espirituais com a prática do assassínio. No entanto, como ensinam os Espíritos, Deus julga mais pela intenção do que pelo fato. As condições adversas que levam a semelhante prática e a ignorância com relação às suas Leis serão consideradas na vida futura.

  • Sergio Rodrigues é espírita e colaborador do Espiritismo.Net.