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  • Menina desafia previsão de médicos e sobrevive com coração fora do peito

Virsayia Borum, de sete anos, nasceu com a chamada Pentalogia de Cantrell. A doença, que afeta apenas cinco em cada 1 milhão de pessoas, faz com que os órgãos vitais se desenvolvam fora de suas cavidades. Jorge Hessen comenta.

  • Data :06 Jun, 2017
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Como toda criança, Virsayia Borum, de sete anos, é bastante ativa - em suas próprias palavras, adora “dançar, pular e voar”.

Mas ela tem de tomar muito mais cuidado, pois nasceu com a chamada Pentalogia de Cantrell.

A doença, que afeta apenas cinco em cada 1 milhão de pessoas, faz com que os órgãos vitais se desenvolvam fora de suas cavidades.

No caso de Virsayia, foi seu coração - o órgão não nasceu dentro da cavidade, mas abaixo da pele - e seus intestinos, que se desenvolveram fora do abdômen.

“Quando me visto, coloco roupas macias para não machucar meu coração”, diz ela.

“Ando por todo o lado, pulo, voo, corro. Não deveria correr, mas adoro correr.”

Quando Virsaviya nasceu em Novorossiysk, na Rússia, médicos recomendaram à mãe dela, Dari, que se preparasse para o pior.

“Além do coração e dos intestinos, ela não tinha parte dos músculos abdominais, não tinha diafragma, tampouco tinha parte dos ossos do peito”, contou ela à BBC.

“Eles me disseram que ela tinha uma doença muito rara e que não sobreviveria.”

Virsaviya, no entanto, desafiou as previsões dos médicos.

“Quando vi pela primeira vez como o coração dela batia, para mim foi algo especial. Significou que ela estava viva. E que ela conseguia respirar e podia viver.”

Aos quatro meses de idade, a menina passou por uma cirurgia para tentar resolver os problemas, mas ela não foi bem sucedida.

Dari saiu da Rússia rumo aos Estados Unidos há nove meses, com a esperança de que a filha fosse novamente operada. Hoje, a família mora na Flórida.

Mas infelizmente os médicos disseram que, por causa de sua pressão sanguínea, Virsaviya não está forte o suficiente para o procedimento.

“É muito triste porque eles dizem que ela vai morrer em breve”, lamenta a mãe.

“Não é fácil para Virsaviya viver com o coração para fora porque é muito frágil, tem que tomar cuidado. Ela pode cair, o que pode ser muito perigoso. Ela pode morrer por causa disso.”

Campanha

Apesar de sua saúde frágil, Virsaviya parece aproveitar a vida.

Ela gosta de pôneis, golfinhos, cantar, dançar e canções de Beyoncé.

“Ela é uma menina muito alegre, simpática, inteligente, talentosa e muito bonita”, diz a mãe.

Mas o dia a dia das duas nos Estados Unidos não é fácil. Dari ainda tem que regulamentar sua situação migratória no país, e elas não possuem seguro de saúde para bancar despesas com exames e tratamentos.

“Infelizmente nem Varsivaya nem eu temos seguro de saúde. Também não temos um documento de identificação americano ou mesmo uma casa nossa para morar. No momento vivemos com amigos.”

Ela disse que apresentou recentemente um pedido de asilo ao governo dos EUA para ficar na Flórida.

Para ajudar a pagar os gastos médicos, Dari lançou uma campanha on-line de doações que já arrecadou mais de US$ 70 mil.

O objetivo é atingir US$ 200 mil.

A hashtag #Virsaviyawarrior (guerreira Virsaviya) também se tornou viral.

Sobre as expectativas para o futuro, a mãe diz que quer dar condições adequadas de vida à filha.

“Quero que Virsaviya fique em só um clima pela condição de seu coração. Eu quero ter um lugar para nós, quero ter um médico para ela vê-la pelo menos uma vez a cada 6 meses, se a pressão arterial dela mudar, e ter certeza de que ela está bem.”

Notícia publicada na BBC Brasil , em 6 de março de 2017.

