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Cientistas britânicos decifraram as inscrições de um bloco de argila e descobriram que se trata do testemunho da passagem de um asteróide devastador. Pedro Vieira comenta.

  • Data :09/05/2008
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Placa de 700 a.C. traz relato de ‘destruição de Sodoma’

Cientistas britânicos conseguiram decifrar as inscrições cuneiformes de um bloco de argila datado de 700 a.C. e descobriram que se trata do testemunho feito por um astrônomo sumério sobre a passagem de um asteróide - que pode ter causado a destruição das cidades de Sodoma e Gomorra.

Conhecido como “Planisfério”, o bloco foi descoberto por Henry Layard em meados do século 19 e permanecia como um mistério para os acadêmicos.

O objeto traz a reprodução de anotações feitas pelo astrônomo há milhares de anos.

Utilizando técnicas computadorizadas que simulam a trajetória de objetos celestes e reconstroem o céu observado há milhares de anos, os pesquisadores Alan Bond, da empresa Reaction Engines e Mark Hempsell, da Universidade de Bristol, descobriram que os eventos descritos pelo astrônomo são da noite do dia 29 de junho de 3123 a.C. (calendário juliano).

Segundo os pesquisadores, metade do bloco traz informações sobre a posição dos planetas e das nuvens e a outra metade é uma observação sobre a trajetória do asteróide de mais de um quilômetro de diâmetro.

Impacto

De acordo com Mark Hempsell, pelo tamanho e pela rota do objeto, é possível que este se tratasse de um asteróide que teria se chocado contra os Alpes austríacos, na região de Köfels, onde há indícios de um deslizamento de terra grande.

O asteróide não deixou cratera que pudesse evidenciar uma explosão. Isso se explica, segundo os especialistas, porque o asteróide teria voado próximo ao chão, deixando um rastro de destruição por conta de ondas supersônicas, e se chocado contra a Terra em um impacto cataclísmico.

Segundo os pesquisadores, o rastro do asteróide teria causado uma bola de fogo com temperaturas de até 400ºC e teria devastado uma área de aproximadamente 1 milhão de quilômetros quadrados.

Hempsell afirma que a escala da devastação se assemelha à descrição da destruição de Sodoma e Gomorra, presente no Velho Testamento, e de outras catástrofes mencionadas em mitos antigos.

O pesquisador sugere ainda que a nuvem de fumaça causada pela explosão do asteróide teria atingido o Sinai, algumas regiões do Oriente Médio e o norte do Egito. Hempsell afirma que mais pessoas teriam morrido por conta da fumaça do que pelo impacto da explosão nos Alpes.

Segundo a Bíblia, Sodoma e Gomorra foram destruídas por Deus como resposta a atos imorais praticados nas cidades. Acredita-se que elas eram localizadas onde hoje fica o Mar Morto.

Notícia publicada na BBC Brasil , em 31 de março de 2008.

Pedro Vieira* comenta

A Ciência traz sempre novas informações sobre os eventos passados e presentes, desmistificando o sobrenatural, trazendo para eles a explicação lógica e racional. De fato, no construir do conhecimento, o homem cria explicações fantásticas e pessoais para os fenômenos que observa, até que haja maturidade científica suficiente para entendê-los e explicá-los. O homem sábio, que busca a verdade, nunca se assusta ou se escandaliza com isso.

A matéria indica que um fenômeno astronômico, registrado por um observador do céu de milênios atrás, foi o responsável pela devastação das cidades de Sodoma e Gomorra, destruindo o mito de uma ação direta de Deus como uma vingança, sobre essas cidades. Em “A Gênese”, de Allan Kardec, Capítulo XIII, item 18, lemos que: “Deus não se torna menos digno da nossa admiração, do nosso reconhecimento, do nosso respeito, por não haver derrogado suas leis, grandiosas, sobretudo, pela imutabilidade que as caracteriza. Não se faz mister o sobrenatural, para que se preste a Deus o culto que lhe é devido.”

Ou seja, o Espiritismo nos mostra que, ao contrário de enfraquecer a fé, a derrubada do maravilhoso a fortalece, mostrando um Deus mais coerente, mais justo, mais perfeito, capaz de fazer Leis perfeitas.

  • Pedro Vieira é expositor e médium espírita. Colabora com o centenário Centro Espírita Cristófilos e com o Centro Espírita Léon Denis, no Rio de Janeiro, além de algumas outras casas.