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O corpo vai, mas os perfis ficam: como isso altera o luto dos vivos e o que fazer para garantir que suas identidades na internet tenham o fim que você deseja. Na internet, a permanência de uma parte da identidade real da pessoa morta altera um pouco a forma como lidamos com a morte. Jorge Hessen comenta.

  • Data :16 Jul, 2011
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A vida (digital) depois da morte

O corpo vai, mas os perfis ficam: como isso altera o luto dos vivos e o que fazer para garantir que suas identidades na internet tenham o fim que você deseja

Renan Dissenha Fagundes

A atriz Cibele Dorsa, de 36 anos, morreu na madrugada de sábado (26). Uma hora depois, Carla Dorsa Gemelli postou um recado no Facebook de sua irmã: “Queridos amigos, Hj é o dia mais triste da minha vida, minha irmã faleceu às 2 da manhã! Sei que ela está com Jesus, mas a dor e a saudade são muito forte!!!” Não demorou para que o mural do perfil de Cibele na rede social se transformasse em um memorial à atriz. Centenas de pessoas – primeiro os amigos, mas depois também fãs e curiosos – deixaram os mais diversos recados na página. Muitos lamentaram a morte de Cibele e outros escreveram mensagens de pêsames para a família. Havia quem parecesse não entender o que tinha acontecido e alguns dos textos eram escritos para a atriz, como se ela pudesse ler e responder. O perfil de Cibele no Twitter, em que ela deixou uma espécie de carta de despedidas – um vídeo com fotos dela e de Gilberto Scarpa e uma mensagem dizendo “lutei até onde pude” – antes de pular da mesma janela que seu noivo tinha usado para se suicidar, ganhou seguidores após sua morte.

O caso de Cibele pode parecer excepcional – pela circunstâncias da morte e pela cobertura da imprensa –, mas serve de exemplo para uma questão que ganha cada vez mais importância: o que acontece com seu legado digital depois que você morre? É bastante provável que você, que está lendo esta reportagem, tenha uma identidade na internet – perfil no Twitter ou no Facebook, um blog. Mas o que será do seu eu digital quando você não estiver mais aqui para atualizá-lo? No Brasil, a taxa de mortalidade é de 6,36 mortes para cada mil habitantes. Há quase 76 milhões de usuários de internet aqui. A conta [sem levar em conta diversas características sociais, claro ] dá mais de 480 mil usuários de internet mortos por ano. Usando a taxa de mortalidade global e estatísticas do Facebook, o jornalista americano Chris Mohney calculou que há mais de 5 milhões de mortos na rede social.

A questão não é nova, mas seus significados ficam mais profundos conforme a internet se torna cada vez mais social. Ainda na década de 1990, a web era feita de conexões entre documentos, pedaços de informações – textos ou imagens. Nessa primeira fase, a vida online de alguém não era assim tão diferente de um baú com vários escritos e correspondências guardados. A segunda web – chamada normalmente de web 2.0, mas também de web social – muda essa dinâmica: em vez de documentos, a internet agora conecta pessoas.

Uma das unidades básicas dessa web é o perfil. O perfil pode ser uma criação feita apenas para o mundo online – como os avatares do Second Life, os personagens do jogo World of Warcraft ou os diversos fakes do Orkut ou do Twitter – ou pode estar ligado a uma pessoa de verdade. Esse segundo tipo é cada vez mais comum, principalmente impulsionado pela ideia que Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, tem para sua rede social: Zuckerberg quer que cada perfil no Facebook corresponda a uma pessoa no planeta [ou bicho de estimação]. A lógica que impera por lá é mais ou menos essa, embora não de cópias fiéis do mundo real, mas de identidades digitais próximas daquelas das pessoas de verdade. No LinkedIn, rede social de perfis profissionais, as pessoas também têm um correspondente digital de uma parte de sua identidade real – no caso, a parte trabalhadora. Perfis no Twitter e no YouTube muitas vezes também têm relações com o mundo físico. Esses perfis todos têm uma particulariedade: eles continuam existindo quando a pessoa está offline, seja porque está dormindo, viajando – ou porque morreu.

