Carregando...

  • Início
  • Brasil não precisa ficar rico para dar salto de qualidade na educação, diz diretor da OCDE

Segundo o físico alemão de 54 anos, Andreas Schleicher, qualidade da educação num país não tem a ver com o nível de riqueza, mas sim com o investimento inteligente dos recursos de que dispõe. Glória Alves comenta.

  • Data :20 Mar, 2019
  • Categoria :

Nathalia Passarinho

Da BBC News Brasil em Londres

O presidente eleito para assumir o governo brasileiro em 2019, seja quem for, precisará priorizar a educação se quiser resolver os problemas econômicos do País. O diagnóstico é do diretor do departamento de educação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Andreas Schleicher.

Considerado uma das maiores autoridades no tema, o físico alemão de 54 anos é o idealizador do Pisa, o exame internacional aplicado pela OCDE a estudantes de 15 anos de 75 países, que se tornou o principal parâmetro para medir qualidade de ensino no mundo.

Em entrevista à BBC News Brasil, Schleicher diz que, mesmo num cenário de dificuldades fiscais e alta taxa de desemprego, o caminho para o desenvolvimento brasileiro precisará passar, inevitavelmente, pela educação.

“O Brasil não precisa esperar ter mais recursos. Aliás, se o Brasil não investir em educação, não se tornará um país rico. A Coreia do Sul era muito mais pobre que o Brasil nos anos 60 e usou todos os últimos recursos que tinha em educação. E foi isso que fez com que se tornasse um país rico”, afirma.

Segundo ele, qualidade da educação num país não tem a ver com o nível de riqueza, mas sim com o investimento inteligente dos recursos de que dispõe.

“As pessoas dizem: ‘O Brasil é um país pobre e precisa ficar rico antes de alcançar uma boa educação.’ E isso não é verdade. Você pode ver países como o Vietnã, onde os mais pobres vão tão bem quanto os ricos no Brasil.”

O diretor da OCDE critica o que chama de “investimentos desproporcionais” do governo brasileiro no ensino superior, em comparação com os gastos com ensino fundamental. Uma estratégia que, segundo ele, “cimenta desigualdades”.

Mas vê como um grande feito do Brasil o fato de ter conseguido incluir a população na escola, na década de 90 e nos anos 2000, sem piorar resultados durante o processo.

Schleicher defende ainda que, em um país desigual em oportunidades como o Brasil, é importante direcionar investimentos públicos para quem mais precisa.

“É preciso alocar recursos onde eles realmente farão a diferença, ou seja, nas escolas e em pessoas em situação de desvantagem econômica e social. Se você vem de uma família rica, escolaridade pode não fazer toda a diferença na sua vida. Mas se você vem de uma família pobre, a escola pode ser sua única chance na vida. Se você perder esse barco, não haverá outra oportunidade.”

Leia os principais trechos da entrevista, que faz parte de uma série de reportagens da BBC News Brasil sobre as lições que o mundo oferece à educação no país:

BBC News Brasil - Quais os pontos mais vulneráveis do sistema educacional brasileiro?

Andreas Schleicher - Eu não tenho uma postura crítica ao Brasil. O Brasil conseguiu expandir o seu sistema de ensino e, pelo menos, manter o nível dos resultados de aprendizado. Isso é raro. Muitos países que expandiram o acesso perderam qualidade. Mas claro que é um passo inicial e há muitos desafios pela frente.

O Brasil, por exemplo, investe de forma bem desproporcional em alunos universitários, ou seja, aqueles que sobreviveram ao sistema educacional ganham muitos fundos públicos. E, nos primeiros anos de escola, o investimento é bem modesto. Eu não acho que dinheiro seja tudo, mas é um ponto de partida.

Os países que vão bem focam em fatores que influenciam na qualidade dos professores, e esses profissionais cumprem um papel mais relevante no sistema educacional, para além da transferência de conhecimento aos alunos. Os professores no Brasil não têm uma verdadeira carreira e também não há uma variedade de oportunidades para os alunos. Tudo é muito centrado em universidade. Você não tem muita alternativa.

BBC News Brasil - No contexto brasileiro, em que é preciso educar e empregar os jovens? Seria recomendável investir mais em educação técnica?

Schleicher - É importante garantir variedade de formas de aprendizado, possibilitar o aprendizado de maneira mais prática e menos teórica. No momento, todo o foco está nas universidades, como se esse fosse o único caminho para o sucesso. E todos se digladiam para chegar lá. Se não conseguem em universidades públicas, vão para instituição privadas - algumas com qualidade questionável.

