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  • Casos de demência devem triplicar até 2050, aponta estudo

Um novo levantamento do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington (EUA) indicou que, até 2050, o número de indivíduos que sofrem de demência pelo mundo será quase triplicado. Os maiores aumentos nos índices de incidência da doença devem ocorrer na África e no Oriente Médio, de acordo com os pesquisadores. Fabiana Shcaira Zoboli comenta.

  • Data :11/10/2021
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O número de indivíduos afetados por males como Alzheimer pode ultrapassar os 150 milhões até 2050

Um novo levantamento do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington (EUA) indicou que, até 2050, o número de indivíduos que sofrem de demência pelo mundo será quase triplicado. Os maiores aumentos nos índices de incidência da doença devem ocorrer na África e no Oriente Médio, de acordo com os pesquisadores.

Segundo o estudo, a quantidade de pessoas afetadas pela demência chegará a casa dos 152 milhões em três décadas. Algumas das principais causas para esse fenômeno são o envelhecimento da população global e o crescimento da obesidade e da diabetes entre jovens.

Espera-se que, em 2050, os indivíduos com mais de 65 anos formem 16% da população do mundo. Para efeitos de comparação, em 2010, a taxa era de 8%. Com esse processo, torna-se mais provável o desenvolvimento da demência, frequentemente associada a idosos.

Atualmente, existem cerca de 350 mil novos casos de demência precoce todos os anos. Nas últimas décadas, tem-se observado uma aceleração de doenças ligadas à demência no mundo. Só nos Estados Unidos, por exemplo, a taxa de mortalidade por Alzheimer (responsável por sete em cada dez casos de demência) cresceu 88% entre 1999 e 2019.

Somente no Brasil, há mais de 29 milhões de pessoas acima de 60 anos. Não à toa, estudos recentes apontam que a proporção de brasileiros com demência mais que dobrou ao longo de trinta anos. Trata-se de uma importantíssima questão de saúde pública à qual autoridades devem se atentar para evitar maiores problemas no futuro.

Notícia publicada na Veja, em 29 de Junho de 2021

Fabiana Shcaira Zoboli* comenta:

“Mente distante” – era essa a ideia que se tinha quando a palavra “demência”, derivada do latim “dementia”, passou a ser utilizada para descrever quadros de desorientação, perda da memória e perda de habilidades cognitivas e sociais.

O nome “Doença de Alzheimer” deve-se ao psiquiatra alemão Alois Alzheimer que, em 1906, descreveu a síndrome pela primeira vez, associando-a à morte de células cerebrais após estudar o caso de sua paciente, Auguste Deter, que desenvolveu os sintomas e tornou-se, aos poucos, incapaz de cuidar de si mesma, desencarnando aos 55 anos.

Hoje, sabe-se que a Doença de Alzheimer não é a única, mas, sim, a principal causa de demência, alcançando cerca de 35,6 milhões de pessoas em todo o mundo. Embora ainda não exista cura, os atuais recursos da medicina permitem um diagnóstico precoce que é fundamental no controle do avanço da doença e para proporcionar ao paciente e familiares melhor qualidade de vida.

Daí a importância de conversar sobre o assunto e a razão pela qual foi instituído o 21 de setembro como “Dia Mundial do Alzheimer”, mês em que são reunidos esforços, em uma campanha internacional, com o objetivo de conscientizar a população sobre a doença e promover apoio ao doente, cuidadores e familiares.

E o que o Espiritismo diz sobre a Doença de Alzheimer? É uma pergunta recorrente diante do anseio humano de compreender as causas das grandes dores que nos afetam.

Mas, para bem refletirmos, precisamos lembrar que, embora tudo o que nos aconteça tenha uma causa, não há uma única causa para as mesmas dores; além disso, ao contrário do que muitos ainda acreditam, as situações difíceis com as quais nos defrontamos não são castigos de Deus em razão desse ou daquele ato que tenhamos cometido.

A Bíblia traz diversas passagens advertindo que a cada um será dado conforme suas obras. Jesus confirma o ensinamento (Mt 16:27 ), mas o Mestre também ensina que Deus é “Pai Nosso”, infinitamente Sábio, Justo e Amoroso. Assim, embora esteja claro que sejamos os artífices do nosso próprio destino, não devemos ter dúvidas quanto a Misericórdia e o Amor de Deus.

