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  • Busca por eleição na internet é a maior desde 2004

Levantamento sobre eleições feito pelo Estado na plataforma Google Trends 2018 mostra aumento de 66,7% em pesquisas sobre tema no primeiro semestre deste ano, na comparação com 2014 e 2016. Glória Alves comenta.

  • Data :19/10/2018
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Levantamento sobre eleições 2018 mostra aumento de 66,7% em pesquisas sobre tema no primeiro semestre deste ano, na comparação com 2014 e 2016

Luiz Fernando Toledo, O Estado de S.Paulo

As eleições 2018 são as que mais despertaram o interesse dos eleitores na internet durante um primeiro semestre desde 2004. Levantamento feito pelo Estado na plataforma Google Trends – que analisa estatísticas de pesquisas no maior buscador da rede – marca cinco pontos de interesse pelo tema neste primeiro semestre, contra 3 em 2014 e 2016, por exemplo, anos também marcados pela realização de eleições. Em 2004, o resultado foi de 6, numa escala que vai de 0 a 100.

Historicamente, o pico das pesquisas costuma acontecer a partir de agosto, se prolongando até o momento da eleição. O levantamento mostrou ainda que, em junho, o interesse dos internautas pelo tema “eleição” foi 66,7% maior do que no mesmo período de 2016 e de 2014.

O Google Trends utiliza uma fórmula que relativiza a quantidade de acessos por período, permitindo a comparação nessa série histórica sem distorções. Ou seja: mesmo que, em números absolutos, mais pessoas tenham acesso à internet e pesquisem mais por um determinado tema em 2018 do que na década passada, o que será captado é o total de buscas por um tema em relação a todas as pesquisas feitas na plataforma naquele período.

O mesmo vale para comparar diferentes Estados, por exemplo. A plataforma vai dizer qual Estado teve mais buscas sobre um tema de acordo com o total de buscas naquela região, de forma relativa. Com isso, é possível fazer comparações entre Estados com populações diferentes.

Os dados acompanham a “antecipação” do período eleitoral feito por pré-candidatos na internet. Conforme mostrou o Estado no início de junho, embora o horário eleitoral na TV só comece no dia 31 de agosto, pré-candidatos se anteciparam a esse prazo e passaram a veicular em suas redes sociais programas políticos no estilo usado para pedir votos na TV e no rádio. Segundo especialistas, esse é um dos motivos para o resultado da pesquisa.

“Não se tem ainda o início da propaganda da TV e na rádio. A formalização das candidaturas não foi feita e existe um ambiente de incerteza. Isso já é uma diferença em relação aos anos anteriores, por causa da minirreforma política. Hoje é possível fazer a propaganda nas redes, fazer crowdfunding. Isso muda o comportamento dos pré-candidatos”, diz a professora de Ciência Política da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESP-SP), Tathiana Chicarino.

Cadastramento da biometria gerou aumento de buscas

As estatísticas até junho apontam apenas o início do interesse pelo tema. Quando se considera a série histórica em períodos eleitorais desde 2004, é possível perceber que há aumento constante nas buscas a partir de agosto (entre 10 e 20 pontos), com pico em outubro (90 ou mais pontos). O ano de 2016 foi o que registrou o maior interesse em outubro, com 100 pontos.

Se analisadas as consultadas relacionadas ao tema das eleições, a plataforma aponta que as principais preocupações do brasileiro nos últimos 12 meses estão relacionadas ao cadastramento da biometria: 8 dos 25 termos mais buscados dizem respeito a como e quando se recadastrar para votar. A mudança passou a ser obrigatória em parte dos municípios no País neste ano.

Tocantins foi o que mais buscou pelo tema neste período no País, em termos proporcionais (em relação à população total) – os eleitores do Estado tiveram de escolher um novo governador no domingo passado, depois da cassação do ex-governador Marcelo Miranda (MDB) e de sua vice, Cláudia Lelis (PV).

Ambos foram considerados culpados por captação ilegal de recursos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante a campanha de 2014. Pela mudança de agenda, os internautas de Tocantins tiveram um pico de buscas por eleição entre os dias 3 e 9 de junho.

Notícia publicada no estadao.com.br , no dia 26 de junho de 2018.

Glória Alves* comenta

“As eleições 2018 são as que mais despertaram o interesse dos eleitores na internet durante um primeiro semestre desde 2004”, revela o “Estadão”. Não é para menos, vivenciamos um momento crucial em nosso país, uma das maiores crises econômicas, apesar dos que dizem os economistas e outros profissionais do setor, que a economia voltou a crescer.

A crise atual empurrou milhares de pessoas para a pobreza, são milhões de desempregados, e isso é notório, vemos nas ruas de nossa cidade, principalmente os camelôs, preenchendo todos os espaços. As perdas financeiras e de patrimônio, levando muitos ao desequilíbrio emocional. Vemos a corrupção generalizada, sendo um dos fatores principais de toda essa situação angustiante, gerando o aumento da violência em todo Estado brasileiro.

