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A educação sexual deveria ser obrigatória a partir dos quatro anos de idade, afirmam as organizações Brook e Family Planning Association, duas ONGs de saúde sexual da Grã-Bretanha. Nara de Campos Coelho comenta.

  • Data :30/01/2009
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ONGs britânicas defendem educação sexual a partir dos 4 anos

A educação sexual deveria ser obrigatória para crianças a partir dos quatro anos de idade, afirmam duas importantes ONGs de saúde sexual da Grã-Bretanha.

As organizações Family Planning Association e Brook afirmaram ao programa Newsbeat, da BBC Radio 1, que são necessários mais esforços para reduzir o índice de abortos e infecções sexualmente transmissíveis entre os adolescentes.

O argumento das ONGs é que a educação gradual, iniciada na infância, ajudaria as crianças a não se apressarem para iniciar a vida sexual quando ficarem mais velhas.

“Todas as provas indicam que, quando começam a ter educação sexual e a aprender sobre relacionamentos cedo, antes da puberdade, antes de sentirem atração sexual, os adolescentes começam a vida sexual mais tarde”, disse Simon Blake, diretor da ONG Brook.

“Além disso, eles tendem a usar contraceptivos e a praticar o sexo seguro”, afirmou.

As ONGs acreditam que crianças de quatro anos de idade poderiam aprender o nome de algumas partes do corpo e algumas idéias básicas sobre diferentes tipos de relacionamento.

Falhas

De acordo com as ONGs, a educação básica que as crianças recebem nas aulas de ciências da escola não aborda o tema com profundidade.

Elas defendem que educação sexual seja incluída no currículo das escolas britânicas, ao lado de outras disciplinas obrigatórias como matemática ou inglês, como acontece na Irlanda do Norte.

O Departamento de Infância, Escola e Família da Grã-Bretanha (DCSF, na sigla em inglês), afirmou que está fazendo uma revisão da distribuição da educação sexual nas escolas do país.

De acordo com o DCSF, a educação sexual eficiente é essencial para que os jovens façam escolhas saudáveis e seguras sobre suas vidas e previnam a gravidez precoce e as doenças sexualmente transmissíveis.

“Muitos jovens acabam tendo relações sexuais porque eles querem saber o que é, porque estão bêbados ou porque o parceiro está bêbado”, disse Blake.

“Isso não é bom o suficiente para os jovens. Temos que ter expectativas maiores para eles para que eles mesmos tenham expectativas maiores sobre si”, afirmou.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 4 de julho de 2008.

Nara de Campos Coelho comenta*

Educação Sexual na Escola?

Jovens precisam de educação sexual. Sempre precisaram. Na atualidade, então, quando a vida sexual está liberada, tem-se a ilusão de que os jovens são mais instruídos nesta questão. Qual nada! As estatísticas mostram que cresce o número de adolescentes grávidas e que mulheres recorrem cada vez mais ao aborto. Isto demonstra que os casais não se previnem para evitar a gravidez: porque não querem ou porque não sabem como fazê-lo. A par deste comportamento surgem as doenças sexualmente transmissíveis, tendo como consequências as dores, as dificuldades, os sofrimentos que são notórios e que têm marcado nossas vidas na Terra, segundo a lei de Causa e Efeito.

Jovens, crianças e adultos precisam de educação sexual, pois o exercício da sexualidade é parte natural da vida. “Então a escola deve fazê-lo”, eis a lei do menor esforço, que tem transferido toda a responsabilidade da educação para os professores. Com o Espiritismo, aprendemos que o lar é o primeiro reduto de aprendizado para o espírito recém-reencarnado. É ali que os pais devem estabelecer os liames de amor e de respeito para reiniciar o espírito nas novas experiências terrenas.

Estamos vivendo um momento de muito egoísmo e materialismo. Convencionado está que a educação sexual passa, predominantemente, pelo uso de preservativos e métodos anticoncepcionais. E não é só isto. Não podemos ter medo de nos sentir “caretas” para dizer que jovens não devem se relacionar sexualmente sem a responsabilidade do compromisso assumido. Temendo ser criticados, dificilmente professores dirão aos alunos que não se deve trocar de parceiros como se troca de roupas, o que é comum aos dias de hoje. Sabe por quê? Faltam-lhes interesse, autoridade e amor. Com exceções, claro.

No livro “O Consolador”, ao ser indagado sobre esta questão, Emmanuel, por meio da psicografia de Chico Xavier, explica-nos de forma brilhante, mas dura: “Quando os professores do mundo estiverem plenamente despreocupados das tabelas administrativas, dos auxílios oficiais, da classificação dos salários, das situações de evidência no magistério, das promoções, etc, para sentirem nos discípulos os filhos reais do seu coração, será acertado cogitar-se da fundação de educandários desta natureza, porquanto haverá muito amor dentro das almas, assegurando o êxito das iniciativas”.

Acontece que os professores estão cada vez mais preocupados com suas carreiras e angustiados com as próprias dificuldades. Assim, continua Emmanuel: “Na sagrada missão de ensinar, eles instruem o intelecto, mas, de um modo geral, ainda não sabem iluminar o coração dos discípulos, por necessidade da própria iluminação”.

É difícil ouvirmos isto, mas é preciso que reflitamos a respeito. Até que o planeta progrida moralmente, é preferível que a escola se abstenha de educação sexual, a não ser aquela que se restrinja às informações sobre princípios de higiene, funcionamento do corpo humano, responsabilidade no cuidado com corpo físico. Isto evitará que professores despreparados, dotados de pensamentos e atitudes puramente materialistas, disseminem conhecimentos baseados em suas próprias razões, cristalizando nos seus pequenos tutelados ideias menos edificantes que lhes comprometam o aprimoramento moral, que é objetivo da vida na Terra.

Cabe aqui o exemplo real de uma garotinha de cinco anos que era aluna do maternal, quando um de seus coleguinhas resolveu ser o terror da sala de aula. Qualquer distração da professora e ele tirava o short, exibindo-se para as meninas, que corriam chorando. Um belo dia esta garotinha presenciou a cena e, ao invés de chorar, colocou as mãos na cintura e disse ao colega: “Que coisa feia! Jesus deu a você um corpinho físico pra você cuidar e não para ficar mostrando para os outros!”. Foi como água na fervura. O menino ficou desapontado, e a brincadeira perdeu a graça. Mais ainda: o menino passou toda a infância tentando conquistar a simpatia da garotinha, cuja atitude impressionou a professora. É que ela já recebia a orientação espírita desde que estava no ventre materno.

Aos pais, portanto e por enquanto, cabe a responsabilidade da educação sexual dos filhos, porque ela exige amor. Que eles saibam que a energia sexual constrói ou destrói, dependendo da sua aplicação, e que ela não dispensa o compromisso e o respeito ao sentimento do parceiro. Como nos disse Chico Xavier “o amor é livre, mas o sexo não”.

A vivência sexual é lei divina, incompatível, pois, com os desregramentos de que tem sido vítima. Que os pais se conscientizem de que seus filhos são espíritos os quais lhes foram confiados por Deus para a sublime tarefa de iluminação interior, inclusive a educação sexual.

  • Nara de Campos Coelho, mineira de Juiz de Fora, formada em Direito pela Faculdade de Direito da UFJF, é expositora espírita nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro, articulista em vários jornais, revistas e site de diversas regiões do país.