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Turco manda carta à polícia contando que furtou toca-fitas de quatro carros em 1992. Junto, envia 400 euros para ressarcir os proprietários e pede perdão. Claudia Cardamone comenta.

  • Data :20/03/2008
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Arrependido, ladrão devolve dinheiro às vítimas 15 anos depois

Turco manda carta à polícia contando que furtou toca-fitas de quatro carros em 1992. Junto com a carta, envia 400 euros para ressarcir os proprietários e pede perdão.

Do G1, com agências

Um ladrão turco enviou uma carta à polícia relatando seu arrependimento por ter furtado toca-fitas de quatro carros… em 1992. Junto com a carta, ele colocou 400 euros (pouco mais de R$ 1 mil) como forma de pagamento pelos toca-fitas que surrupiou das quatro vítimas, no final de 2007.

O ladrão, que continua anônimo, endereçou a correspondência ao departamento de segurança de Kirikkale (Turquia).

Nela, ele conta detalhes dos crimes e pede que a polícia envie 100 euros a cada um dos proprietários dos carros. Pede ainda que seja perdoado pelo que fez.

Três vítimas do ladrão arrependido foram localizadas no final de 2007, segundo informou o chefe de polícia Salim Akca à agência de notícias Anatolia.

O dinheiro da quarta, da qual a polícia não tem pistas, foi doado a crianças carentes.

“Espero que este incidente sirva de exemplo para todos os criminosos”, disse o chefe Akca.

Notícia publicada no Portal G1 , em 14 de janeiro de 2008.

Claudia Cardamone comenta*

Muitas vezes, nós nos lembramos de um erro cometido há alguns anos; ao pensar nele, refletimos que muito tempo se passou e que não se pode mudar o passado; pedimos desculpas e seguimos em frente. Mas será que realmente nos arrependemos?

Arrepender-se de um erro é compreender porque é um erro, é aceitar que somos imperfeitos e suscetíveis ao erro. Quando nos arrependemos de verdade, não nos é possível a passividade, necessitamos corrigir o equívoco realizado.

Infelizmente, ainda somos muito orgulhosos para admitirmos nossos erros perante o outro, mas somos ainda mais orgulhosos para os admitirmos a nós mesmos.

Você se lembra de algo que tenha feito e que tenha prejudicado alguém, mesmo que de uma forma sutil? Se você tivesse a oportunidade de reencontrar esta pessoa, você a procuraria para, pelo menos, pedir-lhe perdão? Provavelmente pensaria o que todos nós pensamos: “Já faz tanto tempo! Esta pessoa já nem lembra mais!” Mas esquecemos de reconhecer que nós lembramos. Não importa se a outra pessoa nunca mais lembrar do fato, nós lembramos, porque a nossa consciência sabe de todos os erros que cometemos e, quando ela aponta uma imperfeição, ela sempre nos mostra que podemos melhorar.

Provavelmente, as vítimas deste ladrão também não mais se lembravam do fato, mas ele lembrou, compreendeu, arrependeu-se e mesmo que de forma anônima, agiu para corrigir o erro. Muitas vezes só procuramos o bom exemplo nas pessoas “boas e honestas”, mas nos esquecemos de que nós, seres humanos, somos muito mais complexos, não podemos ser reduzidos a meros personagens de “mocinho”, de “bandido”, de “vítima”, etc. Todos nós já possuímos um dia, possuímos agora, ou iremos possuir no futuro, todos os defeitos e todas as virtudes.

Na questão 992 de “O Livro dos Espíritos”, vemos que a conseqüência do arrependimento no estado corpóreo é adiantar-se ainda na vida presente, se houver tempo para a reparação das faltas. O nosso objetivo aqui na Terra é aprender e evoluir. Não devemos, assim, negligenciar as oportunidades que temos para nos arrepender de nossos erros e buscar sempre repará-los ainda nesta encarnação.

A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa fraqueza. Humilde é aquele que ao reconhecer seu erro, pede perdão e procura com sinceridade repará-lo.

  • Claudia Cardamone nasceu em 31 de outubro de 1969, na cidade de São Paulo/SP. Formada em Psicologia, no ano de 1996, pelas FMU em São Paulo. Reside atualmente em Santa Catarina, onde trabalha como artesã. É espírita e trabalhadora da Associação Espírita Seareiros do Bem, em Palhoça/SC.