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Uma britânica, de 35 anos, grávida de gêmeas, chegou ao hospital com sangramento, com suspeita de aborto, mas ela tinha expelido um tumor do útero. Claudia Cardamone comenta.

  • Data :17/02/2008
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Fetos chutam tumor de útero e salvam a vida da mãe

(APM)

LONDRES, Reino Unido - Uma britânica, de 35 anos, grávida de gêmeas, chegou a um hospital com sangramento. Em um primeiro momento, os médicos suspeitaram de um aborto, mas constataram que a mulher estava com câncer cervical e tinha acabado de expelir um pedaço do tumor do colo do útero.

Conforme a agência de notícias BBC Brasil, que divulgou a informação, os oncologistas - especialistas no estudo dos tumores - sugeriram que ela fizesse quimioterapia e retirasse o útero para remover o câncer por completo. Isso implicaria o fim da gravidez. Mas, a paciente decidiu seguir em frente com a gestação e foi submetida a doses limitadas de quimioterapia, aplicadas a cada 15 dias.

As gêmeas nasceram na 33ª semana de gravidez de cesariana em estado perfeito de saúde - só não tinham cabelo, devido aos efeitos da quimioterapia. Quatro semanas depois do parto, a mãe retirou o útero. Os médicos acreditam que ela esteja curada. No dia 12, a britânica receberá o prêmio “Mulher de Coragem” do Cancer Research UK, um centro na Grã-Bretanha dedicado a pesquisas sobre o câncer.

Publicado no Jornal Super Notícia , em 5 de fevereiro de 2008.

Claudia Cardamone comenta*

“Fetos salvam a vida da mãe”… Que notícia maravilhosa! As crianças ainda se desenvolvendo no útero desta mãe, viram que ela estava doente, e num ato de bondade infinita “chutaram” o tumor para fora do útero, salvando-lhe a vida. Um acontecimento espetacular. Mas a Doutrina Espírita não acredita em milagres e acontecimentos espetaculares e nos pede constantemente o uso da razão, o que tentaremos fazer.

Primeiramente, vamos olhar o fato pelo aspecto material, amparado pela ciência. A medicina afirma existir a possibilidade da gravidez ocorrer em uma mulher que apresente um quadro de câncer no útero, onde ambos, mãe e filho sobrevivem.

Devemos lembrar que o feto, durante a gestação, realmente se movimenta, porém ele encontra-se envolvido pelo líquido amniótico e pela placenta, que o mantém isolado do útero e que do ponto de vista anatômico os movimentos do feto não poderiam afetar tumores nas regiões do colo do útero. A ciência leva a crer que possa ter ocorrido um incidente conhecido na Ginecologia como " mioma em parturição" ou “mioma parido”, que é a expulsão vaginal de um mioma pediculado, decorrente da necrose do pedículo vascular que o mantinha ligado à parede uterina. Não temos dados suficientes, nem experiência para realizar qualquer diagnóstico nesta área, nem é nosso objetivo tentar fazê-lo.

Devemos lembrar que para alcançar a cura, a mãe foi submetida a quimioterapia e a uma cirurgia um mês após o parto.

Em “O Livro dos Espíritos”, nas questões 353 e 354, os Espíritos afirmam que o feto não possui alma, pois a encarnação está apenas em vias de se realizar, porém o Espírito que irá encarnar neste corpo existe fora dele, ligado por laço fluídico, que vai encurtando cada vez mais, até o momento do nascimento. Eles afirmam também que durante a vida intra-uterina o feto vive tal como a planta que vegeta ou tal como o animal, e que ao nascer se completa com a vida espiritual. Assim não podemos supor que o feto, movido por uma vontade e uma intenção tenha exercido um movimento com o objetivo de expulsar o tumor.

Teria então sido um golpe de sorte, ou acaso feliz? Mas a Doutrina também nos ensina que o acaso não existe, tudo tem um porquê, tudo é útil dentro da Obra Divina. Mas por estarmos limitados pelo corpo físico, encarnados aqui na Terra, buscando progredir, pois somos ainda imperfeitos, muitas vezes não compreendemos os acontecimentos que nos cercam. Esta experiência foi necessária à evolução desta mãe e estes Espíritos tinham de encarnar neste momento e nesta família. A mãe teve que escolher entre continuar com a gestação ou buscar imediatamente sua cura, felizmente ela optou pelo caminho do amor e da caridade.

Talvez não nos caiba compreender agora como e porque isto ocorreu, mas devemos compreender que um fato que muitas vezes nos parece fantástico e maravilhoso, pode ter uma explicação racional e estar de acordo com as Leis de Deus.

  • Claudia Cardamone nasceu em 31 de outubro de 1969, na cidade de São Paulo/SP. Formada em Psicologia, no ano de 1996, pelas FMU em São Paulo. Reside atualmente em Santa Catarina, onde trabalha como artesã. É espírita e trabalhadora da Associação Espírita Seareiros do Bem, em Palhoça/SC.