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Os escandinavos passam grande parte do ano imersos em um inverno rigoroso, mas são o povo mais feliz da Europa, mostrou um estudo. Claudia Cardamone comenta.

  • Data :22/02/2008
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Dinamarqueses são o povo mais feliz da Europa, diz pesquisa

DAVID CAMERON - REUTERS

LONDRES - Os escandinavos podem passar grande parte do ano imersos em um inverno rigoroso e escuro, mas são o povo mais feliz da Europa, mostrou um estudo divulgado neste mês.

Países como a Dinamarca e a Finlândia marcaram as pontuações mais altas em um estudo sobre a felicidade na Europa realizado pela Universidade Cambridge e segundo o qual a Itália, Portugal e a Grécia, países mais ensolarados do sul, apresentavam os menores índices de satisfação.

A pesquisa, intitulada “No Man is an Island” (nenhum homem é uma ilha), revelou que os países onde as pessoas passam mais tempo com os amigos e a família e mais confiam no governo e nas instituições públicas tinham maiores chances de terem cidadãos felizes do que os que se encontram em locais mais ensolarados.

O estudo atribuiu uma nota de 1 a 10 para o sentimento de felicidade e satisfação manifestado pelos entrevistados.

Os dinamarqueses - que revelaram ter um alto grau de confiança em seus políticos e instituições públicas - ficaram na primeira posição com 8,3. Já os italianos - que registraram os menores níveis de satisfação com a qualidade de seu governo - ficaram em último lugar, com 6,49.

“A Itália, a Grécia, Portugal, a Alemanha e a França manifestaram os menores graus de felicidade, ao passo que os países escandinavos, a Holanda e Luxemburgo manifestaram os maiores”, disse o estudo.

Apesar de os europeus serem em média quatro vezes mais ricos do que seus pais e avós, o nível de felicidade deles hoje é igual ou menor do que 40 anos atrás.

Notícia publicada no estadao.com.br , em 18 de fevereiro de 2008.

Claudia Cardamone comenta*

Nós, que moramos no Brasil, um país com muitas praias, sol e calor, ao lermos esta notícia, ficamos um pouco surpresos. Como um povo, que vive boa parte do tempo sem praias, sem calor, num inverno quase constante, pode apresentar o maior índice de satisfação e felicidade da Europa?

Felicidade, de acordo com o Novo Dicionário Aurélio, é qualidade ou estado de feliz; ventura; contentamento. Mas o que poderia proporcionar este contentamento à população de um país?

O título da pesquisa já nos dá uma pequena indicação: “nenhum homem é uma ilha”. Poderíamos supor que a felicidade tem alguma ligação com as relações entre as pessoas. O homem encontraria a felicidade no outro, ele precisa do outro para ser feliz? Sim e não. Sempre se falou que a felicidade não está no outro mas em nós mesmos. Então, não precisamos do outro para ser feliz? A felicidade talvez encontra-se na relação que estabelecemos com o outro, é um contentamento interno que se fortalece à medida que praticamos o bem ao próximo.

Precisamos do outro, porque a felicidade é caridosa. Nos sentimos felizes neste mundo de provas e expiações, quando nos sentimos úteis, quando vemos a alegria no olhar do próximo, quando acalentamos com carinho um espírito infeliz.

Não podemos ser felizes sem amor, e o amor necessita de um objeto.

Nestes países onde o clima é rigoroso, as pessoas passam mais tempo com os amigos e com a família. Estreitam suas relações e fortalecem os sentimentos, é o que sugere a pesquisa. Mas também não deixa claro o significado da palavra felicidade para esta pessoas. Será que elas estariam apenas considerando os aspectos materiais? Isto não podemos deduzir.

Mas podemos refletir se nós realmente somos felizes e o que isto realmente significa para nós.

Felicidade não é ter uma vida perfeita e sim conquistar a própria perfeição na vida.

  • Claudia Cardamone nasceu em 31 de outubro de 1969, na cidade de São Paulo/SP. Formada em Psicologia, no ano de 1996, pelas FMU em São Paulo. Reside atualmente em Santa Catarina, onde trabalha como artesã. É espírita e trabalhadora da Associação Espírita Seareiros do Bem, em Palhoça/SC.