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Música pode funcionar melhor que remédios no tratamento de diversos males, até mesmo de doenças complexas como a epilepsia. Carlos Miguel Pereira comenta.

  • Data :17/04/2008
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Música de Mozart ajuda a curar doenças graves, dizem pesquisadores

da Ansa , em Londres

Especialistas do Instituto de Neurologia de Londres afirmam que a música de Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) pode funcionar melhor que remédios tradicionais no tratamento de diversos males, até mesmo de doenças complexas como a epilepsia.

Segundo artigo publicado nesta quarta-feira (19) no jornal inglês “Independent”, os pesquisadores suspeitaram das qualidades terapêuticas da obra do compositor austríaco quando trataram um paciente de 46 anos que sofria de graves ataques epilépticos e não havia reagido bem a sete tipos de terapias (à base de remédios avançados), e nem mesmo a uma intervenção cirúrgica no cérebro.

Após uma acentuada e inexplicável melhora, os médicos descobriram que o paciente havia começado a escutar a música de Mozart durante cerca de 45 minutos por dia e que seu bem-estar vinha deste novo hábito.

A Universidade de Illinois (Estados Unidos) também relatou, após o caso do paciente inglês, uma situação parecida envolvendo uma criança portadora da síndrome de Lennox-Gastaut (variante rara da epilepsia).

Inteligência

Seguindo os indícios, os médicos descobriram que “doses” de Mozart aumentariam a capacidade matemática e visual, reduziriam o estresse e dores de artrite, além de produzir efeitos positivos no coração e em fetos, no caso de gravidez (estimulando o cérebro do bebê).

Em testes com ratos e carpas, verificou-se melhora no senso de orientação e humor (especialmente com as notas de “Eine Kleine Nachtmusik”).

A causa dos efeitos ainda não é tão clara, mas muitos especialistas afirmam que a zona do cérebro que recebe e processa a música é a mesma da percepção espacial, por exemplo. Os estímulos provocados pela complexa e refinada música de Mozart, sobretudo a sonata K448, teriam, portanto, um impacto benéfico na massa cinzenta, organizando e estimulando células nervosas precárias, em um processo comparável a impulsos elétricos.

Em testes com voluntários humanos, verificou-se que, ao escutar a sonata K448 para dois pianos, o quociente de inteligência do grupo cresceu entre oito e nove pontos. Sobre a exclusividade da música de Mozart, e não de outros compositores, os médicos arriscam que as composições do austríaco trazem uma peculiar técnica de construção musical, baseada em temas circulares com intervalos fixos e variações moduladas do motivo principal.

Notícia publicada na Folha Online , em 19 de março de 2008.

Carlos Miguel Pereira comenta*

“A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima da sua condição” - Aristóteles

Ao longo de incontáveis evoluções, o ser humano desenvolveu uma capacidade única na Natureza, que é a percepção de algumas combinações de sons e vibrações, criando a música, que hoje ninguém dispensa no seu cotidiano, uma das atividades culturais mais difundidas de todos os tempos.

A música é capaz de exprimir a dor de uma alma, manifestar o amor mais puro de um coração, fazendo emergir sentimentos que até então se julgavam perdidos. A força de uma música tanto é capaz de levar duzentas mil pessoas ao êxtase coletivo como fazer um coração chorar em silêncio. Músicas diferentes provocam reações completamente distintas: Algumas inspiram-nos, confortam-nos, dão-nos uma sensação de alegria e bem-estar, enquanto outras há que nos deprimem profundamente. Umas chegam a levar-nos às lágrimas e com outras é praticamente impossível mantermo-nos quietos e calados, cantarolando-as durante todo o dia.

A verdade é que a energia de uma música consegue despertar sensações, provocar reações e aflorar sentimentos. Isto acontece porque essa energia não reside nos aspectos físicos das notas ou na vibração dos tons, mas sim na forma única como essa composição musical é interpretada por nosso campo mental e espiritual.

Desde há muitos séculos que se acredita que a música tem efeitos sobre o nosso estado mental e funciona como um catalizador de emoções. As últimas investigações científicas têm confirmado essa crença, indo mais além ao constatar os benefícios de determinadas melodias na nossa saúde.

Na “Revue Spirite”, edição de março de 1869, o Espírito de Rossini, compositor e criador, entre outras, da ópera “O Barbeiro de Sevilha”, fala-nos desta forma sobre os efeitos da música sobre o Espírito:

“(…) De onde é preciso concluir que a música é essencialmente moralizadora, uma vez que leva a harmonia às almas, e que a harmonia as eleva e as engrandece.

A influência da música sobre a alma, sobre o seu progresso moral, é reconhecida por todo o mundo; mas a razão dessa influência é geralmente ignorada. Sua explicação está inteiramente neste fato: que a harmonia coloca a alma sob a força de um sentimento que a desmaterializa. Esse sentimento existe num certo grau, mas ele se desenvolve sob a ação de um sentimento similar mais elevado. Aquele que está privado desse sentimento a ele é levado gradativamente; acaba ele também por se deixar penetrar e se deixar arrastar ao mundo ideal, onde ele esquece, por um instante, os grosseiros prazeres que prefere à divina harmonia. (…)”

São por demais divulgadas as vantagens de cultivar uma atitude mental forte e enérgica no combate às enfermidades físicas, demostrando que a motivação e a alegria de viver e a confiança nas capacidades próprias fazem com que os objetivos fiquem mais perto de serem alcançados. Aqueles que na doença consigam manter bem altos os seus níveis de confiança, de alegria e serenidade ficam mais perto da harmonia divina que nos fala Rossini, tendo por isso muito mais possibilidades de cura do que os que entram em estado depressivo por conta dessa maleita. A música pode ser um ótimo agente para fortalecer a atitude mental. Algumas melodias, sendo um poderoso trilho para a harmonia espiritual, provocam também um maior equilíbrio no estado psicológico e anímico das pessoas, causando um efeito positivo sobre o corpo, levando a melhorias no organismo físico.

Da mesma forma, se existem músicas que mexem conosco positivamente, outras há que nos prejudicam, produzindo sentimentos negativos. Por tudo isto, sabendo dos efeitos que a música provoca no nosso organismo físico e espiritual, a escolha do que ouvimos deverá ser cada vez mais uma preocupação. Atentemos nos efeitos que a música tem em nós e coloquemos essa ferramenta deliciosa ao nosso serviço e da nossa harmonia.

  • Carlos Miguel Pereira trabalha na área de informática e é morador da cidade do Porto, em Portugal. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net.