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  • Célula-Tronco e Fluido Vital

Alguns estudiosos fazem alusão à intensidade do princípio vital que, nas células embrionárias, é mais presente que nas congêneres adultas encontradas na medula óssea, na placenta e no cordão umbilical; na capacidade de se diferenciar e constituir diferentes tecidos nos órgãos do corpo humano; e, na especialidade da auto-replicação.

Alguns estudiosos fazem alusão à intensidade do princípio vital que, nas células embrionárias, é mais presente que nas congêneres adultas encontradas na medula óssea, na placenta e no cordão umbilical; na capacidade de se diferenciar e constituir diferentes tecidos nos órgãos do corpo humano; e, na especialidade da auto-replicação. Sobre o Princípio Vital Kardec, em “A Gênese”, explica: “(…) Há na matéria orgânica um princípio especial, inapreensível (grifamos) e que ainda não pode ser definido: o princípio vital. Ativo no ser vivente, esse princípio se acha extinto no ser morto; tal princípio é um estado especial, uma das modificações do fluido cósmico, pela qual este se torne princípio de vida. A vida, portanto, como “efeito” decorrente de um agente princípio vital sobre a matéria (fluido cósmico), tem, por sustentação, a matéria e o princípio vital em estado de interação ativa, de forma contínua. Decorrente da mesma fonte original - pois “reside” no “fluido magnético animal”, que, por sua vez, não é outro senão o fluido vital - tem, contudo, a condição peculiar de veicular o contato com o princípio espiritual”. (1) Obviamente, não são a mesma coisa o princípio espiritual e o princípio vital. A matéria tem uma vitalidade independente do Espírito e o Espírito tem uma vitalidade independente da matéria. Essa dupla vitalidade repousa em dois princípios diferentes.

O princípio vital é um só para todos os seres orgânicos, modificado segundo as espécies. É ele que lhes dá movimento e atividade e os distingue da matéria inerte, porquanto o movimento da matéria não é a vida. Esse movimento, ela o recebe, não o dá. Portanto, sua intensidade só se altera na diferença das espécies. Esse agente, sem a matéria, não é a vida, pois, é preciso a união das duas coisas para produzir a vida. “O princípio vital é a força motriz dos corpos orgânicos. Ao mesmo tempo em que o agente vital estimula os órgãos, a ação deles mantém e desenvolve a atividade do agente vital, quase do mesmo modo como o atrito produz o calor”. (2)

Quanto à quantidade de fluido vital, não é absoluta nem a mesma em todos os seres orgânicos. Varia segundo as espécies e entre os indivíduos da mesma espécie. Alguns há, que se acham, por assim dizer, saturados desse fluido, enquanto outros o possuem em quantidade apenas suficiente. Daí, porque, para alguns, a vida é mais ativa, mais tenaz e, de certo modo, superabundante. A quantidade de fluido vital se esgota. Pode tornar-se insuficiente para a conservação da vida, se não for renovada pela absorção e assimilação das substâncias que o contêm. “O fluido vital, que o Espírito, de certo modo, emite, dá vida factícia e momentânea aos corpos inertes; pois que o perispírito não é mais do que esse mesmo fluido vital, segue-se que, quando o Espírito está encarnado, é ele próprio quem dá vida ao seu corpo, por meio do seu perispírito, conservando-se unido a esse corpo, enquanto a organização deste o permite. Quando se retira, o corpo morre”. (3)

Existem algumas instâncias para analisar a questão: a primeira, antecedente à fecundação e o propósito da existência dos gametas masculino e feminino no cumprimento das finalidades da encarnação e reencarnação do Espírito; a segunda, os destinos possíveis do produto da fecundação, aqui considerado o embrião em seus primeiros quatorze dias nas clínicas de reprodução; há, ainda, uma terceira etapa desses gametas, qual seja a de reestruturar e rearmonizar as condições físicas, emocionais e, quiçá, espirituais dos reencarnados.

Sobre o segundo instante, compreendemos que, para os “estoques” de embriões congelados, que fatalmente serão destinados a descarte, que sirvam, então, a propósitos construtivos a serviço da vida, nas pesquisas médicas compromissadas com a ética. Evidentemente, que, também, podemos especular a formação desses “estoques”. Como foram constituídos? Qual a razão das sobras existentes? Pelo que pesquisamos, normalmente são produzidos 8 ou 9 embriões por casal, para reprodução, que, a rigor, só aproveitam 2 ou três no máximo. O restante fica aguardando outras tentativas, o que quase nunca acontece, pois, os casais os descartam.

Os Mentores espirituais são inteligentes o suficiente para saberem que tal ou qual óvulo será ou não destinado à produção de células-tronco para fins terapêuticos e, portanto, que nenhum espírito deverá estar ligado a ele. Acreditamos nisso, ou, então, estaremos entronizando a força vigorosa do “acaso”. Cremos que os laboratórios de reprodução humana, ainda com suas evidentes limitações, serão, no futuro, instituições de extrema importância, inclusive quando o homem puder gerar um ser humano distante do ventre da mulher, o que possibilitará um fenômeno menos doloroso para as mulheres, evidentemente.