Dessa forma, as dores pelas quais passamos não são castigos ou “pagamentos”, mas experiências que atraímos conforme a nossa necessidade espiritual e que servirão, sempre, para nos ajudar a alcançar a pura e eterna Felicidade, a qual estamos destinados, como ensinam os Benfeitores da Humanidade, em “O Livro dos Espíritos”, na resposta à questão 115:

“Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, e para aproximá-los de si. Nesta perfeição é que eles encontram a pura e eterna felicidade. Passando pelas provas que Deus lhes impõe, os Espíritos adquirem aquele conhecimento. Uns aceitam submissos essas provas e chegam mais depressa ao seu destino final. Outros só a suportam murmurando e assim, por sua culpa, permanecem afastados da perfeição e da prometida felicidade.”

O objetivo das dores pelas quais passamos, assim como das provas e, até, das experiências felizes, não é trazer sofrimentos ou alegrias circunstanciais, que hão de acabar em um momento, mas conduzir o Espírito a um caminho onde possa reconsiderar suas ações, suas crenças, repensar valores, descobrir sua força, desenvolver potenciais e virtudes - são, então, processos educativos, por vezes, dolorosos, mas sempre de acordo com a nossa necessidade de aprendizado e crescimento espirituais.

Jesus, na obra Boa Nova, de Humberto de Campos, pela psicografia de Chico Xavier, ensina:

“Tiago, nem todos podem compreender a verdade de uma só vez. Devemos considerar que o mundo está cheio de crentes que não entendem a proteção do céu, senão nos dias de tranquilidade e de triunfo. Nós, porém, que conhecemos a vontade suprema, temos que lhe seguir o roteiro. Não devemos pensar no Deus que concede, mas no Pai que educa; não no Deus que recompensa, sim no Pai que aperfeiçoa.”

Por isso, quando somos desafiados por situações tão dolorosas como a Doença de Alzheimer, ou ainda, quando um familiar recebe o diagnóstico, não nos perguntemos o que fizemos para “merecer isso” ou o “por que comigo?”, mas reflitamos sobre o que essa experiência quer ensinar ao nosso Espírito.

Somos convidados ao aprendizado, ao crescimento – não ao sofrimento. E sempre alcançaremos grandes conquistas espirituais quando procurarmos superar as dificuldades da melhor forma possível, e quando não for possível a superação, que as vivenciemos com fé, esperança e amor no coração.

Mesmo na fase mais grave da doença, quando a alma parece estar completamente distante, lembremos que a limitação do corpo não impede o Espírito de aprender virtudes como paciência e resignação, assim como os familiares que podem exercitar a paciência, do amor incondicional, por vezes até do perdão…

Coragem!! Busquemos o consolo no Evangelho, lembrando que as dores passam e o Espírito sobrevive às adversidades da vida física, demandando à Vida espiritual com mais experiência e virtudes quando consegue vencer a si mesmo. Como as inspiradoras palavras de Léon Denis, na obra, “O Problema do Ser e do Destino”:

“Nossos sofrimentos, ocultos ou aparentes, são consequências do passado ou também a escola austera onde se aprendem as altas virtudes e os grandes deveres. Através dos ciclos do tempo, todos se aperfeiçoam e se elevam; os criminosos do passado virão a ser os sábios do futuro. Chegará a hora em que nossos defeitos serão eliminados, em que nossos vícios e nossas chagas morais serão curadas. As almas frívolas tornar-se-ão sisudas, as inteligências obscuras iluminar-se-ão. Todas as forças do mal que em nós vibram ter-se-ão transformado em forças do bem. Do ser fraco, indiferente fechado a todos os grandes pensamentos, sairá, com o perpassar dos tempos, um Espírito poderoso, que reunirá todos os conhecimentos, todas as virtudes, e se tornará capaz de realizar as coisas mais sublimes.”

Tenhamos fé e estejamos certos de que todas as dores podem ser superadas quando trazemos Jesus para dentro do nosso coração, iluminando nossos sentimentos e renovando nossas forças, ajudando a cada um de nós, dentro das experiências que nos cabem, a alcançar a verdadeira Felicidade.

Fontes:

Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde BVSMS

https://bvsms.saude.gov.br/21-9-dia-mundial-da-doenca-de-alzheimer-e-dia-nacional-de-conscientizacao-da-doenca-de-alzheimer/

Abraz – Associação Brasileira de Alzheimer
https://abraz.org.br/2020/sobre-alzheimer/

Manual MDS Versão para a família

https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-cerebrais,-da-medula-espinal-e-dos-nervos/delirium-e-dem%C3%AAncia/doen%C3%A7a-de-alzheimer

*Fabiana Shcaira Zoboli é espírita e colaboradora do Espiritismo.net