Jorge Hessen* comenta

Certa vez historiamos sobre Bethany Jordan, uma garota da cidade inglesa de Stourbridge, que sofre da Síndrome de Ivemark, uma síndrome patológica de etiologia desconhecida, caracterizada por problemas cardiovasculares.(1) Jordan também nasceu com alguns de seus órgãos invertidos, isso mesmo! O fígado, o intestino e o baço estavam posicionados de trás para frente. O fenômeno foi descoberto em exames de ultra-som enquanto ela ainda estava no útero de sua mãe.

Sob o enfoque espírita, aprendemos que nos Estatutos de Deus não há espaço para injustiças. Desta forma, acreditamos que Virsayia e Bethany suicidaram-se em vidas passadas. Em verdade, conforme o tipo de suicídio empreendido (voluntário ou involuntário), brotam na estrutura do ser as desarmonias psíquicas e fisiológicas reflexas, que se manifestam nas diversas aberrações congênitas, inclusive a Pentalogia de Cantrell e a Síndrome de Ivemark, que se tornam terapêutica providencial na cura da alma.

Antes de renascermos, examinando nossas próprias necessidades de aperfeiçoamento moral, muitas vezes, rogamos a limitação psicomotora na nova experiência física, para que essa condição nos induza à elevação de sentimentos. Solicitamos ou nos é sugerida ou infligida (pelos Benfeitores) a enfermidade de longa duração, capaz de nos educar os impulsos; essa ou aquela lesão física que nos exercite a disciplina; determinada mutilação que nos iniba o arrastamento à agressividade exagerada; o complexo psicológico que nos remova as ideias, etc. É a lógica de justiça da reencarnação, o que nos remete a analisar as patologias congênitas pelo Princípio de Causa e Efeito.

Nosso estado moral é que determinará os renascimentos com anomalias congênitas ou não. Chico Xavier conta o seguinte: “Muitas vezes, temos encontrado irmãos nossos suicidas, que dispararam um tiro contra o coração, e que voltam com a cardiopatia congênita ou com determinados fenômenos que a medicina classifica dentro da chamada Tetralogia de Fallow; nós vemos companheiros que quiseram morrer pelo enforcamento e que voltam com a Paraplegia Infantil; nós vemos muitos daqueles que preferiram o veneno e que voltam com más formações congênitas; outras pessoas que violentaram o próprio ventre e que voltam, também, com as mesmas tendências e que, às vezes, acabam desencarnando com o chamado enfarto mesentérico."

Conta ainda o médium de Uberaba, que “vemos, por exemplo, aqueles que preferiram morrer pelo afogamento, num ato de rebeldia contra as leis de Deus e que voltam com o chamado enfisema pulmonar. Vemos, ainda, aqueles que dispararam tiros contra o próprio crânio e voltam com fenômenos dolorosos, como, por exemplo, a idiotia, quando o projétil alcança a hipófise; todas essas consequências, porque estamos em nosso corpo físico, mas subordinados ao nosso corpo espiritual. Então, principalmente os fenômenos decorrentes do suicídio, por tiro no crânio, são muito dolorosos, porque vemos a surdez, a cegueira, a mudez, e vemos esse sofrimento em crianças também, o que nos afigura incompatíveis com a misericórdia de Deus, porque nós sabemos que Deus não quer a dor.”(2)

Somos herdeiros de nossas ações pretéritas, tanto boas quanto más. O “compromisso moral” ou “conta do destino criada por nós mesmos” está impresso no corpo perispiritual. Esses registros fluem para o corpo físico e culminam por determinar o equilíbrio ou o desequilíbrio dos campos vitais e físicos. É certo que junto de semelhantes quadros de provação regenerativa “funciona a ciência médica por missionária da redenção, conseguindo ajudar e melhorar os enfermos de conformidade com os créditos morais que atingiram ou segundo o merecimento de que disponham”.(3)

Referências bibliográficas:

(1) A Síndrome de Ivemark consiste de más formações de diferentes órgãos, e a expectativa de vida depende de como cada órgão, principalmente o coração, é afetado;

(2) Xavier, Francisco Cândido. Pinga Fogo, São Paulo: Ed. Edicel, 1975;

(3) Xavier, Francisco Cândido. Religião dos Espíritos, Cap. 48, ditado pelo espirito Emmanuel, RJ: Ed. FEB, 1999.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.