A literatura complementar à Doutrina revela que o fenômeno da encarnação do Espírito é por demais complexo, sendo confiado, normalmente, aos Espíritos elevados. André Luiz nos explica que as Leis Divinas são Universais. Como tal, é natural que a reencarnação obedeça também a princípios automáticos, tendo em vista, sobretudo, que esse processo se repete há bilhões de anos. No livro “Nas Fronteiras da Loucura”, Manoel F. Miranda, através de Divaldo, afirma que líderes das sombras (especialistas do magnetismo) conhecem as técnicas reencarnatórias e até as executam na Terra.(4)

Temos muito a aprender!! A realidade é que não sabemos quase nada do processo reencarnatório, prendendo-nos, ainda hoje, às descrições feitas por André Luiz, mais de 50 anos atrás. Nenhuma pesquisa de maior relevância foi levada a efeito após André Luiz. Poucas vezes, temos solicitado aos Espíritos que descrevam o processo, e, muitas vezes, temos assumido como verdades opiniões e descrições particulares. O assunto, em que pese o nosso convencimento, demonstrado no artigo que já escrevemos sobre o mesmo tema, é por demasiado complexo e, óbvio, não detemos a palavra final!(5)

A fecundação é um processo de criação e esta, necessariamente, se submete ao princípio de que “nada se cria sem que à criação presida um desígnio” (LE - q. 336) e, em relação a esse momento, a questão 338, de “O Livro dos Espíritos”, revela que “o Espírito é designado antes que soe o instante em que haja de unir-se ao corpo”.(6) A fecundação estaria em uma das pontas, como a chave para iniciar o processo da ligação célula a célula do perispírito com o corpo em formação, isso é certo!. Porém, não podemos perder de vista que muitas mães podem gerar filhos só pelo intenso desejo de tê-los, sem que haja espírito destinado ao corpo que se formará, e, claro, ao nascer, não terá vida. Recordando o texto que publicamos, não vemos sentido em se “colar” um espírito a um embrião que jamais se desenvolverá, a não ser se for por ajuste cármico, como sucede hoje com o aborto não provocado. (7)

Reenfatizamos a interpretação de tais conceitos no Espiritismo, de que os embriões desenvolvidos para a pesquisa ou aqueles não utilizados pelos casais em processo de fertilização assistida, não possuem alma, sendo passíveis de destruição em prol da vida de outros. Ou seja, no âmbito da Doutrina Espírita, não vemos nenhuma conseqüência maior no fato de que vários embriões não cheguem a bom termo. Não estaríamos “matando” um ser, nem traumatizando o Espírito.

Como bem assinalamos no artigo publicado (8), Joanna de Angelis explicou que nos embriões, pode haver Espíritos ligados ou não, como, também, aventado na questão 356, de “O Livro dos Espíritos”. O cientista não estaria modificando a destinação do embrião. Alheio ao propósito de abrigar um Espírito na reencarnação, ainda estaria fora das cogitações humanas, em face da insuficiência de conhecimentos, reconhecer se nele existe ou não um Espírito ligado. É bem verdade que não possuímos instrumentos seguros para saber se há ou não DESENCARNADOS destinados a tal ou qual embrião, mas, também estamos convencidos de que, entre tentar fazer algo em nome da ciência, visando à saúde dos ENCARNADOS, ou deixar de fazê-lo, por receios ou fobias dos impactos de consciência que vigem nos imaginários de alguns, por cristalizado atavismo religioso, é imperdoável e extemporâneo entrave à evolução científica. Não nos esqueçamos de que o homem de ciência está na Terra como colaborador de Deus, para ajudá-Lo a melhorar a natureza.

Excetuando-se os embriões que, efetivamente, não serão aproveitados para a gestação, e que se perderão após três anos de congelamento, há também outras alternativas, na busca de terapias das doenças degenerativas, de curso irreversível, como aquelas já mencionadas em nosso texto(9), poderão ser buscadas nas pesquisas de células-tronco da medula, da placenta e do cordão umbilical e daquelas recentemente obtidas de embriões não fecundados por esperma, em que não estão presentes os cromossomos masculinos e, portanto, não resultariam num processo de procriação.

A ciência deve avançar, até porque, de seu impulso, também depende o desenvolvimento da criatura, mas, obviamente, os caminhos utilizados não podem violar o que, igualmente, já se conquistou como valores imarcescíveis. Por isso, não temamos os avanços científicos, até porque, o Espiritismo está profundamente vinculado à pesquisa, à investigação, à ciência, através do seu trabalho intérmino no processo da evolução. Se o homem vai ou não utilizar o produto das pesquisas científicas para o bem ou para o mal, fiquemos sossegados. Quando vimos a bomba atômica sobre Hiroshima e Nagasaki, sofremos o terror da fissão nuclear. No entanto, aí estão os átomos para a paz.

15/03/08

FONTES:

(1) Kardec, Allan. A Gênese, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001

(2) Idem

(3) Idem

(4) Franco, Divaldo Pereira. Nas Fronteiras da Loucura, Salvador: ed. Leal, 2000

(5) Hessen, Jorge, CIENTISTAS ESTARIAM SUBVERTENDO A ORDEM DIVINA AO MANIPULAR CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS? - Artigo publicado em 06.04.05, disponível no site Acesso em 10-03-08

(6) Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Ed FEB, 2001, pergs. 336 e 338

(7) CIENTISTAS ESTARIAM SUBVERTENDO A ORDEM DIVINA AO MANIPULAR CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS? - Artigo publicado em 06.04.05, disponível no site Acesso em 10-03-08

(8) Idem

(9) idem