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Conheça a história de uma mulher que, com um diagnóstico de câncer, transformou a dor em esperança. Hoje, como psicóloga, Luisa Polessa ajuda muitas pessoas com o mesmo problema. Jorge Hessen comenta.

  • Data :24/10/2008
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Psicóloga que venceu o câncer ajuda pacientes com a doença

Conheça a história de uma mulher que, com um diagnóstico de câncer, transformou a dor em esperança. Hoje, como psicóloga, Luisa Polessa ajuda muitas pessoas.

Diante de grandes dificuldades, como problemas graves de saúde, algumas pessoas desistem, se entregam. A entrevistada do Bate-Papo foi o oposto. O diagnóstico de câncer de mama, que podia ser fatal, despertou nela a vontade de lutar por uma vida melhor. É sobre essa luta que falamos com a psicóloga Luisa Polessa.

RJTV – Quando você recebeu o diagnóstico de câncer, qual foi a sua reação?

Luisa Polessa – De muito medo, muita tristeza. Eu não sabia o que ia acontecer, o que eu teria pela frente.

Você achou que ia morrer?

Achei.

É a primeira coisa que a pessoa pensa.

É, embora cada vez menos as pessoas morram por conta desse diagnóstico. Mas o primeiro impacto é esse. Nós, de alguma forma, ainda achamos que estamos recebendo uma sentença de morte.

O que passou pela sua cabeça nessa hora?

Medo de perder as pessoas, de não ter mais as coisas que nós construímos, de não saber o que seria feito do que foi construído, do que foi vivido, de como as pessoas iriam ficar.

Sua filha…

Minha filha. Como deixar um símbolo no mundo.

Na minha cidade, Valença, não se falava nem o nome “câncer”. As pessoas se referiam como “aquela doença”. Não se tocava, era como se a pessoa estivesse amaldiçoada. Ainda é assim?

Ainda é assim, em uma certa medida, porque muitas pessoas ainda têm medo de pronunciar a doença. Vejo isso porque sou especialista em psico-oncologia, que é uma parte da psicologia voltada para a realidade do paciente com câncer, seus familiares, profissionais de saúde. Vejo muitas vezes pessoas ligadas ao paciente com dificuldades de visitá-lo para não se aproximar da realidade da doença. Com isso, se protegem do risco de contrair a doença.

E a sua fé religiosa?

A minha fé religiosa ajudou e ajuda até hoje. Quando se tem um diagnóstico de câncer, não se fala em cura. Fazemos o tratamento, o tratamento é bem-sucedido, mas tem sempre uma mínima percentagem que fica pairando como um fantasma. Com esses fantasmas, eu até tenho estabelecido boas parcerias, mas eles existem.

O medo passa?

Passa. Ele vai se transformando em confiança, em segurança, em sentimentos que a própria religião traz, para quem tem essa ligação espiritual.

Modificou a sua vida?

Sim, até hoje. A vida ganhou outro significado. Hoje entendo que não tenho o tempo todo para fazer as coisas que tenho vontade de realizar. Tudo é vivido com outra consciência, com outra expansão. Isso no aspecto pessoal. Profissionalmente, meu trabalho também mudou. Eu atendo pacientes oncológicos, mas não só isso. Para os pacientes que não são oncológicos, eu focalizo muito a importância de eles cuidarem da vida, melhorarem a qualidade dos relacionamentos.

O que você pode dizer para pessoas que estejam passando por um momento parecido?

Que elas tenham coragem para enfrentar. As etapas são muitas, diagnóstico, exames, investigação, cirurgia, quimioterapia, radioterapia, os outros tratamentos. Que elas saibam que não precisa chegar ao fim do túnel. A luz está no túnel e elas podem encontrá-la em qualquer etapa.

Notícia publicada no site do RJ TV , em 16 de agosto de 2008.

Jorge Hessen comenta*

O CÂNCER - BREVES REFLEXÕES SOBRE O IMPACTO DO PENSAMENTO NO PROCESSO TERAPÊUTICO

É comum, depois de vencer um câncer, o paciente precisar de reforço emocional para voltar à rotina da vida, pois continua precisando de cuidados especiais, física e emocionalmente, sabendo-se que cada caso envolve aspectos específicos. Até porque as etapas são muitas e penosas, diagnóstico, exames, investigação, cirurgia, quimioterapia, radioterapia, ou outros procedimentos médicos, motivo pelo qual, a pessoa fica debilitada e exige um acompanhamento cauteloso.