No artigo Viver e morrer no Orkut: os paradoxos da rematerialização do ciberespaço , Afonso de Albuquerque, professor de estudos de mídia da Universidade Federal Fluminense (UFF), escreve que “em inúmeros aspectos, os mortos orkutianos se parecem muito com os vivos”. Embora Afonso afirme que diversas características desse texto, publicado em 2007, não possam ser aplicadas às redes com maior crescimento hoje – Facebook e Twitter –, é interessante destacar a explicação de por que os mortos do Orkut se parecessem com os vivos: “Suas fotografias frequentemente apresentam pessoas cheias de vida, flagradas em festas, viagens e na companhia de amigos. As listas de amigos, recados e testemunhais dão ao morto um lugar nas relações sociais. Os mortos orkutianos permanecem congelados em um eterno presente sem futuro”. Esquecendo particularidades das redes sociais, pode-se dizer que os mortos da web 2.0 em geral ficam presos nessa mesma situação.

André* morreu em novembro de 2007, aos 14 anos. Seu perfil no Orkut nunca saiu do ar. A reação online nos dias que se seguiram a sua morte foi muito semelhante a que pode ser vista agora no mural do Facebook de Cibele: amigos e familiares entrararam lá para deixar recados, lamentar a morte, falar diretamente com André como se fosse possível uma comunicação. Mas o memorial não terminou aí: em 2008, 2009, 2010 e em 2011, as pessoas voltaram para deixar mensagens para André tanto na data de sua morte quanto (mais) no seu aniversário. Os comentários são simples, coisas como “ainda sinto sua falta”, “saudades de você” e “Parabéns André”. “No mundo do faz de conta, é como se estivéssemos mandando a mensagem. É mais ou menos uma forma para dizermos o que não pode calar para o mundo”, afirma Fátima*, mãe adotiva de André. “É muito bom por se tratar de um lugar que para sempre vai ser dele.” Fátima compara as visitas ao perfil com idas ao cemitério. “Está na hora de visitarmos de forma diferente. Estamos em constante mudanças e acho legal a ideia de o túmulo ser assim”, diz. “Chamaria de um lugar virtual onde ele já esteve e deixou um pouco de sua essência.”

A permanência na internet de uma parte da identidade real da pessoa morta altera um pouco a forma como lidamos com a morte. As funcionalidades das redes sociais ganham outros significados: um espaço para troca de mensagens e links vira um espaço de homenagens póstumas e até de conversas metafísicas. Mesmo funcionalidades menores são reinventadas pela morte. No começo da década de 2000, antes das redes sociais, um colega de escola meu morreu com a mesma idade que André. Um tempo depois da comoção entre os amigos, as datas de morte e de nascimento daquele colega ficaram esquecidas. Para os amigos de André é diferente: redes sociais como o Orkut e o Facebook têm recursos para lembrar os amigos de alguém quando é seu aniversário. E todo ano, vendo esse recado sobre o aniversário de André, muitos que talvez não fossem se lembrar voltam lá para dizer que ainda sentem saudades dele.

A psicóloga Maria Cristina Sampaio de Toledo, que trabalha com cuidados paliativos no ambulatório médico da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), diz acreditar que essas mudanças no luto podem não ser o caminho ideal. Maria Cristina afirma que o luto pode variar muito dependendo das pessoas, do tipo de morte e da cultura, mas que o caminho mais comum é “entender que a pessoa partiu e redefinir a vida com a ausência do ente querido”. O retorno a um perfil online poderia significar uma inabilidade de aceitar a perda. Para Maria Cristina, esses retornos também podem ter relação com a idade dos mortos. A maior parte dos usuários de internet são jovens, e a morte de jovens carrega um peso que é o fim dos planos de uma vida que não se realizou completamente, de coisas que não puderam acontecer. Maria Cristina também afirma que as pessoas que continuam acessando os perfis de amigos ou familiares que se foram podem acreditar ser um “guardião da memória da pessoa que morreu”.