Muitos países ofereceram uma gama mais variada de opções de formação com alta qualidade. Imagino que muitas pessoas no Brasil não considerariam uma educação profissionalizante como primeira opção, porque ela não tem o mesmo nível de prestígio.

É diferente da Suíça e da Alemanha, onde esse tipo de qualificação tem o mesmo prestígio que a universitária, o que faz com que essas opções se tornem atrativas para os jovens. Em geral, as pessoas aprendem de maneiras diferentes e o sistema de ensino tem de ser capaz de criar essa diversidade. Professores em sala têm de abraçar técnicas pedagógicas variadas, mas também oferecer caminhos diferentes para os alunos.

BBC News Brasil - Então, a universidade não deve ser encarada como o melhor caminho para o desenvolvimento, e não deve ser prioridade em termos de investimentos públicos?

Schleicher - Com certeza, não. Não é bom para as pessoas e não é bom para o Brasil. Os conhecimentos e qualificações de que a sociedade brasileira precisa são muito diversos e o sistema deve responder de forma criativa. O foco não deve ser só nas universidades.

Por um lado, você pode dizer que é bom que o dinheiro público esteja indo para as universidades, mas ele acaba sendo direcionado somente àquelas pessoas que foram bem sucedidas da escola. E, normalmente, os jovens de famílias mais ricas, que têm mais apoio e foram para boas escolas, se beneficiam com a maior parcela do dinheiro público. Isso praticamente cimenta as desigualdades que vemos no Brasil.

BBC News Brasil - E em que o Brasil deveria focar, no próximo governo?

Schleicher - Seria melhor garantir que todas as pessoas, nos primeiros anos de vida, recebam mais apoio e acesso aos melhores professores, além de desenvolver a capacidade de atrair os professores mais talentosos para as escolas de maior vulnerabilidade, dando a melhor educação às crianças em maior desvantagem socioeconômica.

Queremos que os melhores alunos consigam vagas nas universidades, não os mais ricos. Investir nos primeiros anos de escolaridade, criar fundamentos sólidos já no início da infância é o melhor investimento. Isso inclui garantir fundamentos psicológicos e emocionais sólidos aos jovens estudantes.

BBC News Brasil - Então, universidade não deve ser vista como algo que precisa ser universalizado?

Schleicher - A tendência é que algum tipo de formação continuada, após o ensino médio, seja universalizado. No século 21, especialização ou formação técnica é o que o ensino médio era no século 20. As pessoas precisam de algum aprendizado para além da escola. Mas isso não significa ir para a universidade. E não significa uma formação que venha logo após o ensino médio.

Precisamos pensar em um aprendizado ao longo da vida, que garanta que as pessoas tenham mais controle sobre o que querem aprender, como e onde. No momento, a ideia preponderante (no Brasil) é que temos que ter um bom diploma de ensino médio, depois um bom diploma universitário e, então, eu paro de aprender. Esse não é o modelo do século 21. O Brasil deve oferecer a todos uma oportunidade de continuar sua formação educacional. Isso deve ser universal, mas isso não significa que a universidade deva ser o único caminho.

BBC News Brasil - Que outros caminhos para o sucesso o senhor sugeriria?

Schleicher - Poderia ser uma formação técnica de alta qualidade, poderia ser treinamentos de alto padrão diretamente nos locais trabalho, nas empresas. Há vários caminhos para expandir seus horizontes.

BBC News Brasil - Ter uma boa política de qualificação e valorização dos professores é chave para bons resultados educacionais, segundo os relatórios da OCDE. Como o Brasil pode melhorar?

Schleicher - Tudo começa por selecionar os melhores profissionais. Isso significa tornar a formação para o magistério bem seletiva, e garantir que uma parte considerável do treinamento se dê nas salas de aula das escolas, não apenas nas universidades. As salas de aula são os locais onde os professores adquirem boa parte da técnica e da qualificação.

Em resumo, ter um equilíbrio entre formação teórica e prática e ser seletivo na contratação seriam bons pontos de partida. E, por fim, o que eu acho que é muito importante no contexto brasileiro dar aos professores oportunidades para continuar a aprender e se desenvolver.

