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  • 'Castração masculina': especialista alerta sobre consequências do vício em pornô

Segundo estudo de especialistas tchecos, os homens que estão em relacionamentos permanentes fazem sexo com a mesma frequência que praticam masturbação. Jorge Hessen comenta.

  • Data :19/07/2018
  • Categoria :

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Médicos de um hospital na cidade tcheca de Brno relatam cada vez mais pacientes que têm problemas com ereção: homens são sexualmente aptos a se masturbarem ao assistir pornô, mas possuem dificuldades ao se relacionarem com mulheres reais. A Sputnik falou com o especialista em sexo sobre pornografia e sua influência no relacionamento.

Segundo estudo de especialistas tchecos, os homens que estão em relacionamentos permanentes fazem sexo com a mesma frequência que praticam masturbação.

Neste contexto, médicos tchecos de Brno afirmam que o número de homens com disfunção sexual aumentou significativamente nos últimos anos devido à pornografia.

A Sputnik Tcheca discutiu o tema com o sexologista e psiquiatra russo, Yevgeny Kulgavchuk, que comentou como o pornô afeta o comportamento sexual dos homens.

**“Ao ver pornô, alguns homens desenvolvem complexos sexuais — desde duração do ato sexual até tamanho do pênis e frequência de orgasmos femininos. Em outros casos, promove a substituição de uma vida sexual real, pois a pornografia e masturbação facilmente sacia sua fome sexual como uma espécie de ‘fast food’, fazendo com que os homens se tornem menos ativos em relação às mulheres”, afirmou o sexólogo, acrescentando que cada vez mais casais jovens se queixam da falta de uma vida sexual e com dependência de pornô. **

Segundo o especialista, o pornô em si não representa mal a ninguém, mas em grande quantidade pode causar problemas, fazendo referência ao vício em álcool.

**“É evidente que ninguém morre de assistir pornografia, mesmo assim, isso se torna um problema quando é excessivo. Podemos fazer uma analogia ao vício em álcool. Alguns bebem socialmente, outros acabam virando alcoólatras”, explicou Kulgavchuk. **

Por outro lado, avança o especialista, o pornô de certo modo faz parte da cultura do consumo, pois no mundo virtual o homem tem acesso a toda uma variedade de cenários.

**“Consumo e troca [de cenários] constantes dificultam a concentração em uma coisa. Isso acaba se tornando uma espécie do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Mas a superabundância da oferta com o tempo causa uma desvalorização. Por isso, a imersão no mundo do pornô pode ser chamada de ‘castração astuta’ da população masculina”, declarou o interlocutor da Sputnik. **

Outro problema é a disponibilidade do pornô para adolescentes que, vendo este tipo de filmes, recebem imagens distorcidas do sexo. É importante, acredita o sexólogo, tomar quaisquer medidas para limitar o acesso de adolescentes e especialmente crianças à pornografia, por exemplo, definir o conteúdo da Internet com classificação de idade.

“Do ponto de vista técnico isso talvez seja difícil, no entanto, mesmo uma diminuição no risco percentual de consumo de conteúdo pornográfico já pode dar seus frutos para fortalecer a saúde sexual da população”, concluiu o interlocutor.

Notícia publicada no Sputnik News , em 7 de junho de 2018.

Jorge Hessen* comenta

Há pouco menos de meio século, a exibição de filmes “adultos” entulhava os porões das fétidas salas de cinemas eróticos. Nessas lúgubres cavernas, as pessoas fascinadas aos apelos da alucinação sexual procuravam os “shows” de sexo explícito, filmes e revistas especializados. Em seguida, para nossa desdita, com a expansão da Internet, o tráfico do lado negativo da sexualidade saiu dos funestos antros e rompeu fronteiras através dos meios de comunicação, alcançando o espaço sagrado dos nossos lares sem qualquer pudor.

Nesse extremo, a internet tem estabelecido grande influência entre crianças, jovens, adultos e idosos, e entre os contumazes usuários, tornando possível que os consumidores de pornografia permutem informações entre si e possam identificar gêneros, estilos e gostos, fazendo com que compartilhem suas preferências e permitindo o encontro de fantasias ou práticas criminosas de pedofilia e outras parafilias.

Numa linguagem espírita, diria que o “UMBRAL” nunca esteve tão presente e próximo dos lares terrenos. Há um impressionante número de mulheres casadas que se queixam de solidão (no sentido de solidão sexual), em virtude de seus esposos serem contaminados e viciados na pornografia virtual. E o inadmissível da situação é saber que muitos desses maridos consumidores de pornografias são “cristãos”, “bons” espíritas, pais de família exemplares e profissionais de proeminência.

Os consumidores de pornografia, na maioria dos casos, ou estão viciados ou prestes a se viciarem em sexo. Tais pessoas passam a pensar e a se absorverem pouco a pouco com sexo. As fantasias sexuais, as figuras pornográficas passam a colonizar gradativamente as suas mentes, passando a invadir insistentemente os seus pensamentos nas ocasiões mais impróprias.

A nossa sexualidade não pode ser avaliada sob o prisma dos que a consideram impura e proibitiva, muito menos sob as impressões dos que anseiam algemá-la ao plano da banalidade como simples fricção de células causadoras de deleite erótico. A sexualidade humana é de procedência divina e sua possante energia, que alastra no ser de forma natural, não deve ser inibida de forma insana, todavia urge ser disciplinada no sentido de atingir seu desígnio, como força fecunda e criadora, a fim de produzir o avanço espiritual do homem.

Não estamos propondo castrações, mas sublimação. Até porque todos somos impregnados desse potencial e convocados a aprender a discipliná-lo. Com o Evangelho aprendemos que quando um casal se ama, os parceiros se apetecem e se reverenciam. A vida e experiência sexual entre ambos é respeitosa e prazerosa. O amor entre os dois não está condicionado apenas à sexualidade, todavia vai muito mais além, incluindo amizade, companheirismo e cuidado pela satisfação de suas necessidades. Quando, porém, isso não ocorre e há a necessidade compulsiva de fantasias, autoerotismos e pornografias, esse casal não está em harmonia; encontra-se psicologicamente corrompido e não é feliz.

Compreendemos que precisamos ser indulgentes com aqueles que são servos da pornografia, abarcando que cada ser é um ente divino em suas potencialidades de amor que com certeza eclodirão no futuro, até porque esses atrasos morais são particularidades do estágio de expiação e provas do homem terreno. Deste modo, precisamos orar e orientar aqueles que nos solicitam auxílio, demostrando as implicações infelizes do sexo em desatino, conforme nos advertem os Benfeitores do além.

  • Jorge Hessen é natural do Rio de Janeiro, nascido em 18/08/1951. Servidor público federal aposentado do INMETRO. Licenciado em Estudos Sociais e Bacharel em História. Escritor (dois livros publicados), Jornalista e Articulista com vários artigos publicados.