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Mais de um em dez empregados admitiu ter ido trabalhar bêbado e um em três já foi ao escritório de ressaca, segundo pesquisa de uma empresa de seguros. Claudia Cardamone comenta.

  • Data :27 Jul, 2008
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Um em cada dez já foi ao trabalho bêbado, diz pesquisa britânica

Mais de um em dez empregados admitiu ter ido trabalhar bêbado e um em três já foi ao escritório de ressaca, segundo uma pesquisa feita por uma empresa de seguros na Grã-Bretanha.

Mil pessoas e 250 empresas participaram do estudo realizado pela Norwich Union Healthcare.

Entre os que admitiram ter estado de ressaca ou bêbados no trabalho, 85% confirmaram que isso afetava o seu desempenho e o seu humor.

Mais de um terço (36%) dos que trabalharam bêbados ou de ressaca disseram achar difícil se concentrar, 35% eram menos produtivos, 42% se sentiam cansados ao ponto de querer dormir e 25% faziam o mínimo de trabalho possível e iam para casa mais cedo.

Entre os empregadores, quatro em cada cinco disseram que o álcool é a maior ameça ao bem-estar de seus funcionários.

‘Os piores’

A pesquisa também revelou que trabalhar bêbado parece ser mais comum em algumas profissões do que em outras.

Entre os que trabalham no setor de mídia e outros empregos chamados “criativos”, 41% disse já ter ido trabalhar ainda bêbado - quatro vezes mais do que a média.

O número de pessoas que admitiram trabalhar bêbadas foi também alto na indústria da construção (24%), setor de serviços empresariais (23%), e tecnologia da informação (15%).

Cary Cooper, professor de Psicologia Organizacional e Saúde da Lancaster University, disse que bebida em excesso é uma manifestação de estresse e que isso é comum em certas indústrias.

“São nas profissões onde há muito estresse - jornada de trabalho longa, muita expectativa, contratos curtos e mau gerenciamento - que há mais gente bebendo no trabalho”, afirmou.

Ele disse acreditar que as pessoas bebem para lidar com o estresse e que as empresas deveriam mudar a cultura de longas jornadas de trabalho para combater o problema.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 7 de maio de 2008.

Claudia Cardamone comenta*

A bebida alcoólica é um vício? Errado, a bebida é apenas um líquido com alto teor de álcool que produz no corpo humano algumas manifestações. O vício está na pessoa que não consegue dosar a sua satisfação, quando a vontade de ingerir estas bebidas parece dominar o indivíduo.

As pessoas bebem para encontrar coragem de enfrentar alguma situação, para esquecer alguma situação difícil. Alguns bebem para se divertirem, apenas para relaxar. Beber uma cerveja ou outra bebida com álcool se tornou algo tão banal, que não se considera saudável uma reunião onde não tenha nenhuma cerveja sequer.

Encontrar razões para tomar uma cerveja é fácil, mas no fundo só há uma: “Eu gosto, me dá prazer.” Se o ser humano não sentisse prazer, ele não beberia. Muitas pessoas podem pensar: Como alguém pode ter prazer em ficar bêbado no escritório? Mas este prazer não é tão consciente quanto imaginamos. Para esta pessoa, o prazer pode estar no fato de chamar a atenção dos colegas, de dizer-lhes indiretamente que é uma pessoa interessante, que tem uma vida social, que tem amigos, este tipo de informação que ainda nos é muito importante, devido às nossas imperfeições.

Qualquer propaganda de bebida explora exatamente isto. Quantas vezes vemos alguém beber sozinho, apenas para relaxar, meditar? A bebida é um vício coletivo. Este vício existe porque ainda não sabemos nos relacionar de forma livre e saudável. Ainda permitimos que as nossas imperfeições nos dominem de tal forma, que acreditamos não sermos capazes de lutar contra elas.

Nesta reportagem, o problema foi deslocado para o estresse, para o trabalho, mas serão mesmo estas as causas de uma bebedeira? O ser humano é agora colocado como pobre vítima? O estresse não é uma coisa, não é um ser a parte, o estresse é uma manifestação de uma dificuldade do indivíduo em lidar com determinada situação. Se apenas eliminarmos a situação, o problema está solucionado? Nós não encarnamos neste planeta para evoluirmos e passarmos por provas? Neste caso, não estaríamos retirando a prova para garantir apenas nosso bem estar material?

O que falo não é certo nem errado, pois todos temos o livre-arbítrio da ação e pensamento, apenas convido a todos a refletirem sobre o assunto.

  • Claudia Cardamone nasceu em 31 de outubro de 1969, na cidade de São Paulo/SP. Formada em Psicologia, no ano de 1996, pelas FMU em São Paulo. Reside atualmente em Santa Catarina, onde trabalha como artesã. É espírita e trabalhadora da Associação Espírita Seareiros do Bem, em Palhoça/SC.