O mundo está mudando muito rapidamente e dar aos professores carreiras interessantes, apoio e tempo para investir no aprendizado, para além do tempo gasto em sala de aula é essencial. A imagem do professor no Brasil, não raro, é a de um instrutor.

BBC News Brasil - A valorização da carreira de professor passa primeiro por melhores salários?

Schleicher - Por um lado, podemos dizer que o Brasil tornou dar aulas um pouco mais atrativo financeiramente nos últimos anos. Os salários aumentaram um pouco. Mas o Brasil não fez o suficiente para tornar a carreira de professor intelectualmente atrativa. E você quer que as pessoas mais talentosas e competentes da sociedade se tornem professores. É o que aprendemos da Finlândia. Lá, os salários de professores não são fantásticos, mas todos querem se tornar professores, porque é considerado uma carreira incrível. Professores estão sendo melhor pagos no Brasil do que antes, mas o tipo de trabalho que eles exercem é industrial.

BBC News Brasil - No Brasil, não existe um currículo nacional. Mais recentemente, foram lançadas diretrizes nacionais para o ensino fundamental e está em elaboração um projeto semelhante para o ensino médio. Seria recomendável haver um currículo nacional a ser seguido pelas escolas?

Schleicher - Esse é um tema controverso no Brasil, mas a minha visão sobre isso é clara. A grande maioria dos países com bom desempenho tem um currículo nacional. Não se trata de dizer às pessoas o que ensinar e como ensinar, é sobre ter uma visão compartilhada do que são bons resultados de aprendizado.

É algo que sobre o que a sociedade precisa refletir: o que é importante para nós em termos de aprendizado, que metas educacionais queremos alcançar? Poucos países vão bem sem ter essa visão compartilhada.

BBC News Brasil - Qual país seria um bom exemplo de uso de currículo nacional, sem que isso signifique reduzir a autonomia do professor?

Schleicher - Currículo não precisa ser algo imposto de cima para baixo. O Japão, por exemplo, tem um currículo nacional e um único livro didático usado nas escolas. Quem vê de fora pode achar que os professores não têm influência no que está sendo ensinado, mas é o contrário. Todo professor do Japão participa da elaboração desse currículo. Eles participam de debates nas escolas e encaminham material, revisam.

Então, o currículo não é algo que cai do céu de repente ou que é feito só pelo Ministério da Educação. Acho que o Brasil está tentando fazer isso. Considero que o processo (de elaboração das diretrizes nacionais para ensino fundamental e médio) tem sido bem aberto e inclusivo.

BBC News Brasil - No Brasil, mesmo os alunos das escolas com mais recursos não chegam nem à média das notas dos países analisados pela OCDE. Há uma ‘universalização’ da baixa qualidade na educação?

Schleicher - Essa é uma observação importante. As escolas privilegiadas não estão entregando os resultados que se esperaria dentro do contexto econômico e social. O que isso mostra é que alguns retrocessos em qualidade educacional no Brasil não têm nada a ver com pobreza, são problemas sistêmicos que o Brasil precisa resolver. Isso inclui qualidade dos professores e ter currículos inspiradores.

Em algumas áreas ricas do Brasil, os alunos têm boas notas no boletim, mas resultados ruins no Pisa. Há claramente um desencontro entre o que se espera do sistema e o que ele entrega em resultados. Mas eu vejo um lado positivo nisso. Isso mostra que nem tudo tem a ver com pobreza. Tem muita coisa que pode ser feita no atual contexto econômico para melhorar os resultados em educação.

BBC News Brasil - Os 10% mais pobres do Vietnã apresentam os mesmos resultados que os 10% ricos do Brasil…

Schleicher - Exatamente, as pessoas dizem: ‘O Brasil é um país pobre e precisa ficar rico antes de alcançar uma boa educação.’ E isso não é verdade. Você pode ver países como o Vietnã, onde os mais pobres vão tão bem (nos testes) quanto os ricos no Brasil. Isso mostra que é mais uma questão de política pública: de como investir os recursos; atrair os professores mais talentosos para as escolas mais pobres; priorizar a qualidade do ensino na sala de aula; elevar aspirações e expectativas tanto para alunos quanto para professores; e garantir caminhos diversos.

O Brasil não precisa esperar ter mais recursos. Aliás, se o Brasil não investir em educação, não se tornará um país rico. A Coreia do Sul era muito mais pobre que o Brasil nos anos 60 e usou todos os últimos recursos que tinha em educação. E foi isso que fez com que se tornasse um país rico.