Vencer um câncer e voltar imediatamente à ativa, embora não seja a regra, não significa dizer que a doença não possa ser vencida. Pelos relatos de pacientes, o sofrimento não vem apenas da doença em si, mas dos próprios tratamentos, normalmente marcados pelos efeitos colaterais. É comum observar seqüelas emocionais e mudanças no estilo de viver do paciente e da família. Para amenizar um pouco os traumas deixados pelo processo terapêutico, o amparo emocional alivia angústias e o medo da recidiva.

Os espíritas temos consciência de que o paciente, ao chegar ao hospital, traz consigo, além da doença, sua história de vida atual e do passado. O seu estado emotivo é resultante de vetores, como a estrutura da personalidade, interpretação e vivência dos acontecimentos, considerando aspectos do imaginário e do real, além de outras variáveis de causas da patologia.

A ciência e a tecnologia cada vez mais possibilitam o diagnóstico precoce e a terapêutica adequada das doenças, acompanhando sua evolução e até mesmo obtendo êxitos em muitos casos. Porém, mesmo com tais avanços científicos, muitas moléstias promovem alterações orgânicas, emocionais e sociais, que exigem constantes cuidados e, conseqüentemente, processos adaptativos. Lembrando sobretudo que “o valioso contributo da medicina acadêmica, quando não acompanhado por um bom relacionamento médico-paciente, resulta incompleto para atingir as causas excruciantes das doenças e angústias."(1)

Atualmente, estuda-se o otimismo, a espiritualidade, a criatividade, a fé religiosa e sobretudo o universo complexo do pensamento que têm sido associado ao bem-estar e à qualidade de vida de pessoas portadoras de doenças crônicas. Por outro lado, há pesquisa sobre a saúde humana, que vem analisando se a mente, por meio de um estado psicológico ou emocional, tem a capacidade de curar doenças. Estudo esse realizado por cientistas da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, que tenta demonstrar que o fato de pessoas com câncer estarem otimistas ou pessimistas em relação a uma cura não influencia diretamente nas chances de sobrevivência à doença.

Por razões consistentes, discordamos desses argumentos, uma vez que diversas provas apontam que, no caso de doenças graves (como câncer avançado), a mente (a forma de pensamento) pode influenciar no resultado de cura, não desconsiderando-se o valor dos médicos, obviamente. A rigor, a fé (no conceito do senso comum) não modifica às Leis da natureza, não faz “milagres”, embora reconheça que pode ajudar concomitante ao trabalho de uma boa equipe médica, fazendo grande diferença no tratamento hospitalar. Urge considerar, por oportuno, que afirmar-se dotado de fé religiosa para “sentir-se” poderoso diante das doenças não resolve a questão da dor, até porque os “títulos de fé não constituem meras palavras acobertando-nos deficiências e fraquezas. Expressam deveres de melhoria a que não nos será lícito fugir, sem agravo de obrigações. Em nossos círculos de trabalho, desse modo, não nos bastará o ato de crer e convencer”.(2)

Há especialistas que corroboram esta tese, ponderando que o olhar otimista sobre a doença e o pensamento firme de cura podem ajudar os pacientes a lidarem melhor com os tratamentos do câncer e a retomarem uma vida normal, a exemplo do que ocorre com o vice-presidente do Brasil - José Alencar. Atualmente, cada vez mais pessoas estão sobrevivendo ao câncer e esta sobrevivência é influenciada, sem dúvida nenhuma, pelas emoções e pensamentos. Muitos pacientes, diante do diagnóstico da doença, transformam a dor em esperança e despertam neles a vontade de lutar por uma vida melhor; outros, porém, desistem e se entregam, admitindo que estão sob uma sentença de morte.

A respeito do processo do pensamento humano, a ciência acadêmica (materialista por excelência) estabelece que o mesmo é um fenômeno meramente fisiológico, decorrente da incessante atividade neuronial. Porém, os espíritas sabemos que a matéria mental é criação da energia que se exterioriza do Espírito e se difunde por um fluxo de partículas e ondas, como qualquer outra forma de propagação de energia do Universo. Tanto quanto no campo físico, o pensamento, em graus variados de excitação, gera ondas de comprimento e freqüência correspondentes ao teor do impulso criador da vontade ou do objetivo desejado.

