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André Ricardo Baal e Tiago Pinto resolveram montar, no ano passado, uma distribuidora de bebidas. Ao juntar os documentos para formalizar o negócio, descobriram que são irmãos. Sergio Rodrigues comenta.

  • Data :22/03/2009
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Colegas de trabalho viram amigos, abrem negócio e descobrem que são irmãos em Panambi (RS)

GRACILIANO ROCHA da Agência Folha , em Porto Alegre

Amigos desde que se conheceram em uma cooperativa agrícola no interior do Rio Grande do Sul, onde trabalharam há cerca de três anos, André Ricardo Baal, 23, e Tiago Pinto, 28, resolveram montar, no ano passado, uma distribuidora de bebidas. Ao juntar os documentos para formalizar o negócio, veio a surpresa: descobriram que são irmãos.

André foi entregue para a adoção dois dias depois de nascer, em Panambi, uma cidade de 36 mil habitantes no noroeste do Estado. Ele conta que nunca teve a curiosidade de saber quem eram seus pais biológicos. Mas a mãe adotiva, Eva Baal, passou a desconfiar do sobrenome do sócio e amigo do filho em outubro do ano passado.

Ela, então, entregou ao filho uma cópia da primeira certidão de nascimento dele, ainda com o sobrenome Pinto e a identificação dos pais biológicos. André Baal empreendeu uma investigação para certificar-se do parentesco e, depois de três dias, confirmou ser filho dos mesmos pais do amigo.

“Depois disso, não tem como não acreditar em destino. Porque além de amigão, ele agora é meu irmão”, conta André, empolgado. “Foi a coisa mais emocionante da minha vida”, diz.

Tiago Pinto jamais soube, até outubro do ano passado, que tinha tido um irmão adotado por outra família. Só tomou conhecimento, quando André pediu para ter uma “conversa séria” na distribuidora de bebidas. Afirma ter pensado que a “conversa” fosse referente a algum problema com a sociedade.

“Foi muito show de bola, ninguém poderia imaginar que uma coisa dessas acontecesse. Agora somos muito mais unidos do que já éramos”, comemora Tiago.

Desde então, André conheceu a mãe biológica e os churrascos de família, um hábito tradicional dos gaúchos, passaram a ser mais frequentes. Numa dessas conversas, a mãe biológica tentou explicar por que entregou o filho para a adoção, mas não conseguiu.

“Não deixamos, não era necessário, passado é passado”, conta André, que se considera um sujeito “de sorte” depois que o acaso reuniu aquilo que a vida separou.

Notícia publicada na Folha Online , em 29 de janeiro de 2009.

Sergio Rodrigues comenta*

Os Espíritos ensinam que dois seres que se conheceram e se estimaram em outra existência corporal podem se encontrar em nova passagem pelo mundo físico e se sentirem atraídos um para o outro. Esta é, frequentemente, a causa das simpatias que existem na Terra. A aproximação se dará devido a circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que, na verdade, são consequências da atração entre eles, que se buscam inconscientemente. A explicação para esse fato ainda não nos é possível conhecer inteiramente, conforme os Espíritos disseram na questão 388, de O Livro dos Espíritos . Esclareceram, apenas, que o magnetismo é que comanda essa ciência e que mais tarde compreenderemos melhor a questão.

Temos no fato objeto da notícia comentada um exemplo claro de como essa atração se faz valer do modo aparentemente o mais fortuito possível. Dois irmãos, separados pelas circunstâncias da vida corporal, mas que, muito provavelmente, mantêm relações afetivas de amizade sincera desde outras passagens, vêm-se colocados no mesmo caminho. A identidade fluídica determinada pela mesma natureza de pensamentos e propósitos se manifestou ao se associarem num empreendimento comercial. Foi o meio que a Providência se utilizou para aproximá-los. O espírito, como sabemos, mesmo no corpo físico, não fica nele confinado. Ao contrário, irradia ao seu redor e até a longas distâncias, através dos fluidos espirituais. Quando da mesma natureza, causam uma sensação agradável, saudável, quando dois ou mais espíritos afins se encontram. Esta é a causa da satisfação que experimentamos quando estamos cercados de pessoas com quem mantemos vínculos de simpatia.

Outra hipótese possível é que ambos tenham escolhido reencarnarem no mesmo ambiente familiar para prosseguirem juntos na luta evolutiva ou mesmo para se harmonizarem de dificuldades passadas. Circunstâncias alheias à sua vontade os separaram. Entretanto, por força do magnetismo a que acima nos referimos, a Providência os repôs lado a lado, permitindo fosse retomada a proposta reencarnatória programada.

  • Sergio Rodrigues é espírita e colaborador do Espiritismo.Net.