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Pesquisa com 11 mil adolescentes britânicos revelou que mais de um terço dos jovens (27%) sentem-se deprimidos com freqüência. Claudia Cardamone comenta.

  • Data :14/06/2008
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Pesquisa indica que 27% dos jovens britânicos se dizem ‘deprimidos’

Uma pesquisa feita com 11 mil adolescentes britânicos revelou que mais de um terço dos jovens (27%) sentem-se deprimidos com freqüência.

Intitulado Good Childhood Enquiry (Investigação da Boa Infância) , o levantamento ouviu adolescentes entre 14 e 16 anos em diversas regiões da Grã-Bretanha para avaliar as condições de saúde física e mental das crianças e adolescentes britânicos.

Além da depressão, 22% dos participantes afirmaram que se preocupam com o estado de sua saúde mental. Entre os entrevistados, 70% afirmaram que se sentem inseguros sobre a aparência e admitiram fazer dietas regularmente.

O documento cita outras pesquisas para afirmar que 20% das crianças e adolescentes britânicos apresentam problemas de saúde mental. Em fevereiro, a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgou um relatório no qual apontou a Grã-Bretanha como um dos piores locais para a infância entre os países desenvolvidos.

Segundo a ONG Children’s Society, que encomendou a pesquisa, o objetivo é chamar a atenção do público e das autoridades sobre a importância da saúde mental das crianças.

“A saúde mental e o bem-estar das crianças foram tratados como pouco importantes, mas agora compreendemos que se quisermos que nossas crianças tenham uma infância melhor, essas questões precisam ser discutidas”, disse Rob Reitemeier, presidente da Children’s Society.

“Precisamos traduzir as preocupações em ações e investimentos em serviços de apoio.”

Adultos

Como parte do estudo para avaliar as condições de saúde mental e física das crianças e adolescentes, a ONG também encomendou uma pesquisa para saber a opinião dos adultos.

O levantamento entrevistou cerca de 1,2 mil adultos, e os resultados indicam que, entre os participantes, 55% acreditam que as crianças são menos felizes agora do que há uma geração.

Quando questionados sobre as razões disso, 29% dos entrevistados afirmaram que os conflitos familiares seriam o principal impacto negativo na vida das crianças e adolescentes da atualidade, enquanto 23% disseram que a pressão exercida por outros adolescentes seria o pior fator.

As pesquisas fazem parte de um estudo conduzido desde 2007 pela Children’s Society. Além da saúde mental, a organização já divulgou sondagens sobre a vida familiar, amizades, ensino e estilo de vida das crianças e adolescentes.

O resultado das pesquisas será divulgado ao lado de opiniões de especialistas em um relatório que tem publicação prevista para 2009.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 24 de abril de 2008.

Claudia Cardamone comenta*

Lembrando Eclesiastes: “A felicidade não é deste mundo”. Então podemos concluir que somos levados à infelicidade o tempo todo? Para que desejarmos algo que sabemos não poder alcançar? Um jovem de classe média, um rapaz comum, vai completar 18 anos e ganhar um carro. Se este rapaz passar o tempo todo desejando, sonhando, planejando ganhar uma Ferrari, ao receber um Gol, se sentirá o ser mais infeliz do mundo. Não é que ele não possa ter uma Ferrari, qualquer um pode, é só ter mérito pra isso, que nesse caso se traduz em dinheiro.

E o que isto tem a ver com esta notícia? Quando nós sonhamos com um amor, com um casamento, nós o imaginamos com uma perfeição imaginável, como sinônimo de felicidade, desde criancinhas, o pai, a mãe, os filhos, os irmãos, todos se amam incondicionalmente, todos se perdoam e se compreendem. Não é uma coisa maravilhosa?! Nós conhecemos isto como “comercial de margarina”; todos já acordam dando bom dia, sorridentes e felizes, aí nós olhamos ao nosso redor: “papai”, quando mora conosco, está sempre atrasado que nem fala bom dia; “mamãe” tinha reunião de manhã e saiu mais cedo; meu irmão… Ah!, meu irmão é um chato…

Não está totalmente errado imaginar um local assim, onde o amor reine absoluto; ele existe, nós sabemos disto instintivamente, como sabemos que existe a Ferrari. Mas não podemos nos esquecer que estamos num mundo de provas e expiações, e somente podemos alcançar a felicidade relativa - relativa ao nosso grau de evolução espiritual.

Talvez se espere hoje um filho perfeito, um namorado perfeito, um amigo perfeito. Como somos muito imperfeitos e sabemos plenamente disto, nos deprimimos. Acreditamos não poder alcançar o que nos pedem, de forma indireta. Antigamente, criança tinha que brincar! Como era bom! Hoje já tem que aprender uma segunda língua, tem que se posicionar criticamente frente ao mundo, já atende celular em sala de aula, tem que ser ecologicamente correto. Ninguém tem que ser mais do que já é. Quando nós aprendermos a nos amar como somos, a aceitar o outro do jeito que ele é - isto quer dizer não amar só as qualidades -, estaremos mais próximos da Ferrari.

  • Claudia Cardamone nasceu em 31 de outubro de 1969, na cidade de São Paulo/SP. Formada em Psicologia, no ano de 1996, pelas FMU em São Paulo. Reside atualmente em Santa Catarina, onde trabalha como artesã. É espírita e trabalhadora da Associação Espírita Seareiros do Bem, em Palhoça/SC.