BBC News Brasil - Uma minoria dos professores brasileiros tem especialização nas áreas que eles ensinam. Segundo a OCDE, só 29% dos que lecionam matérias de ciência têm especialização ou mestrado. Isso afeta diretamente os resultados?

Schleicher - Com certeza. A primeira coisa que você como aluno percebe é se o seu professor realmente domina a matéria que ele está ensinando, então, claramente é uma vantagem ter um profissional com especialização na área que ele ensina. Mas há países com as mesmas limitações que o Brasil nesse quesito que melhoraram a qualidade da educação dando oportunidades de aprendizado continuado aos professores e apoio profissional. Então, eles podem desenvolver essa qualificação.

BBC News Brasil - Quais seriam as recomendações da OCDE na área de investimento em educação para o futuro novo governo brasileiro?

Schleicher - Acho importante continuar o empenho em desenvolver um currículo nacional e, principalmente, investir nos professores. A qualidade da educação nunca será melhor que a qualidade dos professores. E se o Brasil não tiver, no momento, muito dinheiro para investir em educação, é preciso refletir mais sobre como investir da maneira mais produtiva. E isso significa, por exemplo, priorizar a qualidade do professor em detrimento de reduzir o número de alunos por profissional. Então, se você tem uma escolha entre contratar mais professores para uma turma ou um bom professor, melhor investir no bom professor. Significa priorizar investimento nos primeiros anos de ensino, em vez de focar nos últimos (universidade).

E, por fim, alocar recursos onde eles realmente farão a diferença, ou seja, nas escolas e pessoas em situação de desvantagem econômica e social. Se você vem de uma família rica, escolaridade pode não fazer toda a diferença na sua vida. Mas se você vem de uma família pobre, a escola pode ser sua única chance na vida. Se você perder esse barco, não haverá outra oportunidade.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 3 de outubro de 2018.

Glória Alves* comenta

Importantes reflexões trazidas pelo diretor da OCDE, Andreas Schleicher, nessa entrevista da BBC sobre a educação, de um modo geral no mundo e mais precisamente no Brasil.

Vivemos um momento de grandes mudanças políticas e sociais em nossa Casa Brasil, e porque não dizer no mundo. Os tempos são chegados para o povo brasileiro e não podemos fechar os olhos e os ouvidos e fingir que nada acontece ao nosso redor.

A educação intelectual e moral é a base de formação do homem, e um país que não se preocupa com a educação de seu povo tende à estagnação ou ao retrocesso.

A Ciência e a Tecnologia avançam e alcançam o macro quanto o microcosmo. Vivemos em um mundo, interligados pelas redes sociais, “as nanotecnologias, a biotecnologia, a informática e as ciências cognitivas estão convergindo para tornar realidade objetos cada vez menores, sempre mais eficientes e inteligentes”, diz o filósofo francês Jean-Michel Besnier.(1)

Diante de tudo isso, perguntamos: E a educação brasileira, como vai? As salas de aulas mudaram ou continuam as mesmas desde o século XIX? O que oferecem as escolas para a boa formação dos seus alunos no século atual, passados 18 anos?

E os professores, em sua formação acadêmica, aprendem que sua função não é somente ser detentor de um conhecimento que irá passar para seus alunos, mas aquele que além de ensinar, irá auxiliar o educando a desenvolver um raciocínio lógico, a pensar, a buscar os meios de desenvolver seu próprio pensamento crítico, a ser criativo, a resolver problemas, preparando-os para a vida, para os relacionamentos sociais, para o trabalho?

Andreas Schleicher diz que é necessário “priorizar a educação se quiser resolver os problemas econômicos do País”. A quem deve interessar a educação? Aos governantes, aos políticos, aos pais, às crianças e aos jovens, à sociedade, às indústrias?… A Educação é dever de todos!

Vejamos a história da Estônia, um jovem país de apenas 27 anos; sua independência se deu em 1992 com a queda da União Soviética em 1989, porém há mais de 150 anos que o índice de alfabetização da população já era de 94%, e isso porque os estonianos amam a literatura, são ávidos pelo aprendizado, e hoje é a melhor educação da Europa segundo a última edição do Pisa (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), avaliação trienal realizada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) em 2015, com a participação de 70 países, entre eles o nosso Brasil (63ª posição em ciências, na 59ª em leitura e na 66ª colocação em matemática), ficando a Estônia em terceiro lugar, atrás apenas de Cingapura e Japão.