Pensar é um processo de projeção de matéria mental e esta matéria “é o instrumento sutil da vontade, atuando nas formações da matéria física, gerando as motivações de prazer ou desgosto, alegria ou dor, otimismo ou desespero, que não se reduzem efetivamente a abstrações, por representarem turbilhões de força em que a alma cria os seus próprios estados de mentação indutiva, atraindo para si mesma os agentes [por enquanto imponderáveis], de luz ou sombra, vitória ou derrota, infortúnio ou felicidade."(3) Nesse aspecto, o pensamento deixa de ter uma dimensão intangível para se consubstanciar na condição de matéria em movimento.

Os reflexos dos sentimentos e pensamentos negativos que alimentamos se voltam sobre nós mesmos, depois de transformados em ondas mentais, tumultuando nossas funções orgânicas. Portanto, o pensamento, como uma modalidade de energia sutil, atuando em uma forma de onda, com velocidade muito superior à da luz, quando de passagem pelos lugares e criaturas, situações e coisas nos afetam integralmente a saúde. “Quando nos rendemos ao desequilíbrio ou estabelecemos perturbações em prejuízo contra nós (…), plasmamos nos tecidos fisiopsicossomáticos determinados campos de ruptura na harmonia celular, criando predisposições mórbidas para essa ou aquela enfermidade e, conseqüentemente, toda a zona atingida torna-se passível de invasão microbiana."(4)

Pelo pensamento de medo, angústia exacerbada, dissabor, escravizamo-nos nos troncos de suplício doloroso, sentenciando-nos, por vezes, a anos e anos de peregrinação nos trilhos da intranqüilidade espiritual. E, para abreviar o tormento que nos flagela de vários modos a consciência, é imprescindível atender à renovação mental, único meio de recuperação da harmonia espiritual e da saúde física.

Em face disso, procuremos adotar rígida disciplina de hábitos mentais e morais, estabelecendo como metas colocar os deveres que nos dizem respeito acima dos prazeres mundanos e mantenhamo-nos serenos com a oportunidade ímpar da atual experiência física, que nos favorece com a informação espírita.

Busquemos, acima de tudo, os hábitos salutares da oração, da meditação e do trabalho, procurando enriquecer-nos de esperança e de alegria, para nunca desanimarmos diante dos desafios de qualquer doença. “Devemos vigiar e orar para não cairmos nas tentações, uma vez que mais vale chorar sob os aguilhões da resistência do que sorrir sob os narcóticos da queda."(5)

Para todos os males e quaisquer doenças, centremos nossos pensamentos em Jesus. Pois “nosso remédio é e será sempre Jesus. Ajustemo-nos ao Evangelho Redentor, pois o Cristo é a meta de nossa renovação. Regenerando a nossa existência pelos padrões dEle, reestruturaremos a vida íntima daqueles que nos rodeiam. O Evangelho do Senhor nos esclarece que o pensamento puro e operante é a força que nos arroja das trevas para a luz, do ódio ao amor, da dor à alegria."(6)

Referências:

  1. Franco, Divaldo Pereira. Página ditada pelo Espirito Joanna de Ângelis, na sessão mediúnica da noite de 15/12/1997, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Texto retirado do prefácio do livro: Atendimento Fraterno, ditado pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda;

  2. Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, ditado pelo Espírito André Luiz, 14ª edição, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, páginas: 118 a 125;

  3. Xavier, Francisco Cândido. Mecanismos da Mediunidade, ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 2001;

  4. Artigo “Uma Visão Integral do Homem”, Grupo Espírita Socorrista Eurípides Barsanulfo, disponível no site http://www.geocities.com/Athens/9319/chacras.htm , acessado em 25/04/2006;

  5. Xavier, Francisco Cândido. Fonte Viva, ditado pelo Espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. Feb, 2002, cap. 110;

  6. Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade, ditado pelo Espírito André Luiz, 14ª edição, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001, páginas: 118 a 125.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal lotado no INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.