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A bondade de Deus se expressa em todos os momentos da nossa vida, seja na alegria ou nos momentos difíceis. Assim como uma mãe repreende um filho ou quando impõe certas obrigações necessárias ao seu desenvolvimento sadio, mesmo contra a sua vontade, todos nos deparamos com situações desagradáveis, também necessárias para a nossa evolução. Temos que aceitar o fato de não estarmos ainda em condições de compreender todos os desígnios divinos. Será, então, que devemos considerar a infinita bondade de Deus como um dogma?

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A bondade de Deus se expressa em todos os momentos da nossa vida, seja na alegria ou nos momentos difíceis. Assim como uma mãe repreende um filho ou quando impõe certas obrigações necessárias ao seu desenvolvimento sadio, mesmo contra a sua vontade, todos nos deparamos com situações desagradáveis, também necessárias para a nossa evolução.

Temos que aceitar o fato de não estarmos ainda em condições de compreender todos os desígnios divinos. Será, então, que devemos considerar a infinita bondade de Deus como um dogma?

Não, não é necessária nem indicada a aceitação da bondade de Deus como um dogma. Contudo, através de uma análise bem simples pode-se concluir que ela existe. Imaginemos Deus como sendo um ser vingativo, capaz de atos cuja única finalidade seja a punição. Atos punitivos deliberados, com a finalidade de desforra, sendo decorrência do exercício de certas paixões, como o orgulho, são, por essência, de caráter negativo e normalmente, impensados.

Hoje em dia, somente na situação de encarnados na Terra, somos, aproximadamente, seis bilhões de espíritos. Não é possível sequer imaginar quantos atos delinquentes são realizados em um único dia. Se Deus houvesse de se vingar de cada um, com atitudes impensadas, toda a estrutura do planeta estaria comprometida, pois as leis que o regem estariam mudando a todo instante. Imaginemos quando são considerados todos os espíritos do Universo e suas leis, nunca chegaríamos a existir.

Todas as vertentes religiosas pregam a bondade de Deus, seja lá qual for o nome que Lhe seja dado e mesmo que acreditem na existência de vários deuses, sempre existirá um ou alguns voltados para o bem. Apesar desta apregoada bondade divina, basta olharmos ao nosso redor ou na história do mundo desde a existência de seres vivos no planeta para observamos a existência do mal. Portanto, o mal existe e isto é inegável.

Qual seria, então, a procedência deste mal?

Diante deste fato inegável é preciso que, estas mesmas crenças religiosas que pregam a bondade de Deus, dêem aos seus seguidores uma explicação, haja vista que, na verdade, as pessoas buscam nas religiões respostas para fatos que não compreendem com a ciência material. Buscam respostas para amenizar ou até mesmo solucionar os sofrimentos que vivenciam. Por outro lado, temos a tendência de culpar outros pelo sofrimento decorrente das próprias faltas, pois desta forma não é necessário trabalhar por uma modificação pessoal.

Estamos diante da seguinte situação: o mal existe e precisamos encontrar um culpado, alguém a quem possamos culpar pelos próprios erros. Mas quem poderia assumir esta culpa e, o que é mais importante, que não se defenderia? Não adiantaria culpar alguém que poderia se defender e pronto, não teríamos mais o “bode expiatório” e, além disso, teria que ser alguém que não morreria caso contrário seria necessário encontrar outro de tempos em tempos, o que seria muito trabalhoso.

Diante de tal dilema, nada mais simples e fácil do que inventar um. Surge, então, a figura do Demônio e a idéia do inferno. Contudo, inerentemente ao ser, tem-se a concepção de que são estados de consciência da alma humana.

Apesar do homem se considerar um ser superior e que, no início do 3º milênio, quando já conquistou tantos feitos extraordinários como a conquista do espaço, maquinas, como a tomografia computadorizada, que são capazes de “fotografar” o interior do corpo humano na busca de diagnosticar doenças, hoje com o avanço da tecnologia é possível a comunicação imediata com qualquer parte do mundo, trocando informações de todos os níveis, seja falada, visual ou escrita. Apesar de nos considerarmos seres tão fantásticos, nossa visão ainda é muito restrita; nossos sentidos ainda muito limitados, mesmo com a ajuda de toda a tecnologia disponível; nossa mente, capaz de feitos prodigiosos, ainda é muito limitada para podermos compreender como o universo é concebido, não apenas sua formação, mas todos os mecanismos que são utilizados na sua manutenção, as leis químicas e físicas que regem os planetas, e, acima de tudo, as leis à que a humanidade está sujeita, não apenas as leis sociais, aquelas que existem para disciplinar o povo no que toca a vida em sociedade, que por si mesma é transitória e imperfeita em muitos aspectos.

Ainda vemos as coisas com pouca visão, capazes apenas de olhar para os próprios umbigos, os interesses pessoais e, tudo aquilo que vai contra esses interesses, rotulamos como mal ou injusto. Quando estivermos em condições de apreciar a sabedoria de Deus e que tudo tem sua utilidade, aceitaremos os fatos sem revolta.

O Espiritismo não faz apologia a dor, mas busca a sua compreensão, um entendimento do porquê da sua existência para então buscar, de forma atuante, a solução sem revolta e sem desespero. Sabendo que a bondade do Pai está sempre a nos apoiar. Kardec, também no livro A Gênese, Capítulo 3, expõe com brilhante clareza, uma análise sobre a existência do bem e do mal.

  • Extraído do livro ENSAIOS SOBRE QUESTÕES ESPÍRITAS, Capítulo I, de Claudio C. Conti - www.ccconti.com