O americano Evan Carroll, autor ao lado de John Romano do livro Your Digital Afterlife [Sua pós-vida digital], afirma que essa situação é natural. “As redes sociais são cada vez reflexões mais ricas e precisas de nós como indivíduos. Quando uma pessoa morre, esses ecos podem ficar para trás. É natural que os sobreviventes se voltem para essas identidades quando sofrem com a perda de um ente querido”, disse. A questão, para Carroll e Romano, também autores do site The Digital Beyond, é outra: o que você, que está vivo, pode fazer para garantir a permanência de sua memória virtual? O livro é um começo para quem pretende pensar o que será de suas identidades na web. O subtítulo resume bem: Quando o Flickr, o Facebook e o Twitter são suas propriedades, qual é o seu legado?

“Temos ouvido cada vez mais e mais histórias sobre pessoas que perderam dados valiosos tanto por falhas de hardware quanto por causa da morte de um ente querido”, afirma Carroll. “Cada vez que isso acontece, as pessoas se tornam mais conscientes do problema.” E o problema é importante, porque Carroll afirma que pegamos uma passagem só de ida para o mundo digital: tudo que antes era armazenado no meio físico ficam agora em computadores, sejam os emails que substituíram as cartas, fotos e vídeos, ou outras coisas que talvez nem existiriam sem a web (toda uma coleção de tweets, por exemplo). “A longo prazo, cuidar de seus bens digitais e planejar o seu destino vai ser tão importante quanto cuidar da disposição de bens físicos”, afirma Carroll. Your Digital Afterlife ensina a tratar o legado na internet como um testamento no mundo físico. “O básico é criar um inventário de seus bens, incluindo como acessá-los e seus desejos. Então entregue a lista para a pessoa certa”, diz Carroll. E a lista nem precisa ser de todas as suas contas, apenas as mais importantes.

Para quem está em uma situação mais complexa, ou quer comodidade, já há serviços disponíveis na internet para cuidar de seu testamento digital. Sites como o Entrustet, com seu slogan “passe as chaves para o seu legado digital”, e Legacy Locker (“um repositório seguro para suas propriedades digitais”) guardam listas de contas online dos usuários, com seus logins e senha, e passam a informação para um “herdeiro” depois que a pessoa morre. No DataInherit é possível atualizar seu testamento online por um aplicativo para iPhone. Jesse Davis, um dos fundadores do Entrustet, afirma no site da empresa que teve a ideia do serviço depois de ler sobre a história de Justin Ellsworth. Fuzileiro naval dos Estados Unidos, Ellsworth morreu no Iraque em 2004 e não deixou com ninguém a senha para seu email no Yahoo!. Quando a família quis acessar a conta, o Yahoo! se recusou. Foi preciso um processo na Justiça para que a empresa entregasse o controle do email para os familiares de Ellsworth.

Essas empresas, por outro lado, têm um componente mórbido. Você poderá receber emails periódicos para o servço confirmar que ainda está vivo. Preparar uma lista e decidir quem vai receber suas senhas também pode ser um trabalho um pouco depressivo. “Muitas pessoas acham que planejar a sua própria morte pode ser desagradável. As pessoas tendem a planejar apenas quando atingem certas metas na vida: casamento, filhos, aposentadoria”, diz Carroll. “Um estudo recente constatou que apenas 30% dos americanos têm testamentos jurídicos. Outro aspecto mórbido da morte na internet é a recorrência de perfis de pessoas que já morreram em ferramentas de recomendação. O Facebook, depois que um usuário fica muito tempo sem interagir com a sua rede social, manda uma mensagem para a lista de amigos perguntando se não é a “hora de se reconectar com fulano”. Muitas vezes não é possível.

