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Pesquisadores reunidos em Congresso da Sociedade Internacional para os Estudos de Humor tentam aprofundar os conhecimentos sobre como o humor pode melhorar a aprendizagem. Claudia Cardamone comenta.

  • Data :20/09/2008
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Humor pode melhorar aprendizagem, diz especialista

da Efe , em Madri

O sentido do humor e seus múltiplos benefícios nas relações com idosos, na integração de presos e no âmbito da educação são estudados por especialistas internacionais reunidos nesta semana em Madri.

Mais de uma centena de pesquisadores do mundo todo participam do 20º Congresso da Sociedade Internacional para os Estudos de Humor (ISHS), inaugurado na terça-feira (8) e que será encerrado amanhã (11).

Foram apresentados diversos trabalhos que destacaram como a estimulação por meio do riso traz uma série de benefícios para a saúde. Agora, os analistas tentam aprofundar os conhecimentos sobre como o humor pode melhorar hábitos de aprendizagem.

A professora argentina Mónica Guitart, da Universidade Nacional de Cuyo, explicou como aplica o humor em sua classes como espécies de “pílulas motivadoras”. Guitart, que dá aulas de matemática a futuros engenheiros, indicou que tenta ensinar utilizando brincadeiras ou cenas lúdicas que despertem o interesse ou o debate entre os alunos.

“O grande desafio como docente é que os alunos, ao lembrarem das brincadeiras, evoquem os conceitos matemáticos que estão nelas”, afirmou. Guitart disse que, dessa forma, é mais fácil lembrar de conceitos, pois estes “chegam por meio de emoções positivas, e não só por meio de conhecimentos frios”.

A pesquisadora se referiu também às reservas dos professores à utilização do humor em suas aulas, por medo de que possam perder o controle dos alunos. Mas, segundo ela, quando os mestres se dão conta de que o riso favorece a aprendizagem, “imediatamente começam a aproveitar [essa ferramenta]”.

O fórum, realizado na Universidade de Alcalá de Henares, nas proximidades de Madri, abordou também o temor que algumas pessoas têm do riso.

Notícia publicada na Folha Online , em 10 de julho de 2008.

Claudia Cardamone comenta*

A memória é a capacidade de reter, recuperar, armazenar e evocar informações disponíveis. A memória humana focaliza coisas específicas, requer grande quantidade de energia mental. Memória, segundo diversos estudiosos, é a base do conhecimento. Como tal, deve ser trabalhada e estimulada. É através dela que damos significado ao cotidiano e acumulamos experiências para utilizar durante a vida. O ser humano aprende o que é o mundo apreendendo conhecimento sobre pessoas e objeto. A nossa memória esta intimamente relacionada com as nossas emoções.

Existem dois aspectos que são determinantes para a eficácia da memória: Primeiro, a informação deve ter algum significado emocional, portanto tem que ter alguma importância afetiva. É assim que nossa consciência se constrói, sempre em conformidade com nossos próprios interesses emotivos. Segundo, há que ter uma imediata analogia, ou seja, avalia se a informação que está chegando no cérebro tem relação com alguma coisa que já esteve por aí ou que já sabemos. O cérebro procura constantemente fazer associações.

Quando um professor faz uma brincadeira, por exemplo, utilizando de uma música conhecida para auxiliar na fixação de alguns conceitos, ele estará dando um significado emocional e facilitando ao cérebro a realização de associações que facilitem a retenção da informação.

Além disto, o ser humano gosta de fazer aquilo que lhe é prazeiroso. Ao transformar uma aula, numa experiência prazeirosa, irá estimular a freqüência dos alunos, bem como desenvolver a sua atenção e o seu interesse. E isto é altamente facilitador da aprendizagem, pois nós aprendemos apenas o que nos interessa.

Atenção é a focalização consciente e específica sobre alguns aspectos ou algumas partes da realidade. Assim sendo, nossa consciência pode voluntariamente ou espontaneamente privilegiar um determinado conteúdo e determinar a inibição de outros conteúdos vividos simultaneamente. Portanto, a atenção pode ser considerada como um fenômeno de tensão, de esforço, de concentração, de interesse e de focalização da consciência. O elemento afetivo tem significação determinante no processo da atenção, admitindo-se que a pessoa só dirige a atenção dos estímulos que lhe despertem interesse.

Nossa atenção sobre algo é tanto mais intensa quanto mais nos interessa esse algo, quanto mais desejamos conhecê-lo ou compreendê-lo, quanto mais isto nos proporciona prazer ou satisfação. O interesse e a atenção estão tão intimamente ligados que não é possível existir atenção completamente desprovida de interesse.

Ensinar e aprender são dois lados de uma mesma arte que deve ser sempre realizada com alegria e amor.

  • Claudia Cardamone nasceu em 31 de outubro de 1969, na cidade de São Paulo/SP. Formada em Psicologia, no ano de 1996, pelas FMU em São Paulo. Reside atualmente em Santa Catarina, onde trabalha como artesã. É espírita e trabalhadora da Associação Espírita Seareiros do Bem, em Palhoça/SC.