Abrangendo o nosso olhar além do território nacional, vemos que não é somente em nosso país que as coisas andam tão ruins. “Analisando-se a situação sócio espiritual do planeta na atualidade, não há como negar-se a presença da destrutiva onda de pessimismo e utilitarismo que domina as criaturas humanas em toda parte. Apoiados no niilismo, embora os comportamentos rotulados de religiosos de alguns dos seus segmentos sociais, o cinismo das pessoas e a decadência da ética dão-nos a dimensão do desespero que avassala as mentes e os corações atormentados.”(1)

E é nesse estado angustiante que os brasileiros recorrem às mídias nesse momento de eleições, vivendo entre as mensagens dos candidatos e os fake news, que hoje também representam a intolerância, o ódio, o preconceito, o orgulho e o egoísmo. Envolvidos nesse triste clima antagônico é que vamos eleger aqueles que deverão, pelos próximos quatro anos, administrar e governar o Brasil.

Diz a matéria do jornal “Estadão” que “as eleições 2018 são as que mais despertaram o interesse dos eleitores na internet durante um primeiro semestre desde 2004”, e sabemos o porquê, o brasileiro, de um modo geral, está descrente da classe política, embora não possamos generalizar, pois entre os políticos, ainda há os que laboram por um Brasil mais justo.

“A internet é o segundo meio de comunicação, usado mais frequentemente pelos brasileiros, atrás da televisão e à frente do rádio, segundo a primeira edição da “Pesquisa Brasileira de Mídia 2014 – Hábitos de Consumo de Mídia pela População Brasileira”.(2)

“O levantamento realizado pelo jornal, mostrou ainda que, em junho, o interesse dos internautas pelo tema “eleição” foi 66,7% maior do que no mesmo período de 2016 e de 2014.” As mídias sociais têm se tornado uma aliada perfeita dos que disputam as eleições desse ano, dada a facilidade de comunicação, a rapidez com que os comentários e as mensagens dos candidatos nos chegam, além de ser um meio mais barato de propaganda eleitoral. Diversos homens públicos têm buscado através do WhatsApp um meio de aproximação da sociedade, da mesma maneira, alguns candidatos fazem uso desse aplicativo para se aproximar dos seus eleitores.

Eleições, momento maior da democracia de um país! Grave responsabilidade do povo brasileiro. O voto é instrumento de transformação da sociedade, e imprescindível se faz nesse momento o amadurecimento dos conceitos de liberdade e responsabilidade.

O progresso espiritual do ser pressupõe o desenvolvimento da faculdade de discernir o bem e o mal, sendo então a liberdade legítima decorrente da legítima responsabilidade, não podendo aquela triunfar sem esta, portanto, “a responsabilidade resulta do amadurecimento pessoal em torno dos deveres morais e sociais, que constituem a questão matriz fomentadora dos lídimos direitos humanos”.(3)

Fazendo-se uma reflexão sobre o ponto de vista do Espiritismo, o momento atual da Terra, e mais precisamente da sociedade brasileira, verifica-se naturalmente que estamos vivendo a fase de transição planetária, o final dos tempos, tempos de egoísmo e de orgulho. O mundo transforma-se pouco a pouco, lentamente a Humanidade terrestre acorda do sono letárgico e percebe que não há mais como adiar suas escolhas, a porta larga ou a porta estreita. A alucinação e a aflição ou a harmonia e o amor.

Os Espíritos Superiores, dizem a Allan Kardec, em relação ao aperfeiçoamento da Humanidade, que pela força das coisas efetua-se o progresso regular e lento, mas “quando, porém, um povo não progride tão depressa quanto deveria, Deus o sujeita, de tempos em tempos, a um abalo físico ou moral que o transforma”.(4)

“As revoluções morais, como as revoluções sociais, se infiltram nas ideias pouco a pouco; germinam durante séculos; depois, irrompem subitamente e produzem o desmoronamento do carunchoso edifício do passado, que deixou de estar em harmonia com as necessidades novas e com as novas aspirações.”(5)

O interesse do povo brasileiro, de um modo geral, pelas eleições 2018, demonstra o começo do desmoronamento de um edifício onde ainda moram os inquilinos odiosos do orgulho, do egoísmo, da intolerância e da prepotência. Lentamente uma nova edificação dará lugar aos escombros do passado, erguer-se-á bela edificação, onde poderemos nos abrigar à luz do Consolador Prometido por Jesus, vivendo a harmonia, a fraternidade e o amor, rumo à plenitude.

Bibliografia:

(1) “Espiritismo e Vida” - Espírito Vianna de Carvalho - Divaldo Franco, Cap. 28: Decadência da Ética;

(2) Segundo meio de comunicação mais usado é internet, aponta pesquisa;

(3) “Leis Morais da Vida” - Espírito Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira Franco, Cap. 49: Direito de Liberdade;

(4) “O Livro dos Espíritos” - Allan Kardec - Q. 783;

(5) Idem (4) - Comentário de Allan Kardec.

  • Glória Alves nasceu em 1º de agosto de 1956, na cidade do Rio de Janeiro. Bacharel e licenciada em Física. É espírita e trabalhadora do Grupo Espírita Auta de Souza (GEAS). Colaboradora do Espiritismo.net no Serviço de Atendimento Fraterno off-line e estudos das Obras de André Luiz, no Paltalk.