“Atualmente, a internet não tem conhecimento da morte de um usuário. Hoje, uma conta poderia ficar na Web para sempre”, diz Carroll. “Centenas de milhares de pessoas vão morrer neste ano sem que as maiores redes sociais e serviços fiquem sabendo.” Até recentemente, as empresas de internet nem se preocupavam muito em ter uma política para lidar com a morte. O Twitter adotou uma em agosto de 2010, movido pela nova funcionalidade de recomendar perfis. O site se propõem a apagar a conta ou ajudar os familiares a salvarem um backup das mensagens enviadas por uma pessoa. É preciso mandar um link para um obituário ou para uma notícia sobre a morte da pessoa. Também com envio de obituário, o Facebook pode apagar uma conta. No Facebook familiares podem ainda pedir para que um perfil vire um memorial. Um perfil que se transforma em memorial pode ser acessado apenas por amigos e some das recomendações. As contas do Yahoo!, incluindo o Flickr, ainda são intransferíveis para familiares de uma pessoa morta.

Mesmo que você passe suas contas e senhas para alguém, outros problemas podem surgir para seu futuro digital. Serviços pagos, como uma conta profissional no Flickr, podem ser uma grande dor de cabeça para herdeiros. Há também problemas como spam e vandalismo digital: no mural de Cibele no Facebook, em meio aos amigos tristes e às despedidas, várias pessoas criticaram duramente a atriz pelo suicídio, fazendo até mesmo acusações sobre uso de drogas. O Orkut de André, entre um aniversário e outro, enche de mensagens automáticas sobre festas ou como desbloquear o álbum de fotos de alguém. E no fim, nada garante que seus desejos serão cumpridos. Antes de morrer, Franz Kafka pediu a seu amigo Max Brod que destruísse todos os seus livros que não haviam sido publicados. “Meu último pedido: tudo que deixo para trás ser queimado sem ser lido”, escreveu Kafka. Brod não realizou o desejo de Kafka e publicou clássicos como O Processo e O Castelo.

  • Os sobrenomes foram omitidos para preservar a identidade.

Matéria publicada na Revista Época , em 28 de março de 2011.

Jorge Hessen comenta**

Quase tudo que há alguns anos era armazenado em meio físico é agora arquivado em computadores, sejam os emails (substitutos das tradicionais cartas), fotos, vídeos ou outros tipos que talvez nem existissem sem a web. Atualmente, é natural possuirmos uma “identidade” na internet – um perfil no twitter, no facebook, no buzz ou no blog. Um fenômeno intrigante tem surgido nesse ambiente virtual: a homenagem póstuma, ou seja, uma maneira de reconhecimento e congratulação realizada posteriormente à morte de um internauta.

Alguns murais do mundo internético têm-se transformado em memoriais aos finados. Escrevem-se mensagens de condolências para a família. Os comentários quase sempre são simples. Destaque-se que para alguns parentes de falecidos da rede são muito positivas as manifestações de carinho, por se tratar de um lugar que para “sempre” vai ser do extinto. Há quem compare esses avisos como visitas ao cemitério. Creem ser muito bom o túmulo ser assim, um lugar virtual onde o desencarnado já esteve e deixou um pouco de sua essência.

Surgiu um ponto curioso: quando desencarnarmos, quem atualizará nossos dados? Que novos elementos seriam esses? Será que nossa “identidade virtual” permanecerá congelada em um onipresente sem fututo? Há quem afirme que existem hoje mais de 5 milhões de falecidos na rede social. O que advém com o espólio digital depois que um internauta desencarna? Será que os dados (perfis) deles, mantidos nas redes sociais da internet, podem alterar o luto dos parentes?

Para alguns estudiosos, a permanência na internet de uma parte da identidade virtual da pessoa morta altera um pouco a forma como lidamos com a morte. As funcionalidades das redes sociais ganham outros significados: um espaço para troca de mensagens e links vira um espaço de homenagens póstumas e até de conversas transcendentais.

O luto(1), seja ele virtual ou real, pode variar muito dependendo das pessoas, do tipo de morte e da cultura, mas o caminho mais comum é entender que a pessoa partiu e redefinir a vida com a ausência do ente querido. Uma das teorias mais consagradas para elucidar a reação humana durante o luto é a dos “cinco estágios”, desenvolvida pela psiquiatra suíça e reencarnacionista Elizabeth Kübler-Ross, em 1969. Segundo Kübler-Ross, até superar uma perda, as pessoas enlutadas passam por fases sucessivas de negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Essa teoria entrou até para a cultura popular. Foi tema de um episódio recente do seriado americano Grey’s anatomy e serviu como conteúdo ilustrativo para demonstrar o funcionamento do novo aparelho da Apple, o iPad.

