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  • Coluna: Em dia com o mundo 10

Houve um tempo em que Natal significava um momento espiritual de renovação. O nascimento de Jesus, em Belém de Judah, significava a renovação da aliança para um futuro promissor entre o Criador e os habitantes do orbe terreno. O anúncio do mensageiro celeste, desde o primeiro momento, apontava para grandes promessas de sabedoria e paz.

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Quando voltar o Natal…

Houve um tempo em que Natal significava um momento espiritual de renovação.

O nascimento de Jesus, em Belém de Judah, significava a renovação da aliança para um futuro promissor entre o Criador e os habitantes do orbe terreno. O anúncio do mensageiro celeste, desde o primeiro momento, apontava para grandes promessas de sabedoria e paz.

Muitos esperavam um guerreiro, outros desejavam um rei. Ninguém prestou muita atenção ao Príncipe da Paz, disfarçado em homem comum, nascido numa manjedoura e educado numa carpintaria.

Ainda hoje seu programa de transformação é negligenciado:

Glória a Deus nas alturas! Paz na Terra! Boa vontade para com a humanidade!

Insistimos que glorificar a Deus é um ato de bajulação em que trocamos palavras de louvor por favores que atendam a nossos propósitos e desejos. Insolentes com a sabedoria divina, a expressar-se em todos os quinhões da Natureza, ignoramos que a bondade se presta sob todas as circunstâncias e que somos nós os grandes desafiados a compreender a presença de Deus em tudo para glorificá-lo no altar de nós mesmos pelo esforço de melhoria e renovação!

Falamos de uma paz doentia, interlúdio de guerras cruentas, e a confundimos com uma alienação de propósitos que tenta acomodar-se aos convencionalismos de momento. Mas esquecemos a paz verdadeira que antecede a justiça e que somente se estabelece com o vigor da sensibilidade que considera o próximo com o mesmo rigor de direitos e a mesma compaixão de deveres.

Ofuscamos a boa vontade com palavras de um ceticismo que obscurece a fraternidade e a transforma num pessimismo crônico transformado em hábito de gala para as desculpas de ignorar o melhor que podemos fazer por todos para nos engalanarmos no ocioso cultivo de nós mesmos.

Ah, Senhor! Quanto ainda precisamos do teu Natal!

Olhando o passado longínquo, onde os pastores simples te contemplavam, onde os animais acordados com o suspiro de tua presença silenciavam honrosos pela majestade de tua grandeza, pensamos em nossa necessidade de compreender-te o Natal.

Tuas lições de benemerência alcançaram sábios e tolos. Teu sorriso de sabedoria acolhia desesperados e faustosos. Tuas lágrimas cairam sempre em benefício de outros e tuas mãos operosas sempre se fizeram firmes no amparo e na edificação do mundo novo!

Nasceste ignorado do mundo e morrestes perseguido por ele! Mas enquanto transitavas entre a Manjedoura e a Cruz retificastes o caminho de ser humano!

Olhando as luzes vazias com que os papais-noéis fingem iluminar o mundo, vendo a troca de presentes caros e baratos, tanto quanto transitórios, sentimos falta do teu verdadeiro Natal… em nossa alma!

Nasce, Senhor! hoje e sempre em nossos corações!

Deixa-nos ver o universo sob a argucidade do Teu olhar para que aprendamos a cantar em atos a nossa Glória a Deus!

Deixa-nos sentir a alegria de tuas lições para compreender a natureza da verdadeira fraternidade e estabelecer por fim a Paz em toda a terra!

Deixa-nos seguir pelos teus abençoados passos, visitando os que sofrem, dialogando com todos, exaltando a realidade e praticando o bem incondicionalmente! E quem sabe saberemos o significado da Boa Vontade para com a humanidade!…

E enquanto não contemplamos a Era Nova, a destacar-se dentro de nós mesmos, deixa-nos suspirar Esperança, enquanto não chega o Natal!

Abdias

Brasília, 23 de dezembro de 2021.

andrehsiqueira@espiritismo.net