Em entrevista à BBC News Brasil, a ministra da Educação e Pesquisa da Estônia, Mailis Reps, afirmou que “a educação é valorizada pela sociedade, o acesso é universal e gratuito e há ampla autonomia (de professores e escolas)”.

“Os estonianos realmente acreditam que a educação abre uma ampla gama de possibilidades”, ressalta a ministra. Na Estônia, a educação é gratuita e inclusiva em todos os níveis, explica Reps, o que significa que todos têm igual possibilidade de inserção. “Também oferecemos acesso igual a vários serviços de apoio baseados nas necessidade, como refeições gratuitas na escola, fornecimento de materiais didáticos, serviços de aconselhamento, além de subsídios em transporte e, a partir do ensino secundário, acomodação."(2)

A que se deve o sucesso do jovem país na educação? A chave está no investimento e na união, num acordo social e político para que a educação do país seja valorizada. Conforme diz Andreas Schleicher, a “qualidade da educação num país não tem a ver com o nível de riqueza, mas sim com o investimento inteligente dos recursos de que dispõe”, e digo mais, também com uma sociedade consciente e participativa na educação dos filhos. Abraçando a escola e os professores, participando da vida escolar, construindo uma ponte entre o lar e a escola.

Dentro de sua linha de raciocínio, Schleicher ainda diz que “em um país desigual em oportunidades como o Brasil, é importante direcionar investimentos públicos para quem mais precisa”, e nesse caso temos por exemplo a Finlândia, hoje considerada como uma das referências em educação, porque estendeu oportunidades iguais a ricos e pobres.(3)

“Além de promover o crescimento econômico sustentável e a redução das desigualdades sociais, a educação está relacionada ao aumento da participação cívica e ao decréscimo dos índices de violência. No campo pessoal, mais educação de qualidade significa maior autonomia, renda, saúde, estabilidade e satisfação pessoal.”(4)

É imprescindível que o governo do nosso País esteja verdadeiramente comprometido com a qualidade da educação, com o seu desenvolvimento, investindo fortemente nos professores e nas escolas; não criando leis de cima para baixo, mas trazendo também para o debate e para a elaboração dessas leis os professores, os orientadores e supervisores educacionais.

Concluímos nosso pequeno comentário a respeito da educação em nosso País, e agora, sob o ponto de vista espírita, trazemos os esclarecimentos de Allan Kardec e do Espírito Joanna de Ângelis:

(…) A educação, convenientemente entendida, constitui a chave do progresso moral. Quando se conhecer a arte de manejar os caracteres, como se conhece a de manejar as inteligências, conseguir-se-á corrigi-los, do mesmo modo que se aprumam plantas novas. Essa arte, porém, exige muito tato, muita experiência e profunda observação (…).(5)

“A educação abrange área muito grande, na quase totalidade da vida. No período de formação do homem é pedra fundamental, por isso que ao instituto da família compete a indeclinável tarefa, porquanto pela educação, e não pela instrução apenas, se dará a transformação do indivíduo e consequentemente da Humanidade.

“No lar assentam os alicerces legítimos da educação, que se transladam para a escola que tem a finalidade de continuar aquele mister, de par com a contribuição intelectual, as experiências sociais… O lar constrói o homem. A escola forma o cidadão.”(6)

Referências Bibliográficas:

(1) https://oglobo.globo.com/economia/tecnologia-deixa-homem-cada-vez-menos-livre-diz-filosofo-frances-19238566 ;

(2) https://www.bbc.com/portuguese/brasil-45605368 ;

(3) https://www.bbc.com/portuguese/internacional-45489669 ;

(4) Instituto Ayrton Senna - https://www.institutoayrtonsenna.org.br/pt-br/educacao.html ;

(5) “O Livro dos Espíritos” - Allan Kardec - Parte III - Cap. XII - Q. 917;

(6) “Estudos Espíritas” - Espírito Joanna de Ângelis - Divaldo Franco - Cap. 23 - Educação.

  • Glória Alves nasceu em 1º de agosto de 1956, na cidade do Rio de Janeiro. Bacharel e licenciada em Física. É espírita e trabalhadora do Grupo Espírita Auta de Souza (GEAS). Colaboradora do Espiritismo.net no Serviço de Atendimento Fraterno off-line e estudos das Obras de André Luiz, no Paltalk.