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  • Morador coloca tomada no portão de casa para pessoas sem energia carregarem celular em Maringá

O gesto de solidariedade é do bancário Claudecir de Oliveira Souza, morador da Zona 06. A residência dele é uma das poucas do bairro, afetado pelo temporal do último sábado (23), que ainda tem energia elétrica. Foi então que o bancário Claudecir de Oliveira Souza teve um gesto solidário. Morador da Rua Campos Sales, na Zona 06, ele resolveu colocar uma extensão de tomada, no portão da residência dele, para que os vizinhos pudessem carregar seus aparelhos, tudo de forma gratuita. A reportagem da CBN esteve lá. Elaine Bayma de Moraes comenta.

  • Data :24 Jul, 2022
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O gesto de solidariedade é do bancário Claudecir de Oliveira Souza, morador da Zona 06. A residência dele é uma das poucas do bairro, afetado pelo temporal do último sábado (23), que ainda tem energia elétrica.

** ** Com o temporal do último sábado (23) em Maringá, muitas pessoas ainda estão sem energia elétrica em casa na tarde desta segunda-feira (25). E depois de quase três dias sem conseguir fazer contato com os familiares, muitos começaram a procurar locais com luz para poder carregar os aparelhos celulares.

Foi então que o bancário Claudecir de Oliveira Souza teve um gesto solidário. Morador da Rua Campos Sales, na Zona 06, ele resolveu colocar uma extensão de tomada, no portão da residência dele, para que os vizinhos pudessem carregar seus aparelhos, tudo de forma gratuita. A reportagem da CBN esteve lá.

No portão da casa, um cartaz dizia “Celular, carregamento sem custo”. Do lado de fora, uma tenda e muitas tomadas à disposição. Em entrevista à CBN, Claudecir explica que na casa dele a energia acabou na madrugada de sábado (23), mas voltou no mesmo dia. No restante do bairro, no entanto, nada de luz ainda.

Com isso, ele resolveu ajudar os vizinhos. Desde a tarde de sábado, a extensão segue à disposição das pessoas. Além de carregar celulares, o bancário se ofereceu para ligar freezers e geladeiras de moradores próximos que tinham produtos perto do vencimento. Um gesto de empatia em um momento necessário.

Notícia publicada na CBN , em 25 de Abril de 2022

Elaine Bayma de Moraes* comenta

Ninguém duvida de que vivemos tempos muito desafiadores. Inesperadamente uma pandemia assola a humanidade, multiplicam-se os problemas e transtornos psicológicos, distúrbios psíquicos, com aumento de suicídios e casos de depressão.

Proliferam na mídia notícias negativas – crimes de toda ordem, violência e até uma guerra bélica, que se julgava improvável. Este é o panorama global da humanidade configurado nos anos iniciais deste século. Seria o início das dores sobre o qual discorreu Jesus no Evangelho de Mateus, capítulo 24?

Por outro lado, quando se fala em século 21 vêm à mente as inovações tecnológicas, as descobertas científicas, os avanços da Medicina que certamente melhoram muito a vida das populações no mundo.

Mas por que apesar de todo o progresso material, a humanidade não desenvolveu a contento o senso moral que permitiria o exercício integral da máxima “Fazei aos homens o que gostaríeis que vos fizessem”?

É que o desenvolvimento da moralidade não é tão célere quanto os passos do intelecto. Hoje já não se trata “de desenvolver a inteligência, mas de elevar o sentimento e, para isso, é preciso destruir o egoísmo e o orgulho.” 1

Muitos parecem duvidar de que o homem tenha melhorado da época de Jesus para cá. Então o ser humano não tem jeito? Salta aos olhos a notícia divulgada, no primeiro semestre pela CBN – Maringá, sobre as consequências provocadas por um temporal, entre as quais a falta de energia, e talvez a reportagem possa responder parcialmente a essa indagação. O destaque ficou por conta de um bancário que, num gesto solidário, resolveu colocar uma extensão de tomada no portão da sua residência para que os vizinhos pudessem carregar seus aparelhos celulares de forma gratuita.

Observamos que nas grandes tragédias é que se vê muitos arregaçarem as mangas, não pensarem duas vezes e empreenderem algum trabalho de ajuda às vítimas dos acontecimentos dolorosos, exercendo todo o seu potencial de solidariedade ao próximo. Foi o que fez Claudecir de Oliveira, já que sua casa não sofreu a falta de energia prolongada como no restante do bairro.

Sem dúvida muito louvável a iniciativa do morador de Maringá, mas o que se espera dos seres humanos é que tenham atitudes de solidariedade, fraternidade e caridade não somente nos momentos adversos, mas sim no dia a dia de sua convivência com o semelhante, procedimentos que aos poucos poderiam minar o egoísmo ainda vigente no nosso estágio evolutivo.

O capítulo XVIII de A Gênese pondera que em várias épocas espíritos de escol encarnados procuraram impelir a humanidade pelos caminhos fraternos, mas, muito jovem ainda, ela não teve “ouvidos de ouvir” e seus ensinos não frutificaram. Mas hoje são chegados os tempos. Que tempos? Os “marcados por Deus, quando a humanidade está madura para subir um degrau”. 2

Durante séculos e ainda hoje os homens não conseguiram praticar totalmente a regra de ouro relembrada por Jesus: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Relembrada? Sim, porque vários povos, muito antes da vinda do Cristo, a conheciam, como os gregos, os persas, os chineses, os egípcios, os hebreus e até os romanos. De acordo com Emmanuel, “na Antiguidade, todos os povos receberam a regra áurea da magnanimidade do Cristo”. 3

No entanto, essa lei ficou esquecida na poeira do tempo, talvez porque nossas imperfeições de espíritos ignorantes, ainda habitantes de um mundo de provas e expiações, apenas o segundo na escala dos mundos, nos tenham impedido de segui-la.

Com Jesus essa regra virou novidade divina, porque o Mestre “a ensinou e exemplificou, não com virtudes parciais, mas em plenitude de trabalho, abnegação e amor, à claridade das praças públicas, revelando-se aos olhos da humanidade inteira”.4

Nesse período de transição, meio confuso ainda, em que a velha geração vai desaparecendo, dando lugar à outra, que inaugurará uma nova ordem social tendo como base a fraternidade, quem sabe possamos ver consolidar a multiplicação de simples gestos fraternos como o de Claudecir, os quais de tão corriqueiros não precisem mais virar notícia? Que sejam indicadores de que os “olhos de ver” estão finalmente enxergando aquele ali bem ao nosso lado como o próximo da regra de ouro.

  • Elaine Bayma de Moraes, carioca, bacharel em Comunicação/Jornalismo (UFRJ) espírita, trabalhadora da Congregação Espírita Francisco de Paula e colaboradora do site Espiritismo.net no Atendimento Fraterno off line.

Referências

 **A Gênese, Allan Kardec, capítulo XVIII, — São chegados os tempos.** 

 **A Gênese, Allan Kardec, capítulo XVIII, — São chegados os tempos.** 

 **Caminho, verdade e vida, espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, mensagem 41— A regra áurea** 

 **Caminho, verdade e vida, espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier, mensagem 41— A regra áurea**