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Johanna Ganthaler, que ‘sobreviveu’ por ter perdido o voo da Air France, morreu em um acidente na Áustria. O marido dela, que também viajaria do Rio a Paris na aeronave, ficou seriamente ferido. Carlos Miguel Pereira comenta.

  • Data :10 Jul, 2009
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Italiana que perdeu voo 447 morre em acidente de carro na Áustria

da Folha Online

A italiana Johanna Ganthaler, que “sobreviveu” ao acidente com o Airbus da Air France por ter perdido o voo 447, morreu em um acidente de carro na Áustria. Segundo a agência Ansa, o marido dela, Kurt Ganthaler, que também viajaria do Rio a Paris na aeronave, ficou seriamente ferido.

O Airbus caiu no oceano Atlântico com 228 pessoas, de 32 nacionalidades. Entre elas, 72 franceses, 59 brasileiros e 26 alemães. Desde o último sábado (6), autoridades brasileiras e francesas resgataram 41 corpos.

Johanna, uma aposentada da Província de Bolzano-Bozen, na Itália, passou férias no Brasil com o marido e pretendia voltar para casa no dia 31 de maio, quando aconteceu o acidente. Após perder o avião da Air France, eles foram à Europa em outro voo.

O acidente envolvendo o carro onde estava o casal ocorreu em uma estrada de Kufstein, na Áustria. O veículo tombou ao tentar desviar de um caminhão.

Voo 447

Não há hipóteses claras sobre o que pode ter derrubado a aeronave, mas já há certeza de que o avião sofreu despressurização e uma pane elétrica, porque a aeronave enviou alerta automático do tipo durante o voo. Sabe-se também que a aeronave enfrentou forte turbulência.

As primeiras suspeitas sobre o acidente recaem sobre os sensores de velocidade e a força do vento. Aparentemente, os sensores falharam nos minutos imediatamente anteriores ao acidente, segundo 24 alertas automáticos enviados pelo avião.

Notícia publicada na Folha Online , em 11 de junho de 2009.

Carlos Miguel Pereira comenta*

O Livro dos Espíritos , Capítulo X – Lei da Liberdade – Item VI – Fatalidade, juntamente com a notícia em questão, oferecem-nos excelentes oportunidades para profundas reflexões. Na realidade, nos comportamos quase sempre como se nunca fossemos deixar esta vida física, negligenciando o essencial da existência e concentrando as nossas energias nas coisas mais efêmeras e passageiras.

O ocorrido com esta cidadã italiana, convida-nos a interiorizar: a inevitabilidade da morte física; o fato de o amanhã ser um conceito incerto; a vida física ser preciosa, mas transitória; a insensatez do desperdício de tempo quando não sabemos o que nos reserva a vida.

A reencarnação é uma oportunidade sublime para qualquer Espírito, para que possa crescer e evoluir, caminhando passo a passo para a perfeição. Como nos esclarece a questão 851, de O Livro dos Espíritos , cada um de nós escolhe o gênero de provas que terá de enfrentar, delineando o esboço do seu destino. Este destino é consequência das nossas atitudes, conformes ou contrárias às leis naturais que regem a harmonia do Universo, e poderá ter efeitos imediatos ou num futuro mais ou menos distante. É a chamada Lei de Causa e Efeito.

Apesar de todos nós nos encontrarmos limitados ao contexto daquilo que somos e fomos, fazemos e fizemos, na Doutrina Espírita não existe determinismo. Como nos revela a questão 860, de O Livro dos Espíritos , nós influenciamos constantemente o nosso “destino” através da nossa conduta, agravando ou esbatendo os efeitos nocivos e promovendo ou diminuindo os efeitos bons. Segundo os Espíritos, na questão 853, de O Livro dos Espíritos : “Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podeis furtar-vos.” O momento da morte física, como não poderia deixar de ser, é uma prova inevitável para todos nós. Dependendo do tipo de morte, a prova poderá ser maior ou menor. As provas são etapas imprescindíveis para que as limitações atuais e os erros do passado possam ser ultrapassados, limando arestas e sublimando o Espírito.

Seria uma enorme pretensão procurar determinar as causas que estão na origem de determinados acontecimentos que transcendem a nossa compreensão. Qualquer tentativa de encontrar essa explicação seria um exercício de adivinhação, e a Doutrina Espírita não se presta a simples suposições e hipóteses. Quando falarmos de acidentes coletivos, evitemos generalizar e encontrar explicações que não assentem em bases sólidas que a razão possa derrubar. Mantenhamos a nossa humildade perante a providência divina que é sábia, infinitamente bondosa, justa e não age segundo a visão imediatista a que nos habituamos. Percebamos que a prova que as vítimas destes acidentes, e também seus familiares, enfrentaram e enfrentam, era uma necessidade de aprendizado que tinham que adquirir, por mais difícil que ela possa parecer.

  • Carlos Miguel Pereira trabalha na área de informática e é morador da cidade do Porto, em Portugal. Na área espírita, é trabalhador do Centro Espírita Caridade por Amor (CECA), na cidade do Porto, e colaborador regular do Espiritismo.net.