Talvez, em razão da imponderável vida virtual, os recentes estudos sinalizam que há outras maneiras de lidar com a “partida” de quem amamos. Cerca de 50% das pessoas lidam muito bem com a “perda” e volta à vida normal em semanas. Apenas 15 % de enlutados desenvolvem graves dificuldades que afetam a convivência social, possivelmente porque o “aceitar perdas”, especialmente aquelas referentes aos sentimentos, é enormemente complexo e trabalhoso para tais pessoas.

Se o luto não é essencialmente tão insuportável quanto se concebia e se a maior parte dos enlutados conseguem suplantar bem uma “perda”, por que razão algumas pessoas não conseguem superar o trauma? Pois os 15% atravessam anos sobrevivendo como nos primeiros e mais complicados períodos do luto. Essas pessoas não conseguem retomar a vida. Cultuam a dor, em uma espécie de luto crônico, chamado pelos psiquiatras de “luto patológico” ou “luto complicado”. Nas mortes traumáticas, como acidente, suicídio, assassinato, pode haver uma fase de negação mais prolongada; a culpa e a revolta podem aparecer com mais intensidade.

Transportando o sentimento para a família, o luto pode provocar uma grave crise doméstica, pois exige a tarefa de renúncia, de excluir e incluir novos papéis na cena familiar. Percebe-se então que existe aí uma confusão, pois essa crise pode estancar o desenvolvimento dos parentes, fator que pode definir o processo de um luto crônico coletivo.

Sigmund Freud, em “Luto e Melancolia”, nos remete para ponderações razoáveis sobre o desencadear patológico da “perda” afetiva pela desencarnação. Entre outras teses, o pai da psicanálise assegura que o luto é a resposta emocional benéfica, adequada para a ocorrência da “perda”, já que há necessidade do enlutado de reconhecer a morte como evento, como realidade que se apresenta e que, naturalmente, suscita constrangimento. O luto nos coloca diante do fato, nos oferece condições de obter dentro de nós mesmos esse impulso frente ao que nos origina ansiedade; ele é, consequentemente, uma maneira de reorganização psíquica.

Freud afiança que, na melancolia, o enlutado identifica-se com o morto e, ao deparar com essa “perda”, a pessoa entende que parte dela também está indo; há uma identificação patológica com o “de cujus”. Vemos então que no enlutamento melancólico há o que Freud chama de estado psicótico, em que o ego não suporta essa ruptura e adoece gravemente.

Para nós, espíritas, a morte tem outro significado, sobretudo para os que aqui permanecem. Temos consciência da imortalidade, da vida além-túmulo. Allan Kardec nos remete a Jesus, e, com o Meigo Rabi, certificamos que o fenômeno da morte é totalmente diferente. “No túmulo de Jesus não há sinal de cinzas humanas. Nem pedrarias, nem mármores luxuosos com frases que indiquem ali a presença de alguém.

Quando os apóstolos visitaram o sepulcro, na gloriosa manhã da Ressurreição, não havia aí nem luto nem tristeza. Lá encontraram um mensageiro do reino espiritual que lhes afirmou: não está aqui. Os séculos se esvairam e o “túmulo [de Jesus] continua aberto e vazio, há mais de dois mil anos.”(2)

Seguindo, pois, com o Cristo, através da luta de cada dia, jamais encontraremos a angústia do luto por causa da morte de pessoa amada, e sim a vida incessante.

Referências:

(1) Luto [do latim luctu] – 1. Sentimento de pesar ou de dor pela morte de alguém. 2. A exteriorização do referido sentimento ou o tempo de sua duração. 3. Consternação, tristeza;

(2) Xavier, Francisco Cândido. Alvorada Cristã, cap. 1, ditada pelo Espírito Neio Lucio, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1991.

** Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal lotado no INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.